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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Livros de mãe

Como boa mãe de primeira viagem, comprei inúmeros livros onde eu acreditava poder aprender a criar minha filha e ser a mãe perfeita. Não preciso nem dizer que logo tive a certeza de que nenhum bebê é igual e por isso mesmo é que não são entregues com manual de instruções. Isso eu até já sabia, MAS, eu precisava ler tudo para ter essa certeza.
Vou confessar que não me arrependo por nenhum tostão gasto nesses livros. Posso até não ter me tornado a mãe perfeita, mas aprendi muito e continuo aprendendo. Meu lema continua sendo: Ler nunca é demais!
O primeiro livro que eu gostaria de comentar é "Seu Filho no Dia-a-Dia" do Dr. Antônio Marcio Junqueira Lisbôa, mais conhecido como Dr. Lisbôa. Eu fui sua paciente quando criança, em Brasília. Aliás acho que todos os meus amigos eram pacientes do Dr. Lisbôa! E acho que todos fariam coro comigo quando eu digo que o Dr. Lisbôa era o máximo! Quando vi que existia um livro dele, não hesitei em comprar. E foi o melhor livro que já comprei sobre filhos. Não é um livro no estilo "Como fazer" e sim uma compilação de artigos do Dr. Lisbôa, escritos para o Jornal de Brasília. Os artigos falam da experiência de consultório dele, da vivência dele como pai e também como filho. Ele acaba esclarecendo MUITAS dúvidas, mas não propõe soluções mágicas. Em vários artigos ele dá a opinião dele sobre o melhor procedimento para determinadas situações, mas, em nenhum momento ele diz que essa ou aquela são a forma correta de se criar um filho. Recomendo! 
Mais um da série "O que Esperar...", na versão "do Primeiro Ano". Eu já tinha comprado "O que esperar quando está esperando" e, ainda que tenha sido interessante como leitura durante a gravidez, achei um pouco alarmista demais. Continuo achando que nenhuma grávida saudável deveria ficar lendo sobre os detalhes de uma gravidez molar! O mesmo vale sobre esse aqui. Ele é grande, pesado, com letras miúdas e repleto de caixas de explicação. Tem TUDO, nos mínimos detalhes! Todo e qualquer mal que possa acontecer com um bebê na face da terra é vislumbrado aqui. É tanta informação que o livro acaba enfadonho e assustador. Há um cardápio ideal para crianças, com importantes dicas sobre nutrição e com uma variedade de terrorismos sobre os terríveis males que uma mãe pode causar a um bebê se der alguma coisa que não está ali! Todas as doenças do mundo estão descritas, todas! Se quiser saber o que fazer com o seu filho quando ele for acometido por crupe, a resposta está logo ali! E no final, você tem duas saídas para interpretar o livro: ou passa a achar que todos os pediatras são péssimos por não terem pensado que a gripe do seu filho, na verdade, pode ser um terrível caso de alergia a flocos de neve do sul do Himalaia; ou passa a achar que seu pediatra é um gênio por conseguir filtrar toda aquela informação e curar seu filho daquele resfriado que você tanto temeu! Esse eu recomendo, foi ótimo quando a Alice teve a primeira bronquiolite e eu precisei elevar a cabeceira da cama... a altura dele é perfeita! Pena não ter dois iguais!
Alice sempre dormiu muito mal! Desde que chegou da maternidade, as noites eram um evento à parte. No auge da minha exaustão decidi que eu iria usar o método da Elizabeth Pantley e corri para comprar "Soluções para Noites sem Choro". Li inteiro e AMEI... aí parti para a aplicação do método! NÃO, não funcionou! Tudo o que ela dizia que aconteceria aconteceu exatamente da forma contrária. Ela até respeita o fato de que nem toda família está disposta a passar por uma reforma geral dentro de casa para praticar a cama compartilhada e dá dicas para quem não a pratica. Ela até respeita quem não pratica amamentação prolongada e dá dicas para quem não a pratica. MAS, o livro é, de forma geral, voltado para quem pratica essas coisas. Eu amamentava, e amamentei até os 18 meses, mas não conseguia lidar com o conceito de cama compartilhada. Minha filha, por sua vez, nunca entendeu a tal da Remoção Gentil, que aqui em casa se tornou mais parecida com uma Remoção Odiosa! No geral, não deu certo e o livro hoje junta poeira na minha estante.Mas, mesmo assim, eu recomendo a leitura. A autora é inteligente, tem comentário cabíveis e construtivos e, toda mãe pode aproveitar algumas das dicas do livro. Mas, não se iluda, não é um sistema mágico para ensinar bebê a dormir!

Os livros da Tracy Hogg me foram recomendados por várias mães. Assim que Alice chegou da maternidade eu já os tinha comprado e já estava lendo com afinco. São bons, pelo menos eu gostei. Mas, novamente, nenhuma fórmula mágica. Como é de se esperar, eles não resolvem todos os seus problemas! Mas ajudam a mãe a entender que cada criança tem seu temperamento e sua forma de lidar com o mundo ao seu redor, propondo formas para se conhecer melhor o próprio bebê. A Tracy Hogg tem um respeito enorme pela individualidade e pelos sentimentos do bebê e prega isso em seus livros. Eu li os dois que existem no mercado Brasileiro: "A Encantadora de bebês Resolve Todos os Seus Problemas" e "Os Segredos da Encantadora de Bebês". Recomendo um ou outro, os dois é exagero, são praticamente uma redação diferente de um mesmo texto. Mas MUITAS dicas boas estão dentro desses livros e realmente, para quem tem pouca experiência, ele pode ser um recurso muito bom!
Minha mãe teve esse livro, minhas tias tiveram esse livro, eu não poderia deixar de tê-lo... era o que eu achava. Ganhei de Natal logo depois da Alice nascer. Esse eu li uns pedaços e desisti de ler. É antiquado, fornece informações que hoje são inaceitáveis sobre a alimentação e, no geral, nunca me serviu para absolutamente nada. Não recomendo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Álbum de figurinhas

Quando eu era criança, eu amava os álbuns de figurinhas. Não tinha muitos porque meus pais regulavam bastante este tipo de gasto, mas tive dois inesquecíveis: o Fofura, com vários cachorrinhos e gatinhos hum... fofos, e o dos montrinhos divertidos. O primeiro vinha com umas letrinhas douradas, que eu colava em tudo; o segundo vinha com uns monstrinhos compridos, e dava pra mudar o corpo. Resumindo, o maior barato! E a hora do recreio era aquela diversão: vários grupinhos trocando figurinha, muito bacana mesmo! Enfim, tenho lembranças ótimas de colecionar álbuns.
E aí o que fiz??? Comprei álbuns pra Ana! Já fizemos o dos Backyardigans e do meu pequeno pônei, e agora estamos fazendo o das princesas. Claro que me divirto muito mais do que ela, não precisa nem dizer, né? Mas enfim, nos dois primeiros álbuns sofri pra conseguir completar, já que não tinha com quem trocar. Mas agora descobri um site muuuuuuito legal, o Troca Figurinhas. Lá você cadastra as suas figurinhas e troca com pessoas de todo o país. A gente recebe pelo correio, e a Ana está achando um barato receber as cartinhas. A idéia é genial, não é??? Tem coisas que só o mundo virtual faz por você, rsss... Claro que trocar no recreio é mais divertido, mas não tendo isso, é bem legal receber pelo correio. Indico mesmo!
Má.

domingo, 26 de julho de 2009

Comer de tudo!

Alice sempre comeu bem. Na maternidade já agarrou no meu peito e mamou por quase 45 minutos, sem parar. Meu peito sempre encheu muito e ela nunca teve dificuldade de dar conta de todo o leite que eu produzia. Quando introduzi os alimentos sólidos, ela aceitou tudo com muita facilidade. Comia quaquer legume que eu colocasse na papinha e mandava pratinhos enormes seguidos de sessões de 30 minutos de peito.
Aos 9 meses, ainda sem nenhum dente na boca, decidiu que bastava de papinha e começou a só comer se a comida tivesse pedaços. Como um avestruz, botava para dentro da carne ao jiló.
Com um ano batia pratinhos de operário com prazer. E continua assim. Tem suas fases, como toda criança. Passou pela fase de não comer se não tivesse cenoura no prato. Agora está na fase do tomate!
Foi desmamada aos 18 meses e substituiu o peito com belíssimas mamadeiras 3 vezes por dia, as vezes até 4.
Como comer nunca foi um problema com ela, eu nunca me preocupei muito com o assunto. Desde que o ritual de alimentação seja cumprido e que sempre coma legumes, carne e carboidratos de forma equilibrada, deixo ela a vontade para escolher a sobremesa.
Permito que ela coma doces sem problema, permito que coma danoninho, tome leite fermentado, e, permito até um pirulito e um M&M's aqui e ali...
Quase todas minhas amigas-mãe são iguais, e isso me tranquiliza já que não tenho que ficar ouvindo palestras e mais palestras maternas sobre a alimentação da minha filha.
Só que, como frequento muitos lugares de lazer infantis, acabo conhecendo muitas mães no meu dia dia. E foi num desses encontros que conheci a neurose alimentar materna!
Como de costume foi ao Baixo Bebê de manhã. Era verão, o calor estava intenso, mas o sol nem tanto. Chego lá e coloco Alice, então com seus 13 meses, na areia. Ela imediatamente engatinha para um "amiguinho". Quando olho, vejo um menino, pouco maior que ela, vestido com uma camisa de manga longa, calças longas, um chapéu de fazer inveja a exploradores do deserto, com uma aba que ultrapassava uns 40cm de largura. Muito franzino e mais branco do que leite. Me impressionou aquela imagem e logo pensei que devia ter alguma condição de saúde que exigisse aquilo tudo.
Logo chega a mãe, uma mulher de seus 30 e poucos anos, igualmente coberta. Já abre a sua bolsa e pega o protetor solar 60+ e espalha na cara do menino que agora mais parecia o fantasma da ópera. Ela senta ao meu lado e comenta: "linda sua filha... mas você deveria protegê-la mais desse mormaço violento."
Olho para Alice, sentadinha na areia, como sempre jogando areia para todos os lados e, nesses movimentos, espalhando areia por todo o rosto. Agradeço e continuo sentada pensando qual doença teria esse pobre menino.
Nisso Alice pega um punhado de areia e o arremessa no ar. Com as mãos cheias de areia, decide limpar o rosto e acaba colocando areia na boca. Eu, rapidamente a judo, limpando o rosto e passando uma fraldinha limpa na sua língua.
"Meu deus! Você deixa ela comer areia?" exclama a tal mulher.
"Olha, não é um dos itens do cardápio dela não, mas, na praia, é inevitável que ela acabe com um pouco de areia na boca... Eu limpo e pronto. É bom porque assim ela fica com o bumbum lisinho, o cocô fica esfoliante," respondo com um ar meio jocoso.
Ela não gostou muito da brincadeira, mas também não pareceu se incomodar. Sentou ali, coberta como uma Talibã, sem demonstrar grande reação. Nisso ela pega um potinho com biscoitos de polvilho, os fvoritos da Alice. Alice, prontamente engatinha até ela e exclama: "Té!". Ela ri, olha para mim e pergunta se pode dar. Eu digo que sim.
"Olha, não se preocupe, fui eu quem fiz, são muito saudáveis!" Ela diz, com um ar orgulhoso.
"Como assim, fez? Você sabe fazer biscoito de polvilho? Não dá um trabalho do cão não?" Eu pergunto.
"Demora sim... mas é que meu filho não pode comer o industrializado."
"Não? O que ele tem? Alergia?"
"Não, eu optei por uma alimentação saudável... ele só come orgânicos, e não permito nem farinha de trigo, nem açúcar, nem carnes. Só permito que coma grão integrais, frutas e legumes, e se forem orgânicos." diz ela.
"Mas, como você faz esse biscoito? Ele não leva óleo?"
"Leva, uso óleo de canola..."
"CANOLA???" Não consegui disfarçar minha surpresa, "Mas, de todos os óleos que existem, o de soja e o de canola são os piores... eu, que deixo minha filha comer de tudo, nunca compro óleo de canola! Até porque o cheiro do óleo de canola me enjoa!"
"Jura??? Meu Deus... vou ter que pesquisar... vou ter que achar uma alternativa! Eu não tinha pensado no óleo!" Ela reagiu, quase que desesperada, já tirando o biscoito das mãos do pequeno fantasminha.
Logo pensei que eu tinha feito uma grande besteira. Essa moça agora ia proibir o filho de comer óleos... Santo Deus, pobre criança!
"Olha... acho que é só meu gosto pessoal... não preocupa não." Eu falei, tentando emendar o que eu tinha dito. "Mas, esse calor tá forte né?" falei, tentando mudar de assunto.
"Pois é... por isso cobri meu filho assim... imagina só se ele pega esse mormaço. Comprei roupas com filtro UV para ele e coloco muito protetor solar. Morro de medo desse sol na pele dele." Ela explicou, quase que justificando a estranha roupa que ele vestia.
Nisso eu percebi que a coisa só iria de mal a pior... especialmente na hora que a Alice resolvesse me pedir o pão de queijo que eu tinha na bolsa! A pobre moça infartaria na certa. Decidi que era hora de buscar novos vizinhos de brinquedo e fui embora.
Mas nunca consegui apagar a imagem daquele fiapo de menino, coberto até o último fio de cabelo, proibido de comer tudo o que pode ter sabor!
Prefiro minha alimentação duvidosa. Prefiro que minha filha continue conhecendo sabores variados e desenvolvendo seu pequeno paladar de forma equilibrada e sem neuroses!
 

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A aleatoriedade do gostar infantil

Alice entrou na fase do pânico de médicos. Bastou entrar num ambiente onde há uma cama de exames e uma pessoa de branco que ela já dispara a berrar. Em sua última consulta na pediatra não foi possível medí-la, e, pesá-la foi um trabalho herculeano. Isso porque ela gosta da pediatra dela... quer dizer, sempre gostou.
A pediatra a conhece desde pequena e já esteve com ela em diversas ocasiões fora do consultório. É amável e adora crianças. Tem uma paciência invejável. E nunca teve que examinar a Alice em situações de emergência, já que essas parecem só acontecer no período entre meia noite e 6 da manhã ou em finais de semana e feriados prolongados.
Não obstante, Alice morre de medo dela e se transforma em uma verdadeira artista contorcionista do Cirque de Soleil quando eu a levo para o exame de rotina.
Como se não bastasse esse pânico despropositado, em uma recente viagem ao interior de Minas ela deslocou o cotovelo (pronação dolorosa) e precisou de atendimento ortopédico de emergência em um hospital nada simpático com uma equipe que só fez forçar o cotovelo da menina até, finalmente, descobrirem que o problema era justamente o cotovelo. O ortopedista até foi hábil, mas, quando ele chegou, ela já estava aterrorizada pela situação e o trauma já tinha se instalado.
Pois bem, eis que no sábado à noite Alice, que vinha com um quadro gripal e uma febre leve, me aparece com uma febre de 38,5 e com dor de ouvido, o que me obriga a levá-la para uma consulta de emergência. Como as clínicas pediátricas estão entupidas de possíveis portadores da Gripe Suína, preferi ligar para o meu tio avô, um renomado otorrino que hoje já está com quase 90 anos e levá-la em sua casa, onde eu tinha a garantia de não encontrar o H1N1. Devo ressaltar que meu tio avô nunca foi muito fã de crianças pequenas.
Alice chegou lá um pouco molenga e ele a examinou. Ela, como de costume, gritou e se contorceu o quanto pode. Ele, ironicamente surdo por completo, não se afetou e continuou examinando com a maior tranquilidade do mundo. A surdez parecia o fazer imune ao stress causado pelos gritos e malcriações da Alice.
Fomos para casa com o diagnóstico feito. Um bloco de cera tinha se formado em seu ouvido em virtude do catarro que ali se acumulou e isso estava pressionando e causando dor. Solução? Pingar gotinhas para diluir a cera e ir ao consultório dele (que também está longe de ter risco de H1N1, já que hoje ele atende uma média de 3 pacientes/dia) para fazer a remoção da cera em 4 dias.
Na data marcada já acordei suando frio. Eu já previa o drama que seria a tal remoção da cera. Liguei para minha mãe e pedi que fosse comigo para me ajudar a segurar a fera contorcionista. Ela relutou, sabia que seria traumático para todos nós, mas, no seu papel de avó zelosa e mãe caridosa, concordou.
Chegamos ao consultório e a Alice já se ambientou. Andou pela sala de espera, disse oi para a secretária e declarou (depois de um pequeno treino por parte da mamãe) que estava ali para ver o tio "Beto" que iria ver o seu "bido". E logo depois completou que "nanão"!
Pronto, meu destino estava selado! Seria uma carnificina!
Chegou a hora do malfadado procedimento (que nada mais é do que a inserção de um pequeno tubinho na entrada do ouvido e a injeção de água morna para remover a cera, seguido de uma aspiração, também essa feita colocando um pequeno tubo na entrada do ouvido, e uma secagem com um algodão preso a uma haste, que se assemelha a um longo cotonete). Sentei na cadeira com a Alice no meu colo, já segurando ela firmemente. Ela ensaiou um choro e, como que por milagre parou e ficou quietinha.
Assim que a água foi injetada no ouvido ela relaxou e passou a deixar que ele fizesse tudo sem o menor esforço.
Procedimento terminado e ela deu um beijo com direito a upa no meu tio avô e fomos embora.
Qual não foi minha surpresa hoje, quando meu tio avô chegou na casa da minha mãe para um pequeno encontro de família e Alice o vê e exclama: "BETO!!!!"
Em seguida passa a contar para todo mundo, com um grande sorriso na cara, que "Beto vô bido" (*Roberto lavou o ouvido).
Agora, alguém me explica porque diabos o otorrino idoso que não gosta de crianças e enfiou tubinhos e água pelo ouvido da Alice se tornou tão amado e a pediatra doce e amável que só faz brincar com ela continua sendo tratada como a inimiga número um?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Mais um fio de cabelo branco.

Não me considero uma mãe fresca com as minhas filhas. Deixo elas sempre muito soltas, bem relax mesmo. Quando elas estão doentinhas eu me pauto pelo estado geral: estando bom, não me preocupo mesmo.
Também não me considero uma pessoa impressionável com sangue. Acompanho quem for preciso ao hospital, não me incomodo em ver, não passo mal, não desmaio.
O meu problema é a interseção entre as duas coisas: minhas filhas e sangue!
Ontem estava na praça de alimentação do shopping com as meninas e uma amiga. A Carol estava no meu colo e derrepente, nem sei bem como, escorregou e bateu a cabeça com tudo em uma quina da mesa. Ela nem chorou tanto, mas quando eu vi tinha aberto uma pequena ferida, que estava sangrando. Fiquei desesperada! Pedi ajuda a uma funcionária, que me levou para a “brigada” (alguém sabe o que é isso? Não deveríamos ter ido para uma simples enfermaria, rsss?). No caminho a Carol já estava rindo, super tranqüila... Ali mesmo eu vi que não tinha sido grave. Mas e a preocupação? O tal bombeiro da brigada foi examiná-la, e ela quase morreu de tanto chorar. Enquanto isso a Ana dava aquele apoio: “nossa, ela está até babando!”.
Terminado o “exame”, voltamos para a praça de alimentação, já que a Ana, alheia a todo o meu estresse, queria voltar a comer o sushi. O momento cômico ficou por conta das copeiras da praça de alimentação, que tinham acompanhado tudo, me perguntando se o machucado tinha sido no nariz, e eu “não, este foi hoje cedo”, kkkkkkk...
Acho que vou levar a Carol pra benzer.
Má.

terça-feira, 21 de julho de 2009

"OTO!"

Parece incrível, mas crianças, já muito novas, percebem detalhes da estética das coisas que as circundam. Minha filha é uma detalhista! Desde seus pouco meses era impossível "enganá-la" com uma coisa "parecida" com a que ela queria. E, com o amadurecimento de sua percepção, isso só piora.

Alice agora entrou na fase da escolha. Quer escolher tudo, desde a roupa que vesta até o que comerá na sobremesa.

O problema é que, ainda que sejá muito falante, ainda lhe falta a capacidade de dizer exatamente o que quer. E com isso, quem se embanana é a mãetérprete.

Hoje, ao terminar o almoço já declarou: "NONE!"
Eu rapidamente fui buscar o desejado danoninho na geladeira. Abri e cheguei perto dela com um sorriso satisfeito: "Toma, filhota, o teu danone!"

"NÃOOOOOOOOOO!!!!! Oto!" respondeu ela meio contrariada.

Voltei à cozinha e peguei um Yakult. Cheguei perto dela novamente, satisfeita por ter entendido o seu pedido.

"NÃOOOOOOOOOOOO!!!! Oto!" Foi a resposta imediata.

Nisso, eu já confusa, pois desconhecia que outro danone ela poderia estar pedindo, tentei servir um mingau de farinha láctea, pois acreditava, na minha inocência, que ela houvera confundido aquilo com danone.

Novamente recebi uma resposta negativa. Mas dessa vez já um tanto irritada.

Calmamente (ainda) sentei ao seu lado e expliquei: "Filhota, eu não sei que outro danone é esse que você quer..."

"OTO!!!!!!!!!" foi a resposta, já chorando a plenos pulmões "OTO!!!!!!"

Eu comecei a me irritar com a manhã que testemunhava e num tom sério expliquei que com gritos ela não conseguiria nada e que precisava me acalmar e me explicar que outro danone era esse (incrível como nós insistimos na crença de que o diálogo adulto pode ser compreendido por uma criança que está aos berros...).

Nisso, ela olha para mim, cenho franzido, com um tom furioso, e exclama: "Oto, mamãi! Oto none! Oto vovó!" E desatou a chorar novamente.

Peguei o telefone, já em desespero, e liguei para minha mãe.

"Mãe, que outro danone é esse que você deu para a Alice que ela tanto quer agora?" Perguntei, já num tom apelativo.

"Leite Fermentado Activia do seu pai." Foi a resposta.

ERA ISSO ENTÃO. O tal outro danone era o Yakult numa embalagem verde!

Mas, e aí? Como resolver o impasse?

Com toda calma do mundo sentei e expliquei a ela: "Filha querida, tá vendo esse potinho aqui?" E mostrei o potinho do Yakult, "pois é, é IGUAL ao danone do vovô, mas é vermelho. Isso porque o do vovô é de menino, é verde, e o seu é vermelho, de menina." Eu já duvidava que qualquer lógica funcionaria com ela, mas, porque não testar?

Como que por milagre ela calou-se, segurou o potinho do Yakult na mão, examinou-o cuidadosamente e com um ar inquisitivo falou: "Gual vovô?"

"Sim filha, igual ao do vovô."

"Vede vovô?"

"Sim filha o do vovô é verde porque é de menino."

"Meio Lixe?"

"Sim filha, o da Alice é de menina, vermelho."

E assim, ela calou-se e tomou o bendito "OTO!"

domingo, 19 de julho de 2009

A doce dor do amor materno

Quando nos descobrimos grávidas, somos tomadas por um amor sem igual. Antes mesmo daquele ser que está dentro de nós atingir o tamanho de uma ervilha, já o amamos e depositamos nele expectativas sem fim.
E então nasce aquela criaturinha linda, com cara de joelho (apesar de eu nunca ter visto um joelho bonito como minha filha!), que nos mantem acordados por noites sem fim, que nos enche de preocupações que nunca imaginamos, que chora e grita nos nossos ouvidos, que faz coco o tempo todo e nos obriga a encarar fraldas nojentamente imundas na calada da noite, muitas vezes esse coco acerta nossa cara, nossas roupas! A criaturinha cresce e só faz nos dar mais preocupações a cada espirro, tosse, queda. Somos tomados pelo desespero de pensar que algum mal pode esbarrar nessas nossas mini pessoas.
Enchemo-as de amor, ternura, algumas broncas. Gastamos o dinheiro que temos e que, por vezes, nem temos, para dar a eles tudo aquilo que achamos que merecem. Deixamos de ter vida social, passamos a esquecer que nós também precisamos de roupas novas, uma vez ou outra. E tudo isso com um prazer inominável.
Um dia, esse ser acorda resfriado, depois de uma noite mal dormida (tanto sua quanto dele), e de ovo virado. Do nada olha para você e resolve que você é o inimigo número um simplesmente porque o mal humor diz que é. E aí aquele serzinho te bate e se joga dos seus braços para os braços do pai/avó/tia... e não importa o quanto você peça um "upa gostoso", só recebe "não" como resposta. Te bate e puxa o seu cabelo.
E, como uma criança você se sente terrivelmente atingida por uma mágoa terrível. Uma sensação de que o SEU serzinho não gosta de você, que você dedicou e dedica todo o seu amor a alguém que simplesmente não te suporta. Vem o medo... me corrijo, o PÂNICO, de todo seu amor não ser correspondido. Você é tomada por uma sensação de que você é o pior ser do mundo e as lágrimas, que são uma combinação de cansaço com tristeza, mágoa, medo, jorram dos seus olhos.
A sua mente adulta te diz que é besteira, que teu filho logo estará se jogando nos seus braços e te declarando todo o amor do mundo, mas seu coração dói a cada vez que você tenta dar um beijo e a carinha se vira para o outro lado dizendo "NÃO" e logo em seguida cobre o maldito dinossauro cor-de-rosa de beijos e abraços.
E mais uma noite se passa. No dia seguinte, ao acordar, ouve a voz que te chama pela babá eletrônica: "MÃIIIIIII". Você entra no quarto e se aproxima do berço. Olha para aquele serzinho e novamente se enche de um amor profundo. O serzinho estica os braços e pede "coia mamãiii". Você o levanta do berço e ele se agarra ao seu pescoço, afundando aquele narizinho lindo no seu cangote. Você o leva para a sua cama e o serzinho se agarra a você e dorme tranquilamente, enchendo suas narinas com o cheiro mais doce do mundo, o cheiro mais único que você conhece, o cheiro de filho.
E toda a mágoa vai embora e você se lembra que aquele serzinho te ama muito! E você se dá conta que o amor materno dói, dói da forma mais doce que pode doer!

(Postado por Mariana)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Vocês já ouviram as músicas da Banda “Pequeno Cidadão”?

Pois aqui não ouvimos outra coisa!
A banda é formada por Arnaldo Antunes, Edgard Scandurra, Taciana Barros e Antonio Pinto, junto com várias crianças que não sei quem são. Bom, desconfio que algumas sejam os filhos, filhas e sobrinhos, mas não tenho certeza.Enfim, o cd é bom demais! As músicas são uma delícia, cada uma em um ritmo diferente, com letras inteligentes e divertidas. Muito legal mesmo! A Ana adora a do “sapo-boi” (que eu não agüento mais ouvir), e a Carol adora a do “leitinho”, que é a primeira música que ela canta. Bom, na verdade, ela fala “ai-ai” e “bom”, na parte do “ai-ai, que leitinho bom”, mas tá valendo e é super fofo! A minha favorita é a do “x”, coloco o som bem alto e vou cantando igual doida no carro!
Dizem que o show deles é muito legal, um programão para pais e filhos. Por enquanto parece que eles estão só em São Paulo, mas quem sabem chegam até Brasília? Vou ficar aguardando!
Má.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Gripe Suína - a "mãerose" do momento

Acabo se voltar de viagem. Sete dias entre Rio, Campinas, Birigüi (não, não fui visitar o Gianechinni!), e São Paulo. Dois vôos de avião. Muita estrada. Hotéis. Cidade poluída.
Tudo correu super bem até o carro chegar na marginal. Ali mesmo o nariz já começou a entupir. O meu e o dela. De noite já estavam as duas precisando chamar a Roto-Rooter. Ninguém respirava pelo nariz. Hoje desembarcamos no Rio. Ela chegou em casa ruborizada e eu, imediatamente pensei: "pronto, está com febre, sintomas de gripe... só pode ser a gripe suína."
Peguei o telefone e liguei para a pediatra, já me desculpando pela neurose materna (eu sabia, na verdade, que era pura neurose!), mas dizendo que não dava para não pensar em gripe suína depois de viajar de avião.
A pediatra foi clara: "Há febre alta? Há tosse irritativa?"
Eu pensei bem e falei que realmente devia ser neurose. Alice não tinha mais do que 37.3 de febre e a tosse dela era absolutamente produtiva, uma aparente reação ao Mucolitic. E então me dei conta que ela tinha pego avião 7 dias antes, se tivesse contraído então, já teria demonstrado sintomas BEM antes de chegar a São Paulo. E vôou novamente hoje, não teria dado tempo de demonstrar sintomas, sem contar que já tinha embarcado gripada!
Mas a neurose falou mais alta... eu precisava ouvir da boca da pediatra que não eram sintomas da talzinha! E, quer saber? Não me arrependo de ter sido "mãerótica"... pela saúde da minha filha não tenho medo de pagar mico. Se sinto necessidade de ligar, ligo mesmo!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Backyardigans, o show (que não verei)


Sexta-feira li no jornal que vai ter show dos Backyardigans aqui em Brasília. Fiquei super animada, mostrei pras meninas, Ana disse “eba” e Carol disse “tassi” (Tasha). Liguei pro lugar e disseram que a meia-entrada custava entre $40 e $100. Achei que $160 para nós quatro irmos, estava de bom tamanho. YES!
Fui hoje pra comprar, e o lugar de $40 é lá no alto, tipo não vai dar pra ver nada, sabe??? E eu me pergunto, de que adianta ir e não ver nada? Aí que o outro ingresso menos caro já pula pra $70, ou seja, $280 para nós irmos. Ah, desisti, né?
E você, pagaria isso tudo para ver Tasha e companhia?

domingo, 12 de julho de 2009

Mamoooooooooo

"Mamãiii, PUPA, MAMOOOOOOOOOO"* foram as últimas palavras da Alice essa noite antes de me dar um delicioso beijo e capotar num lindo soninho com carinha de satisfeita.
Depois de encarar umas 5 horas trancada e amarrada num carro na estrada que parecia não terminar, chegamos num hotel paradisíaco onde, apesar de deixarmos um rim e as córneas na hora do pagamento, pudemos ver a Alice correr aliviada de um lado para o outro no meio daquelas outras tantas crianças - todas mais velhas, mas acho que a Alice estava convencida de ser da mesma idade delas - sorrir um sorriso sem igual.
E no final de tudo ela nos repaga com o melhor boa noite do mundo... "Mamoooooooooooo!"
Vale o clichê: tem coisas que o dinheiro não paga!

* Traduzindo: "Mãe, upa, te amo!"

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Redenção (ou sim, tudo vale à pena)


Estávamos indo pra escolinha, e a Ana me diz:

-mamãe, quando eu crescer e ser mamãe, vou fazer igual você.

-É? O quê?

-Vou chamar a Ana Clara e o João Pedro (meus futuros netos, ok?) e quando eles chegarem, vou dar um abraço e um beijo igual você faz comigo.



Mais nada, gente. Não preciso de mais nada.

Ponto!

Alice tem demonstrado interesse no uso do vaso. Comprei para ela um lindo troninho que toca musiquinha. Não daqueles caros porque acho que não dá para gastar uma fortuna num penico. Um simples que toca musiquinha. Ela acha o máximo. Sempre quer sentar nele e apertar a "dicaga" para ouvir a música. Eu não forço nada. Deixo sentar quando quer e como quer. Não é raro vê-la sentada no troninho toda vestida e fazendo som de pipi. Depois levanta, fecha o tempo e aperta a "dicaga".
Outro dia ela estava no banho e avisou que era hora de fazer coco... rapidamente eu a pesquei e coloquei sentadinha no troninho. No meio do caminho houve um acidente, mas nada grave. No troninho fez caras e bocas de força e, alás, produziu! Levantou-se, olhou orgulhosa e avisou: "PONTO! Coco! Vaso! Bemmmmmmm!" Fechou 
o tampo, apertou a "dicaga" e aplaudiu loucamente junto comigo. De tarde, no parquinho, contava a todos: "Lixe, Coco, vaso, Beeeeeeeem!" e aplaudia!
No dia seguinte tirei a fralda na hora do banho e ela pediu para sentar no troninho. Fez caras e bocas, levantou-se avisando que já estava "ponto!" e me mostrou orgulhosa que havia feito um pipi! Fechou o vaso, apertou a "dicaga" e aplaudiu, novamente comigo acompanhando euforicamente. Tomou banho e 10 minutos mais tarde produziu um enorme coco nas fraldas.
A noite, ela já dormindo, chego no banheiro e encontro seu grande amigo, o Barney, sentado no troninho.
Hoje, despida para o banho, correu para o vaso. Colocou o Barney de lado e sentou-se no vaso. Concentrou-se, fez caras e bocas, levantou-se anunciando: "PONTO!" Mas o troninho estava intacto. "Muito bem, filha, você tentou bonitinho... depois tentamos de novo." Ela fechou o tampo e apertou a "dicaga", aplaudiu junto comigo e me fitou seriamente. Franziu o cenho e exclamou, meio assustada: "Mãiiiii, cocooooooooo!". Perguntei se queria sentar no vaso novamente e recebi um sonoro não como resposta. Nisso agarrou-se ao meu pescoço, ainda fazendo força e PIMBA... produziu no tapete do banheiro. Eu tentando acalmá-la para que ela pudesse terminar sua obra tranquilamente, mas, ao mesmo tempo, tentando dar um jeito de recolher o acidente do tapete e colocar o peniquinho do troninho no alvo. Nisso ela resolve me escalar, mas não sem antes pisotear a obra feita.
Não bastasse a situação de caos, toca o interfone. Uma amiga minha tinha decidido me visitar de surpresa. Foi um tal de correr para recolher tapete imundo, limpar bunda e pé absolutamente melecados e colocar na banheira já cheia. Quando a diarista abriu a porta a situaçao estava contornada e minha amiga conheceria minha filha já cheirosinha e curtindo um delicioso banho sem nem saber do caos armado.
Assim que minha amiga entra Alice avisa: "Coco, mamãiii, Chão!!!!"
E tudo virou gargalhada....

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Bêbedo

Quando estava grávida da Ana, minha irmã me deu de presente um livro bem legal, chamado “como não ser uma mãe perfeita” (http://publifolha.folha.com.br/catalogo/livros/135749/). Em um dos trechos, a autora escreve que a experiência que ela teve com bêbados em geral foi extremamente útil para a sua vida como mãe. Na época não entendi muito bem, mas hoje não só entendo perfeitamente como concordo plenamente! Quem nunca esteve com um sujeito ébrio, daqueles que morre de rir em um segundo e em seguida está chorando desesperadamente? Que diz que “te considera pra caralho” e sem mais nem menos arruma a maior briga contigo? Que canta sozinho, que fala sozinho, que grita, que cai no meio da rua e, ao final, chora um choro sentido, de muito arrependimento?
Gente, crianças são i-guai-zi-nhas!!!! Não são???
Domingo, as meninas acordaram cedo e levamos um pouquinho pra nossa cama, pra descansar mais um pouco. A Carol abriu a persiana e ficou gritando insistentemente, e com muita animação “Bau-au, bau-au”! Obviamente que não tinha cachorro nenhum ali, mas isso era um detalhe. Acho que só não acordou o vizinho porque ele sai cedo pra igreja (e geralmente me acorda). Saímos pra tomar café e ela continuou avisando que tinha um bau-au durante todo o percurso, e só nós não estávamos vendo. Na volta, enquanto conversávamos com a Ana sobre as letras e as palavras ela cantava, bem alto, alguma canção imaginária. À noite fomos a uma festinha, e um dos coleguinhas da Ana pediu pizza. A mãe pegou a pizza e cortou. O menino gritou “EU QUERO PIZZA!” e a mãe disse “olha, está aqui a pizza”. “Você cortou, não era pra cortar, eu corto, eu quero pizza!”. O mundo praticamente havia acabado para ele, que chorava e esperneava. Pra mãe já havia acabado, com certeza absoluta. Fui fazer alguma coisa, e quando eu voltei ele estava tranquilamente comendo a pizza. Pouco depois a Carol ficou feliz demais, Já eram 19hs, ela pouco tinha dormido durante o dia, e eu sabia que aquele arroubo de felicidade só poderia estar sucedendo um arroubo de absoluta irritação e tristeza. E é claro que não deu outra. Pouco depois estávamos nós voltando pra casa. A Carol entrou no carro e dormiu. A Ana disse “eu não estou cansada, eu quero ver filme!”, e no segundo seguinte desmaiou.
É, eu deveria ter convivido mais com bêbados.
Má.

domingo, 5 de julho de 2009

A babá mais bem paga do mundo


Que me perdoem as mães que defendem que crianças devem ser mantidas longe da TV. Que me perdoem também os psicopedagogos e os pediatras e os pesquisadores que acreditam que a TV é a decadência do desenvolvimento infantil. Mas o fato é que como membro ativa da Associação Nacional das Mães Sem Empregada e Sem Babá, eu gostaria de fazer minha defesa a essa babá super bem paga e que quase não me custa nada.
Quando a Alice já tinha seus 4 meses e meio, minha mãe já tinha voltado para casa e eu estava no Rio sem ajuda nenhuma, descobri, meio por um acaso, que se eu colocasse o DVD do Xuxa Só Para Baixinhos 1, a Alice imediatamente se acalmava e sorria. Nessa época eu usava o método somente para um eventual pipi nos momentos em que ela estava MUITO irriquieta. Eu a colocava sentadinha na cadeirinha de balanço de bebê e ligava o DVD. Logo percebi que aquela pequena criatura já tinha suas preferências. Se eu colocasse o XSPB 1, ela se tranquilizava. Se eu colocasse o 2, abria o berreiro!
Ela foi crescendo e logo veio a fase da introdução de alimentos. Como eu era a mãe, a babá e a cozinheira, a hora do preparo da papinha se tornava um inferno. Ela, com fome, não tinha muita paciência para sentar quietinha esperando que a comida ficasse pronta. Quem me socorria? Santa Xuxa Madalena! Era tiro e queda! Aliás, Barney também foi um Santo ajudante!
Bem... aos 10 meses alice falou sua primeira palavra: "BAEI!" foi excitadamente uivado ao ver o Barney no shopping.
Dali em diante foi um pulo para MUITAS outras palavras.
Recentemente caiu nas minhas mãos o vídeo da Xuxa no País da Imaginação. Alice, já uma grande fã da nossa amiga, logicamente amou tudo que viu! Nesse vídeo a santa Xuxa faz pequenos sketches com comparações: Perto/Longe, Muito/Pouco, etc.
Pois bem... Alice, aos 18 meses já é capaz de diferenciar e demonstrar com as mãos, enquanto narra, o Grande o Pequeno, o Muito do Pouco, o Quadrado do Redondo, o Bom do Ruim, e foi além da Xuxa para novas comparações como o claro e o escuro, o alto e o baixo, e, a cada dia, ela inventa de aprender uma nova comparação.
Então, críticos da Xuxa, me perdoem. Acredito que a TV mal utilizada e em excesso, de fato, pode ser prejudicial ao desenvolvimento da criança. E não recomendo a nenhuma mãe o método Xuxa de aprendizado e relaxamento infantil. Mas, na minha casa, ela não só me ajudou a evitar uma infecção urinária e a alimentar melhor a minha filha, mas também ajudou minha filha a compreender conceitos abstratos bastante complexos.
Obrigada Santa Xuxa Madalena!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"NUNCA MAIS"

Lá estava eu vestindo a Alice logo depois do banho. Ela, como sempre, pulando que nem mico de circo e agarrando tudo que estava na mesinha de cabeceira. Eis que ela decide, num segundo de descuido meu, pegar a lâmpada da pequena luminária que estava acesa.
"AIIIIII!" Exclama ela com um ar assustado e segurando os dedinhos da mão.
Eu, assustada, digo, enfaticamente: "NUNCA MAIS coloca a mão aí! NUNCA MAIS!"
Cubro os dedos dela com Bepantol (o creme de assadura que eu tinha à mão naquela hora) e pronto... assunto encerrado!
Como ela não é de muito drama, nem mesmo chorou. Logo se aninhou no meu colo e dormiu.
No dia seguinte fui trocar a fralda dela e ela olha para a luminária e diz, enfaticamente: "Mãiiii, Nuz, TENTE, NUNCA MAIS!" (mãe, luz, quente, nunca mais!)...
E assim, na marra, fez o aprendizado repentino da palavra Luz e dos conceitos de quente e de NUNCA MAIS! 
Aliás, "nunca mais" foi incorporado no vocabulário da criança que, agora, repete a frase sempre que é obrigada a fazer algo que não quer!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

As músicas do homem que morreu

“Mãe, quero ouvir a música do homem que morreu.”
Essa tem sido a frase mais repetida da semana. E tudo começou na quinta à noite, quando abri o computador e dei um grito:
- Di, o Michael Jackson morreu!
Ele nem se abalou, mas a Ana veio correndo:
- Quem morreu, mamãe?
- Não é nada, filha, é só um cantor... Di, você ouviu? O Michael Jackson, Di!!!!!
- Ouvi...
-Quem, mãe, quem? Eu estou com medo.
- (respiro fundo) O Michael Jackson, filha, era um cantor que a mamãe gostava, e ele morreu. Mas está tudo bem.
Só que não estava tudo bem. Desde que me entendo por gente eu escuto Michael Jackson. Quando a MTV Brasil nasceu, ele estava lá com os super clipes dele, e eu estava aqui, assistindo e achando o máximo. Aí descobri que precisava fazer meu luto do Michael, e o Di arrumou um desses “the Best of”. Com isso passamos sábado e domingo ouvindo o MJ... Aninha já sabe cantar “Ben” e “Don´t stop ´til you get enough”, que foram carinhosamente apelidadas de “as músicas do homem que morreu”, e são o Top 10 da semana!
Má.