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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Os Rs

Alice descobriu como falar seus Rs redondos... está radiante. Passou o dia arranjando frases com Rs... Foi um tal de "vou sair poR aqui, só porque sei falar isso!"
E a cada R falado, era seguido de um largo sorriso de satisfação!
É... minha bebê se foi, e agora ela consegue até falar PARALELEPÍPEDO!

sábado, 27 de agosto de 2011

Minha pequena Iara

"Mãe, sabe que eu sou metade humana e metade bota?"
"Oi? Como assim, filha?"
"É que eu sou quase uma 'seeia'... sou uma 'iaia'!"
É... definitivamente estamos na semana do folclore na escola!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A independência

Sete horas da manhã e eu estava tentando manter meus olhos abertos para vestir Alice. Percebi que não tinha nenhuma calça de uniforme passada e expliquei a ela que ela poderia ir de calça jeans. Abri a gaveta e peguei uma calça jeans qualquer, a primeira da gaveta, para ser bem sincera.
"Não, mãe, essa eu não queio, queio a outa!" Ela rapidamente exclamou.
"Alice, dá na mesma, são quase iguais. Vai com essa mesmo, filha!"
"Mãe, olha só, se a calça é minha, quem tem que decidi que calça eu vô usá, sô eu!" Argumentou aquela criaturinha.
Vejam bem, em geral nem dou trela para argumentos sobre roupa. A roupa que eu pego é a que usa e pronto. Mas, do nada, uma criatura de pouco menos de 1 metro de altura, às 7 horas da manhã, me pega de surpresa com uma frase dessas... foi um soco na boca do estômago da minha persona galinha poedeira. Parei, respirei, acordei e expliquei.
"É, filha, você tem toda razão, não tem porque eu não deixar você escolher qual calça jeans você quer botar..."
E, num passe de mágica me ocorreu que o tempo passou e que a minha bebê, aquela toda gordinha e cheia de dobrinhas, cresceu e já é capaz de escolher sua própria calça...
Alguém para o tempo, por favor!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ainda reagindo ao irmãozinho

Na sua implicância inicial com o fato de seu irmãozinho ser um homem, Alice decidiu se recusar a escolher um nome. No primeiro momento dizia que o nome tinha que ser Alício, e, agora, disse que o nome deve ser Vnazvnazvnazinho! É... isso é dito à perfeição cada vz que ela repete o nome... mas, andava dizendo que um bom apelido seria Ovo Podrinho!
Mas isso tudo em meio a gargalhadas farrentas e intercalado com mil beijos e abraços no irmãozinho que ela já diz adorar.
Hoje a levei comigo para ver uma ultrassonografia. No momento que ela viu a imagem na tela, ficou boquiaberta. Em seguida exclamou que estava vendo o irmão, e que ele estava dando tchau para ela (de fato, ele estava abanando os bracinhos... me surpreendeu ela identificar isso tão bem na imagem de ultrassom!). Daí em diante passou o resto do tempo mandando beijos e exclamando: "Oi meu irmãozinho fofinho!".
Já na saída do consultório ela começou a admitir que, mesmo ela decidindo chamar o irmão de Vnazvnazvnazinho, eu e o pai poderíamos chamá-lo como quiséssemos. E o apelido de Ovo Podrinho já virou Meu irmãozinho Muito Fofinho!
COmo eu pude viver tanto tempo antes de dar essa felicidade a ela?

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Alice e o Irmãozinho

Alice queria uma irmãzinha, disso nunca fez muito segredo. Aceitava falar em irmãozinho ou irmãzinha, mas, esperava, na verdade, uma irmãzinha.
O resultado do exame de sexagem fetal chegou quando ela estava na escola. Quando fui buscá-la, contei a ela a novidade. Ela sorriu e saiu animadamente para contar para os amigos que era um menino. Mas, quando chegou pertinho de mim falou, num ar meio decepcionado, que preferia uma irmã.
Expliquei a ela que a natureza não tinha querido assim e que irmãozinho é muito legal!
E entramos no carro para voltar para casa.
No caminho paramos na porta do trabalho do meu marido, para ela poder "contar" para ele a novidade. Só que, quando ela contou, não sei se caiu a ficha ou o que aconteceu, mas começou a chorar, dizendo que não queria um irmão, mas uma irmã.
"Eu ODEIO irmãozinhos, eu QUEIO irmãzinha, eu pedi uma irmãzinha, não vou amar meu irmãozinho!"

Conversa, conversa, conversa, e, depois de uns 20 minutos de choro, diz que se for irmãozinho não poderá usar as roupinhas que foram dela. Explico que isso não é verdade, que muita coisa ele vai aproveitar. Ela, depois de meia dúzia de perguntas, acaba aceitando que irmãozinho é legal, mas, sem muita empolgação.

Agora ela já está mais satisfeita, já entendeu que com o irmão, ela continuará sendo a única princesa dentro de casa, e que poderá, finalmente, ter um príncipe para brincar com ela o tempo todo. Já entendeu que ele, provavelmente, não roubará todas as bonecas e barbies dela (mentira, ele VAI roubar, tenho certeza!hahaha). Enfim, está conformada e contente, já dá mil beijos na barriga e abraços e carinhos, mas, no fundo, no fundo, ainda está se adaptando à idéia de que não é uma irmã!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mae de menina, mãe de menino

Hoje descobri que segundinho é um menininho. Estou muito muito muito feliz, afinal, vou ter a experiência de ser mãe de menina e de menino... mas, e a tensão?
Nunca tomei conta de um pinto. Todos que conheci, já chegaram a mim cuidados e auto-suficientes... agora vai ter um pinto que dependerá totalmente de mim????
Mas, é isso, ainda estou sob o efeito da notícia e da novidade... ainda não contei para a Alice... outra hora volto, com um pouco mais de lógica, ok?

sábado, 13 de agosto de 2011

Dia de Zé Gotinha

Hoje foi dia de Zé Gotinha. Alice já foi tomar a dela. Já saiu de casa perguntando se era dia de "gotinha eca" e anunciando que "É ruim, mas eu tenho que tomar!"
Chegou no posto, botou o linguão pra fora, recebeu as gotinhas, fez uma careta, avisou ao enfermeiro que era "eca" mas que ela precisava tomar. E saiu de lá toda contente com cara de missão cumprida!
Agora, só no ano que vem!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O ego e o nome

Ainda na linha da euforia do irmãozinho, Alice andava decidida sobre o nome: ALICE.
Anunciava para quem queisesse ouvir que sua irmãzinha se chamaria ALICE, assim, quando eu chamasse por Alice, viriam as duas. E não havia o que disséssemos que a convencesse do contrário.
Ok, tem o lado positivo disso... minha filha gosta muito de seu nome e seu ego está satisfeito. Encrenca à parte, fico feliz em ter uma filha com uma auto-estima do tamanho de um mamute!
Mas, aí surge o desafio, como convencê-la de que não seria possível dar o nome Alice para sua irmã? Toda vez que eu tentava tocar no assunto, Alice se zangava e dizia: "Não quéio oto nome, é ALICE, e assunto encerrado!" (adoro quando ela mimetiza minhas frases!rs) e saia brava para o canto dela.
E, então, me veio uma idéia. Ela estava de pé depois do banho e eu secava os seus pés. Pedi a ela que colocasse o pé direito no meu colo e chamei: "Vem pé!" Ela riu e colocou o pé. Aí, sem soltar o pé direito, chamei o outro pé: "Vem pi!" Ela riu mais ainda e rapidamente retrucou:
"Não é Pi, é Pé!"
"Não, pé é o outro, esse aqui é o Pi!", devolvi, rindo.
"Não, mãe, é pé também!"
"Mas, Alice, se ele for pé também e eu chamar Pé, e os dois vierem, você vai cair!" soltei, desafiando a lógica dela.
Alice parou no meio de uma meia gargalhada e, como que se uma lâmpada acendesse sobre sua cabecinha, ela olhou para mim e exclamou:
"Então, a irmãzinha também não pode ter o mesmo nome, porque não pode vir ao mesmo tempo?" (não perguntem, mentes maluquinhas pensam na mesma lógica sem lógica!hahahaha)
"É, filha... talvez seja melhor encontrar um outro nome, né?"
"Tá bom... vamos fazê uma lista!"
E, voilá, no meio de uma lógica absolutamente maluca entre mãe e filha, o assunto ficou resolvido! Não terei duas filhas chamadas Alice!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Programa atípico de mãe e filha

Alice continua em êxtase com a idéia de um irmãozinho. Fala sobre o assunto constantemente, pergunta tudo, quer saber tudo. Uma fofura.
No momento ela está curiosa em relação ao sexo do bebê e pergunta muito sobre isso. Expliquei a ela que eu ia fazer um exame de sangue que nos diria se o bebê era uma menininha ou menininho. E aí acionei todas as peculiaridades da minha filha de uma só vez!
"Mãe, posso i com você paia tiá o sangue? Você não vi choiá!"
"Ok, filha, pode!"
"OBAAAAAAAAAAAAAAAA"
Ok, minha filha curte ir a laboratório ver a mãe tirando sangue!hahahaha
"Podemos ir amanHã, logo depois da escola, de ônibus, porque lá não tem vaga..."
"EBAAAAAAAAAAAAAAAAAAA"
Ok, minha filha AMA andar de ônibus!hahahaha
"Mãe, e no seu sangue tá iscrito se é minina?"
"É mais ou menos isso."
"EBAAAAAAAAAAAAAAAA"

Agradar a Alice é muito simples... até os programas mais bizarros são divertidos!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Chamego



E lá estava eu, dando um amasso mais ou menos como esse da foto na minha princesinha. Era um chamego longo e demorado. E ela bem curtindo, fazendo carinho na minha bochecha de volta. E, então, ela diz: "Mãe, solta só um pouquinho, só paia eu podê respiiá!"

sábado, 6 de agosto de 2011

Meu parto cesáreo

Eu não pari por via vaginal. Não tive essa opção! Até quis, muito. Me preparei para isso, física e psicologicamente. Mas, não tive essa escolha!
Depois de 38 semanas e 5 dias torcendo para sentir as tais contrações, para conhecer as emoções do parto, fui acordada por uma forte e única contração que começou às 3 da manhã e que simplesmente não passava. Como eu já tinha lido de tudo sobre o assunto, como o meu médico tinha me explicado, e como todo mundo me dizia, contrações deveriam ir e vir, num ritmo contínuo e em intervalos cada vez mais curtos. E a minha não era assim, era uma só. A barriga endureceu e ficou ali, dura que nem pedra.
As 5 horas da manhã, depois de muito me contorcer na cama, tentando encontrar uma posição que fizesse aquilo passar, conclui que não era uma contração e sim gases. Isso mesmo, diagnostiquei tudo, eram gases que estavam fazendo minha barriga ficar tão dura assim. Mas não passavam e eu estava com muita dor, então liguei para o meu médico que me mandou ir para a casa de saúde. E lá fui eu, com um vestidinho que joguei no corpo e nada mais. Nem mala de bebê, nem máquina fotográfica, só eu e meus gases para, imaginei eu, tomar luftal e voltar para casa aliviada!
Cheguei na casa de saúde às 5.15h, meu médico chegou quase junto comigo e ao me olhar toda inclinada e me contorcendo concluiu que era trabalho de parto. Mas a barriga tão dura não era bom sinal. Ele, que é um dos caras mais tranquilos e pacientes do mundo não deixou isso transparecer. Explicou que não tinha nenhum sinal de dilatação e pediu um cardiotoco. Teve dificuldade de encontrar os batimentos cardíacos da minha filha, mas, quando os encontrou, estavam normais. Mas, ainda assim, não me alarmou, simplesmente falou que talvez fosse necessário fazer o parto cesáreo. E prosseguiu com o exame físico. Tirou minha pressão pela primeira vez, deu alta, mas não tão alarmante. Cinco minutos mais tarde, tirou de novo, tinha subido muito, muito mesmo. E ele avisou que seria necessário fazer o parto.
Descemos para o centro cirúrgico, preparamos tudo. Ele me tranquiizou durante a anestesia, falando manso no meu ouvido. Meu marido ao meu lado segurando a minha mão que não tinha nenhum tipo de amarração (ouço sempre esse terrorismo de que na cesárea amarram os braços da parturiente!). O anestesista conversava comigo o tempo todo, e todos nós, equipe, eu e meu marido, conversávamos e brincávamos. Às 6.28h o anestesista perguntou se eu queria ver minha filha nascendo, abaixou o pano, levantou minha cabeça e minha filha nasceu, bem diante dos meus olhos. Foi LINDO, foi SUBLIME, foi MARAVILHOSO. Senti como se meu corpo fosse cortado ao meio por um raio de emoções e como se tudo que eu conhecesse sobre o amor até então deixasse de ser real.
Alice foi logo trazida até o meu lado. Colocaram aquela criaturinha linda bem grudadinha em mim. Eu a acariciei, beijei, cheirei pelo tempo que quis enquanto meu marido a segurava nos braços. Juntos, os 3, pela primeira vez, nos emocionamos e choramos.
Ela foi levada, quando pedi, para o berçário para pesagem e primeiro exame físico. E o meu médico terminou a minha costura e me liberou para ir ao quarto. Eu cochilei. Estava cansada. Acordei entrando no meu quarto, cerca de meia hora mais tarde, junto com ela. E logo ela foi levada ao meu peito, onde se agarrou e sugou como uma perita!
Foi tudo perfeito! Não tive nenhuma dor de cabeça (outro terrorismo comum é que a raquidiana dá uma dor de cabeça infernal... o que depois descobri que só acontece quando há um erro e é algo que pode se corrigir!), não tive dor para urinar, nem para ir ao banheiro pela primeira vez depois do parto. menos de 3 horas depois eu já estava sentada na cama, e 12h mais tarde eu já estava debaixo do chuveiro, sozinha, lavando meu cabelo e tomando um delicioso banho.
Durante todo o pós parto, o que senti de dor foi facilmente resolvido com uma dose de novalgina por dia e, sinceramente, só lembro disso porque registrei num caderninho na época, mas não tenho a memória dessa dor registrada, não mesmo.
Tudo o que lembro foi que o momento do parto foi o momento mais lindo da minha vida!

Não, não é uma apologia ao parto cesáreo. Não o defendo como prática, muito pelo contrário. MAS, ao mesmo tempo, me cansa e me irrita quando as pessoas, em nome da defesa do parto normal, criticam o parto cesáreo como se ele fosse o pior momento da vida de uma mulher. Como se fosse apenas um momento de carnificina. necessário para salvar a vida ou, pior, como sendo sempre um erro médico ou um capricho da mulher. Sim, existem médicos demais fazendo partos cesáreos demais com critérios de menos. Sim, existem mulheres caprichosas demais que simplesmente não querem ouvir falar de parto normal, seja por desinformação ou comodismo. Mas existe uma grande parcela que simplesmente não teve escolha e nunca terá. Existe a parcela que tem que escolher entre a cesárea e o risco real de não viver para ver seus filhos. E essas não merecem ter sus partos igualados a processos cirúrgicos frios e carnificentos.
Essa parcela da população materna que, como eu, precisa encarar a realidade de que um parto normal simplesmente não é uma opção, não merece ter suas emoções desqualificadas em prol de uma causa, mesmo que essa causa seja nobre.
Portanto, antes de criticar a cesárea, antes de dizer que toda cesárea é fria, que uma mulher que pari por cesárea nunca conhecerá o verdadeiro sentimento envolvido no parto, lembre-se que, para a mulher que não tem a opção, o sentimento na cesárea é tão real quanto o sentimento da mulher que ficou horas em trabalho de parto para depois parir seu filho por via vaginal. Lembre-se que a via de parto não muda o sentimento, não faz ninguém ser mais heroína, nem mais mãe, nem mais merecedora de lembranças doces do nascimento de seus filhos.
Faça uma auto-crítica e tente pensar como é irritante para você, que pariu por via vaginal, ter que ouvir asneiras sobre o parto normal, comparando-o a atos animais e arcaícos. Lembre-se de como é desrespeitoso o tratamento que recebem de pessoas que não curtem a onda do parto normal e tentem não reproduzí-lo na direção oposta.
Não tente convencer as pessoas de tentar o parto normal desqualificando a cesárea ou fazendo-a parecer o fim do mundo. Enalteça o que há de bom no parto normal, e há tantas coisas boas. Lembre-se que uma grávida que recebe informações aterrorizantes sobre a cesárea pode acabar precisando de uma e que ela não merece entrar na sala de parto temendo aquilo como teme uma cirurgia cardíaca.
Enfim, o importante é lembrar que o respeito é o melhor amigo da credibilidade!

ps - minha condição de saúde, infelizmente, não me permitirá tentar o parto normal nessa minha segunda gravidez, portanto, não quero transformar essa postagem numa sessão de "seu médico está certo ou errado", é apenas uma reflexão de alguém que sabe que nunca terá um parto normal e que, mesmo assim, está totalmente feliz com sua experiência de parto, passada e futura. Uma reflexão de alguém que pegou todos os limões que recebeu e decidiu que com eles fará sempre deliciosas limonadas! E, quem quiser saboreá-las comigo, seja bem vindo... mas quem não curtir limão, bem, dispenso as críticas sobre a minha receita de limonada, ok?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Pelo Sim, Pelo Não

Já falei aqui que não curto deixar Alice ver TV aberta. E, como não tenho NET, ela também não assiste muito disso em casa. Fica mais nos DVDs que tem mesmo.
Antes que me critiquem dizendo que minha filha se tornará uma alienada, que fique BEM claro, que ela vê Discovery, na casa dos avós. Aliás, quando chega na casa deles, já liga a TV correndo para ver seus desenhos e programas favoritos.
A minha escolha por não te NET não foi feita com base em ideologias pedagógicas. Foi uma decisão meramente burocrática e financeira. Descobri que pagava uma fortuna para ver só um canal. E descobri que mal via, ficava mesmo como barulho de fundo. E, depois de uma esquentada discussão com a NET/Virtua sobre o meu sinal de internet, decidi acabar com aquilo e tentar viver sem eles. E, pasmem, funcionou. Não sinto a menor falta. A TV, que vivia ligada, hoje só é ligada de noite, para ouvir um noticiário e uma novela mesmo.
Essa ruptura com a TV a cabo veio antes da Alice. Aliás, quando ela nasceu eu cheguei a questionar a decisão, mas, quando percebi que o que ela gostava era de rever o mesmo DVD ad nauseum, percebi que poderia economizar uma boa grana.
E, quanto à TV aberta, vejam bem, toda a programação infantil se concentra na parte da manhã, quando ela está na escola. Portanto, quando chega em casa, é improvável que queira assistir novela do Vale a Pena Ver de Novo ou Sessão da Tarde. Até porque ela tem uma programação a ser cumprida que não a permite muitas horas na frente da TV. E, como vai dormir às 18.30h, geralmente acaba sem ver TV mesmo.
Isso é bom, lógico, porque lugar de criança não é enfurnada na frente da televisão, e porque ela é poupada um pouco do grande apelo comercial que a TV oferece. O que não quer dizer que ela não conheça esses mil e quinhentos brinquedos anunciados. Ela os conhece e os pede, sempre. Já tem uma lista mental de uns 10 tomos com tudo que quer ganhar daqui até os seus 20 anos de idade. E, agora, com o advento irmãozinho, ela começou a fazer a lista mental dos brinquedos que ela tem certeza que ele vai ganhar.
E, com isso, meio que fica provado para mim que ilhar filho de TV não é garantia de não ouvir o famoso rosário do "eu quero" ser desfiado. Fica patente que crianças, mesmo quando não são expostas à propaganda continuamente, são expostas ao consumo por vários meios. Seja na escola, na casa dos coleguinhas, na casa dos avós, ou mesmo andando pelas ruas, a criança é inundada por um consumismo maluco que, no final das contas, define a sociedade moderna na qual vivemos. Portanto, fica claro para mim que é mais fácil educar do que esconder o sol com a peneira.
Não adianta achar que não deixando seu filho ver TV ele vai ser ilvre dos desejos do TER. Tem que encarar o monstro de frente e, pelo exemplo e pela ação, aprender a dizer NÃO!
É isso mesmo. Parece simples, mas não é! E aqui funciona assim: Alice conhece todos os brinquedos que são anunciados, sabe exatamente quais quer e não quer, mas, quando chega na loja e pega o brinquedo na mão e me diz: "Quero esse", normalmente escuta o famoso: "ok, então coloque na sua lista para, no seu aniversário, escolher qual prefere." E isso basta para que ela coloque de volta na prateleira, sorridente, e saia da loja feliz.
Vejo muita gente incapaz desse simples ato, do dizer:"Não vou comprar e você precisará lidar com o fato de que querer não é poder.". Vejo crianças morando em casa com tanto brinquedo que os pais são obrigados a receber seus amigos em meio a uma enorme quantidade de TRALHA infantil em plena sala de estar, com um sorriso estampado como quem diz: "ahhh, casa com criança, sabe como é que é, né?". Ou pais que moram em apartamentos razoavelmente pequenos e dedicam um quarto inteiro a ser o "quarto de brinquedos" e ainda justificam dizendo que: "ahhh, é que criança precisa ter seu espaço, né?"
Pois é, só que eu não entendo nem acho isso tudo legal. Casa com criança realmente tende a ter alguns brinquedinhos espalhados, tende a ter uma baguncinha básica pela casa, mas, na boa? A criança tem que aprender a ter seu limite físico e tem que aprender que sala de estar é local de convívio comum e não depósito de brinquedo. E pai tem que aprender a colocar esse limite. E, "quarto de brinquedo" é coisa de quem tem muito espaço e muito filho. Nenhum filho precisa de um quarto só para brinquedos. O quarto de dormir é onde devem caber todos os brinquedos que ele tem. Conheço até casos onde os filhos decidem, por conta própria, dormir juntos num quarto e deixar o outro para bagunça... ok, nisso não vejo problemas, porque fica patente para eles que é um quarto de cada, mas que optaram por dormir juntos... Mas, cada um ter um quarto e ainda existir um quarto só para brinquedos? Bem, então é porque tem brinquedo demais por aí!
O universo te que ser conquistado aos poucos para que o querer e o poder serem compreendidos em seu equilíbrio quase perfeito (porque, vamos combinar, perfeito nunca será, nem na mente mais espartana!). A criança precisa aprender, desde cedo que "Eu quero" não equivale a "vou ganhar", e que existe um limite, financeiro e físico, para todos os seus quereres.
Aqui a coisa foi equacionada de forma simples: Os brinquedos devem todos caber no quarto, aquilo que for excedente, deve ser dado para quem não tem brinquedos. Os brnquedos podem sair do quarto e dominar a casa enquanto são "brincados", mas, o lugar de guardá-los é no quarto. No escritório da família pode-se ter alguns brinquedos, mas moram sobre a mesinha que ela usa para desenhar e não devem virar parte da decoração. Ficam ali transitoriamente. O escritório é de todos e precisa caber todo mundo, portanto, não pode virar um mundo lúdico infantil.
E, mais importante, brinquedos e presentes só são comprados em ocasiões especiais, e não como hábito. Os avós dão um pouco mais de brinquedose presentes, mas todos respeitam que não deve ser o tempo todo e não deve ser sob demanda.
E assim o NÃO já foi bem digerido pela Alice. Na maior parte das vezes o "eu quero" já vem seguido de "vou botar na lista", e o "não vamos comprar" é seguido de, "então quando chegar meu aniversário eu escolho". Lógico que minha filha está LONGE de ser perfeita e, vez por outra, chora e faz manha porque QUER QUER QUER... mas isso faz parte do teste que ela PRECISA fazer para internalizar o poder. Ela já sabe que quando mais insistir, malcriadamente, no QUERO QUERO QUERO, menor a chance de um dia TER. E eu, por mais que saiba que seria BEM mais simples comprar e dar logo e não ficar ouvindo ladainha infantil, sigo ensinando o NÃO, NÃO, NÃO.
Portanto, amigas, acho nobre quem não libere a TV para os filhos, mas lembro a todos que isso não é solução. Muito mais importante do que proteger do apelo comercial é ensinar aos filhos a lidar com esse apelo de forma madura e racional. E, assim, não me critiquem quando eu digo que, sim, na casa dos avós minha filha está livre para receber uma louca enxurrada de propagandas que mostram para ela o que existe por aí. E, sim, sou absolutamente contra essa onda de censura à propaganda dirigida ao público infantil. Cabe aos pais, e unicamente a eles, ensinar o limite entre o querer e o poder, e não é a censura a propaganda que vai resolver esse probleminha chato para eles.
Mas, como eu sempre gosto de dizer, é só minha opinião.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A criança que mamou

Alguém perguntou para a Alice se ela iria ajudar a mamãe dando mamadeira para o bebê. Ela, com um certo ar de indignação, respondeu que não, e completou: "Vou ajudar a mamãe a segurar o bebê no colo paia ele mamá no peito dela!"

Amamentação prolongada gera amamentadoras!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A mãe mais feliz do quarteirão

Hoje ouvi o coração do segundinho batendo firme e forte... foi uma louca emoção. Depois de 1 ano e 3 gestações frustradas, o som dos 160 batimentos cardíacos por minuto, a toda, foi o som mais emocionante que eu já escutei. Um tratorzinho de emoções que me derrubou e me fez cair no pranto mais feliz da minha vida.
E logo fui contar para a Alice, que já faz o desejo de uma "RImãzinha" para tudo que é estrela e poço dos desejos que ela vê. Foi mágico.
- Filha, acabei de sair do médico e vi teu irmãozinho ou irmãzinha!
Com uma carinha meio confusa:
- HEIN?
- É filha, eu vi, tá aqui, dentro da barriga da mamãe. Eu gravei num DVD pra você poder ver também!
E o sorriso abriu largo naquela carinha linda:
- JÁ TÁ AÍ DENTRO???
- Tá!
E ela me pulou nos braços, beijou minha barriga, me abraçou, e saiu toda contente e saltitante para a piscina, para contar para a "tia".

Mais tarde, já em casa, quis ver e rever o DVD do ultrassom umas 10 vezes, me mandando repetir e sinalizando que deveríamos fazer silêncio quando o batimento cardíaco começava. Achou lindo que a "RImãzinha" (ou "RImãozinho") parecia uma bolinha. Conseguiu identificar o embrião na imagem, e apontava o coração pulsante, mostrando para a avó que aquilo era o "coiaçãozinho da minha RImãzinha (ou RImãozinho)".

Na hora de dormir me pediu para deitar pertinho dela "paia ficar bem pertinho da minha RImãzinha (ou RImãoizinho)". Falou animadamente sobre como ia ser legal quando o bebê nascesse e como ela iria dividir o quartinho dela com ele.
"Agoia eu num vou mais bincá sozinha... minha RImãozinha (ou RImãozinho) vai sempe bincá comigo!" Ela declarou, gloriosa.

E, quando já quase adormecia, com a voz sonolenta, abraçada comigo na cama, falou: "Obigada mamãe, por empestá sua barriga paia a minha RImãzinha (ou RImãozinho)!"

E com a nítida preferência por uma menininha, ainda que fazendo concessão para um possível menininho, Alice adormeceu feliz!

E eu, hoje, vou dormir como a mulher mais feliz do quarteirão! Agora sou mãe de dois!