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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O que o seu filho pensa de você?

Eu adoraria saber o que os meus filhos diriam sobre mim...
A New Perspective For Moms from Elevation Church on Vimeo.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"Que essa cadeira nunca entre em obra" no Paratodos

Hoje é dia de vestir a orgulhosa camisa da luta pela inclusão e ser a autora convidada do Paratodos! Visitem!!!!
"Que essa cadeira nunca entre em obra" - Paratodos

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Novo Blog no Pedaço

Tem novo blog no pedaço, e esse é do tipo que merece ser divulgado!
ParaTodos: Por um mundo onde ninguém fica para trás


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Já é natal no mundo de Alice

No banho, conversando com Alice sobre as festividades que estão chegando. Falei para ela que ela tinha que pensar nos presentes que ia pedir, de aniversário e natal, para os avós. Lembrei que deveriam ser presentes que não fossem caros demais.
"Mãe, mas brinquedo é sempre caro, né?"
"Alguns são sim, filha. Mas tem muito brinquedo legal que não é tão caro assim e que dá pra pedir. E, dá pra aproveitar que seu aniversário é quase junto do natal e pedir, ao invés de 2 presentes baratinhos, um presente mais caro. É uma idéia bem bacana também. E nem precisa ser brinquedo."
"Ahhh, mãe, mas não dá, porque o presente de natal não é presente caro. Nem precisava dar presente. Porque natal não é sobre presente. É para comemorar o papai noel. Aí a gente só dá umas lembrancinhas, pra dizer que gostamos das pessoas, e não pra dar presente caro! Além do mais, eu já tenho tanto brinquedo, né?"

Pronto, a mãe já pode morrer feliz, né?

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Alicices: O Braille

Visitando o museu, vejo uma plaquinha explicativa em Braille. Chamo Alice e mostro a ela a plaqunha. Ela, atenta, passa o dedo e acha incrível que alguém consiga ler aquilo com os dedos. Explico a ela que é um código, e que os cegos aprendem a sentir o relevo das bolinhas e formar palavras com aqueles códigos.
"Mas, mãe, olha só, se a pessoa é cega, como é que ela vai saber que tem uma plaquinha nesse lugar aqui para ela passar o dedo?"
E assim eu fui obrigada a confessar a ela que a lógico dela era irrefutável e que eu realmente não sabia como sabiam!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

"Mesa Feia": Erros na educação

Abri a porta de casa e me coloquei de pé ao lado da porta, para fechar a porta depois que as crianças entrassem. Eu tinha uma bandeja nas mãos. Alice, distraída, acerta a testa na quina da bandeja. Eu a olho e pergunto se está tudo bem, já meio que pedindo desculpas por ela ter batido a cabeça na bandeja.
"Foi sua culpa! Você ficou parada e eu bati a cabeça na bandeja! Você é feia, não quero mais ser sua amiga!" berrou a baixinha aos prantos.
Por alguns segundos fiquei atônita, sem saber o que dizer. Fiquei chocada com a atitude dela, quando eu estava justamente pedindo desculpas por... peraí, porque mesmo? Ahhh... sim, POR ESTAR PARADA!
Aí é que me dei conta do absurdo que estava acontecendo. Do absurdo não, da sequência de absurdos!
Primeiro eu pedir desculpas por estar parada. Mas, ok, quando, sem querer, machucamos alguém pedimos desculpas, né?
Depois pela explosão dela e da rapidez em me acusar e agredir por tê-la machucado quando, tudo o que fiz, foi estar ali, parada.
Respirei fundo e preparei a bronca, eu estava, além de horrorizada com aquilo, magoada pelo fato de que minha filha pudesse acreditar que eu a machucaria de propósito.
Coloquei ela sentada e dei a primeira bronca, por ter me agredido verbalmente, sem demonstrar nenhum respeito. E não digo respeito pelo fato de eu ser mãe, ou superior ou nada disso. Respeito pelo fato de que eu estava pedindo desculpas mas, mesmo assim, ela preferiu me agredir verbalmente.
Ainda assim ela estava furiosa. Acreditava, realmente, que era minha culpa.
Mandei-a pensar sobre porque eu estava tão chateada com ela e porque eu merecia um pedido de desculpas.
Na verdade eu estava tentando entender de onde tinha vindo aquela raiva toda.
Depois de alguns minutos sentada, pensando, ela me pediu desculpas por ter me agredido, mesmo eu tendo pedido desculpas, mas fechou o pedido de desculpas com "Mas, você me machucou, você tinha que ter andado e saído da frente. É TUA culpa se eu me machuquei!"
E me veio um estalo.
"Alice, se você estivesse andando e esbarrasse numa mesa, de quem era a culpa? Da mesa ou tua?" Perguntei, num tom muito sério.
"Da mesa... a mesa é feia porque ela me machucou!" Respondeu Alice, ainda muito brava.
"Mas, Alice, a mesa não pode ter te machucado porque ela não se mexe, ela não faz nada, nada mesmo... ela é um móvel, não tem vida. Se ela não mexe, não pode machucar você... você é quem se machucou, né?" Questionei.
Alice parou e pensou. Ficou ali, de bico, por uns bons 5 minutos.
"Alice," cutuquei "Você realmente acha que a mesa tem culpa se você se machuca nela?"
"Não... mas ela é uma mesa... você não é uma mesa... você tinha que ter saído da minha frente né?"
"Alice, COMO eu poderia adivinhar que você ia esbarrar em mim se eu estava ali, parada, sem me mexer, igualzinho à mesa? Você tem que entender que eu não estava me mexendo, estava PARADA. Antes mesmo de você começar a andar para entrar em casa, eu estava parada! Eu estava igualzinha a uma mesa. Não me mexia. Como eu poderia ter culpa por ter te machucado se eu estava parada?"
Ela só bufou, não respondeu.
"Alice, eu sei que tem gente que, sempre que você esbarra em alguma coisa, ou tropeça ou se machuca, olha pra mesa, pro chão ou para seja o que for que estava no caminho e causou o machucado, e diz 'mesa feia, chão feio, coisa feia, você machucou a Alice'. Mas, entenda, essas pessoas estão erradas! Coisas paradas não podem ser culpadas por você esbarrar, tropeçar ou cair. Só você é responsável por isso, só você! Entenda isso e aí nós duas vamos poder conversar de novo!"
Saí dali e deixei ela sentada, pensando, em silêncio.
Pouco depois ela me chamou.
"Mãe, olha só, é engraçado falar que uma mesa é feia porque eu esbarrei nela... é muito engraçado, porque mesa é coisa, né?"
"Alice, então, de quem foi a culpa do nosso esbarrão?"
"Foi minha, mãe... eu achei que você ia andar e aí esbarrei em você."
"Então, filha, desculpas por eu, sem querer machucado você, ok? E, parabéns, você acabou de virar um pouco mais mocinha por entender que você é responsável pelas coisas que faz e não pode botar a culpa nos outros."

E, a partir de agora, fica terminantemente proibido que qualquer pessoa diga "Mesa feia, machucou a Alice" para a minha filha... aliás, já pode aproveitar essa mesma regra para o meu filho. Tropeçou, caiu, a frase é "tá tudo bem? o que houve, não viu a pedra no caminho?"

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"Emilices" de Alice

"Mãe, eu sei quase todas as músicas da Galinha Pintadinha de cor! O Lucas não, ele é muito novo, não tem cor ainda!"

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Construindo conceitos: pobreza

Estávamos no sinal quando um rapaz deixou um saco de balas no nosso retrovisor.
"Mãe, porque ele botou essa bala no nosso carro?"
"Pra ver se a gente quer comprar."
"Uai, porque ele vende bala na rua?"
"Deve ser pra pagar a comida dele."
"Ele é pobre?"
"É, sim, filha."
"Mas... ele tem roupa!"
"Ué, pobre tem roupa, filha..."
"Mas, não era pra ser rasgadinha?"
"Não, filha... ele trabalha para comprar roupas que não sejam rasgadinhas. Ou, talvez, ele tenha ganho de alguém."
"Tem uns pobres que ficam com roupa rasgadinha, sentados, com um chapéu do lado deles, para as pessoas jogarem moedinhas, né?"
"Tem sim, filha, são mendigos. Eles pedem esmola."
"E porque eles fazem isso?"
"Porque não tiveram chance de estudar para aprender a fazer outra coisa. Ou até porque não conseguiram um emprego."
"Uai, eles podiam PELO MENOS vender bala no sinal, né?"

Lógica irrefutável!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Ambições Políticas

A conversa começou com perguntas sobre o que uma pessoa adulta podia fazer que uma criança não podia. Entre elas, mencionei que a pessoa adulta podia votar.
"Votar? O que é isso, mãe?"
"É quando as pessoas vão e dizem quem elas querem para ser presidente do nosso país, governador do nosso estado, prefeito da nossa cidade, e assim por diante..."
"E, pra que querem um presidente?"
"Ahh, pra tomar decisões importantes sobre como vão ser as coisas no nosso país."
"Tipo, que decisões?"
"Filha, as leis, por exemplo, são criadas por essas pessoas que elegemos."
"Mas, já tem lei demais!"
"É, concordo, então, quando tem lei demais, são essas pessoas que tiram algumas dessas leis."
"E o que mais o presidente faz?"
"O presidente conversa com os presidentes dos outros países para que os países fiquem sempre amigos e não briguem."
"Países brigam?"
"Brigam, isso é que chama guerra. Os presidentes conversam muito para evitar essas guerras."
"E, porque tem que votar neles?"
"Porque diferente dos reis, eles são escolhidos pelas pessoas. Os reis já nascem reis, né?"
"Não... nascem príncipes, depois é que viram reis!"
"Isso, tem razão... mas quando nascem, já sabem que um dia serão reis. As pessoas não escolhem eles. Os presidentes, nós escolhemos a cada 4 ou 5 anos."
"Não seria mais fácil escolher uma pessoa e deixar ela ser presidente até ela morrer?"
"Seria... mas aí, se ela não fosse um bom presidente, a gente teria que aguentar ela até ela morrer? Melhor assim, né? Se achamos que a pessoa é ruim, temos a chance de escolher uma melhor..."
"É, talvez..."
Pausa. Pensa. Pensa. Pensa.
"Mãe, eu não quero ser presidente não! DEUS ME LIVRE!"
"Porque, filha? Eu acho que você seria uma boa presidente."
"Ahhh, mãe, aí eu ia ter que ir embora e não ia poder ver meus filhinhos?"
"Não, filha, presidente é como um emprego. No final do dia a pessoa vai pra casa e fica com a família."
"Mesmo assim, não quero não, dá MUITO trabalho cuidar de um país inteiro. Não quero não, tá?"
"Tá bom, filha, não precisa ser presidente não!"

E assim morreu o meu sonho de ser mãe da Presidente da República!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Sobre a morte (no caso, a minha)

"Mãe, como é um cemitério?"
Essa foi a pergunta desafio do dia que a Alice me presenteou.
"É um lugar cheio de construções de cimento que cobrem uns buracos onde colocam as pessoas que morreram." Respondi, com um pouco de medo de onde essa conversa iria parar.
"Mas, jogam as pessoas nesses buracos?"
"Não, colocam elas em caixões, que são caixas grandes para caber as pessoas. E esses caixões ficam enterrados nesses buracos."
"Deve ser ruim, né?"
"Não, filha, a pessoa está morta, ela não sente mais nada..."
Ela pausou por uns minutos, como que tentando entender o que queria dizer aquilo.
"E não tem outro jeito de enterrar as pessoas não?"
Percebi que ela estava incomodada com a ideia de ficar presa dentro de uma caixa num buraco.
"Tem, filha, as pessoas podem ser cremadas. Isso quer dizer que colocam o corpo da pessoa dentro de um forno especial que a transforma em pozinho. E esse pozinho pode ser jogado debaixo de uma árvore para ela crescer melhor, ou no mar, ou mesmo no céu..."
"Você conhece alguém que foi cremado?"
"Conheço sim, filha, a prima da mamãe. Aí jogamos o pozinho dela no mar."
"NO MAR? Naquele da frente da casa da vovó?"
"É, e o legal disso é que sempre que sinto saudade dela, vou no mar e posso me sentir mais pertinho dela!"
Nova pausa. Novo ar pensativo. E, finalmente, a chave de ouro.
"Mãe, quando você morrer eu vou te cremar, e jogar o teu pozinho debaixo de uma árvore. Assim, quando eu sentir saudade de você, posso comer uma fruta dessa árvore e sentir você dentro de mim!"

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Injustiças

Alice assistia Peter Pan pela milhonésima vez. Eu, do lado dela, lia alguma coisa.
A cena que passava tinha o Sr. Smith (Ajudante de ordens do Cap. Gancho) sendo tripudiado pela tripulação do navio do Cap. Gancho.
Ela interrompe minha leitura, indignada e diz: "Mãe, vê se isso é certo? Estão implicando e maltratando o Sr. Smith! Logo ele que faz tudo para eles, que só ajuda! Isso não é certo!"
Depois volta a ver o filme, seríssima.
E eu, lógico, segurando para não rir, abraçar, beijar, gargalhar!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A primeira malandragem a gente nunca esquece

Lucas acordou e pulou da cama. Sentou-se no canto do quarto, e começou a brincar. Alice desceu da cama dela e deitou-se na dele, onde ficou preguiçando ao meu lado. Ouvimos um sonoro pum vindo do canto do quarto. Olhamos para o Lucas. Ele, rapidamente, sinaliza, com a mão abanando na frente da cara, que tem um cheiro ruim e emite o famoso: "mmmmmm", depois, com um sorrisinho para lá de maroto, me olha, aponta para a Alice e diz: "Alice!"
E desata a gargalhar.
Se é assim aos 18 meses, imagina na Copa?

domingo, 18 de agosto de 2013

Passo a Passo de uma palavra difícil

Alice e eu temos uma brincadeira onde eu finjo ter dificuldade com uma palavra e ela me ajuda a aprender a falar a palavra. A palavra do momento é COMPUTADOR.
"Poncutador!" Digo, fingindo esforço.
"Não mãe," já gargalhando "é COMPUTADOR!"
"Toncupador" tento novamente.
"Mãe, é fácil, ó: COM-PU-TA-DOR!"
"COM-PU-TA-DOR..." digo lentamente enquanto assisto o rostinho dela se iluminando orgulhosamente por ter conseguido que eu aprendesse a palavra. Daí que hoje resolvi testar uma nova palavra e mandei: "Filha, tem aquela outra, aquele troço que usamos para bater sucos, o Difilicador..."
"Não mãe," ela soltou gargalhando alto "é liquidodificador! Repete comigo... LÍQUIDO..."
Eu, segurando o meu riso, repeti: "Líquido..."
"Isso, mãe, agora ó: DE..."
Começou a ficar bem difícil não rir, mas eu fui forte e repeti: "DE"
"Agora é fácil, ó: FICADOR"
E eu não consegui mais me conter, junto com meu marido o riso veio solto... e ela tentando entender porque ríamos tanto completa: "Uma hora você consegue, mãe, é só tentar, Liquido de ficador!"

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Contrários não tão óbvios

"Mãe, sabe aquele carro que é o contrário do calhambeque?"
"Qual filha?"
"Aquele mãe, aquele que é o contrário... o calhambeque é velho e feio, o outro é bonitão"
"Seria um Cadillac?" (Não me perguntem porque eu chutei Cadillac, fez sentido na minha cabeça!)
"ISSO! Um Cadillac!"
E, fica provado que aleatoriedade é hereditária!

sábado, 10 de agosto de 2013

Modéstia

Alice viajou com a avó para o aniversário da prima. Estávamos fazendo a mala juntas e ela me dizia o que queria levar. Escolhia camisas, calças, roupas íntimas, sapatos, arcos. Daí me pediu:
"Mamãe, na festa da Aninha, quero usar a mesma roupa que usei na festa do Dani... Eu estava muito linda naquela festa!"
Vamos combinar que modéstia não é o forte da nanica, né? Mas, também, como poderia ser, ela realmente estava linda!
Ou não estava?

terça-feira, 9 de julho de 2013

Fui enganada

Estou na fase de desmame gradual do Lucas. Cortei as mamadas fora da hora de dormir. Expliquei pra ele que só poderia mamar quando fosse dormir, ou tirar soneca.
Lucas tira uma soneca de 10h ao meio dia.
Hoje aproveitei para mandar ele para a casa da minha sogra para dormir uma horinha a mais pela manhã. Quando ele voltou, as 9h, fui com ele para o quarto dele. Quando fui abrir a persiana, ele chorou, resistiu e apontou para a cama dizendo: "Nana, nana, nana!"
Achei que talvez, por ter ido dormir tarde ontem, ele estivesse com sono mais cedo do que de costume. Deitei com ele na cama e ele mamou loucamente. Esvaziou os dois peitos de olhinhos fechado e bem paradinho. Eu tinha a certeza de que estava dormindo ou quase.
Qual não foi a minha surpresa quando, tão logo o segundo peito esvaziou, ele pulou sentado na cama, me escalou, ficou de pé no chão e riu, malandramente. Depois se virou e foi pegar um brinquedo na prateleira.
É, tenho que confessar que esse molequinho de 16 meses deu um baile na mamãe!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Das descobertas nem tão gloriosas

O melhor amigo tinha convidado Alice para ir a uma churrascaria, programa favorito da Alice. De manhã, quando ela acordou, já perguntei se ela lembrava o que ia fazer de tarde. Ela deu de ombros e avisou que não.
"Vou dar uma dica... muuuu", disse eu tentando associar aquela informação.
"Mãe," ela me fitou com um ar intrigado "eu não vou pra fazenda hoje!"
"Não, filha... é pra churrascaria, lembra?"
"Mas a vaca não tem nada a ver com isso, né? Durrrrrrr"
"Uai, filha, como não... não vai comer carne?"
"Carne? Vou..." e ela tomou um ar meio pensativo, cheio que perguntas "mas o que a vaca tem a ver com a carne, mãe?"
"Filha, a carne do churrasco é carne de vaca!"
"É?" Ela já estava, nitidamente espantada, e eu sentindo que se a conversa continuasse, eu provavelmente teria uma vegetariana dentro de casa... ainda assim, achei que era direito dela saber o que comia.
"Ué, filha, de onde você achava que vinha a carne?"
"Sei lá, mãe. Achei que você fazia!"
E assim encerramos nosso assunto. Mandei ela pra churrascaria com o amigo, achando que ela, ao chegar lá, desistiria de comer carne e eu teria, sem querer, arranjado uma senhora encrenca para mim que teria que descobrir como fazer cardápios infantis livres de carne.
Na saída do restaurante, falei com a mãe do amiguinho e descobri que Alice comera como uma verdadeira tigrinha... acho que saber que a carne é de vaca não superou o gosto que ela sempre teve pelo alimento!

domingo, 30 de junho de 2013

Consciência Ecológica

Eu nunca escondi meus sentimentos sobre a tal da Baby Alive, nem da Alice, que muito paquera a talzinha nas lojas.
Nesse clima, outro dia, ela puxou papo comigo sobre como gostaria de ter uma Baby Alive. Eu expliquei para ela que, além de achar a boneca muito cara, ela usava fraldas descartáveis que estragavam muito a natureza. Expliquei que cada fralda leva muitos e muitos anos para sair da natureza.
Alice, sempre atenta, deixou o assunto de lado. Até hoje.
Na TV um anúncio de uma tal de Boneca Dodói. Ela, olhando, atenta.
"Mãe, essa boneca aí estraga o planeta?"
"Acho que não, filha, ela não usa fraldas..."
"Mmmm.. mas usa band-aid!"
"Mas, o band-aid é pequeno, filha, não chega a estragar tanto assim o meio ambiente."
Daí ela parou, pensou um pouco e arrematou
"Então, mãe, essa aí eu posso pedir, sem estragar o planeta, né?"
Há de se amar a consciência ecológica precoce!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Meninos e Meninas

"Mãe, os meninos estão com um plano maligno para matar as meninas!"
"Mesmo? Como é isso?"
"O pai de um deles tem um avião, aí eles vão voar até onde nós estamos, e vai jogar bichos na gente!"
"Um avião? O pai de qual deles tem um avião?"
"Tá, não é um avião, é um cavalo... mas eles vão vir de cavalo e jogar bichos na nossa casa, e aí quando a gente entrar eles vão matar a gente!"
"A cavalo? Jura?"
"É, por isso que nós, meninas, fizemos um plano maligno para matar os meninos!"
"Ah, é? E como é esse plano?"
"Isso eu não posso contar!"

E assim começa a relação entre eles e elas!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A triste realidade de uma Cupcake Surprise, por Alice

"Olá, eu sou a Cupcake supresa de Chocolate com menta!"
"Olá, eu sou a Cupcake surpresa de Chocolate com framboesa!"
"Nossa, eu sou sua maior fã!"
"É mesmo? Quer vir morar comigo?"
"Boa idéia, onde eu moro todos querem me comer, daí, quando eu viro minha saia e descobrem que eu sou uma supresa, me deixam jogada no chão de tanto susto!"

Sem mais!

domingo, 23 de junho de 2013

Minha pequena democrata?

Alice estava no carro, planejando as atividades que quer fazer com os primos durante a semana que passará com eles nas férias. Tinha tudo traçado na cabecinha dela.
Como conheço a figura, e sei que quando as coisas não são exatamente como ela pensou que iriam ser, ela fica muito emburrada, decidi que seria bom intervir desde já.
"Filha, acho que temos que deixar algumas atividades para as outras crianças decidirem também, né? Afinal, estamos numa democracia! Sabe o que é uma democracia?"
"Não!"
"Democracia, filha, é quando todo mundo pode dar idéias e juntos escolhemos quais as melhores idéias. Quanto mais idéias, mais legal, né?"
"Não sei não, mãe, acho que é melhor não ter idéia demais não, viu!"
E assim, minha pequena democrata autoritária me mostrou que talvez estejamos precisando trabalhar melhor nossos conceitos dedemocracia e vida em grupo!

sexta-feira, 31 de maio de 2013

A lógica espacial

Alice adora mapas, que ela chama de NAPAS, não importa quantas vezes eu diga a ela que é com M. Vive fazendo mapas e mais mapas com o pai. Já fez mapa do passeio ao Cristo Redentor, já fez mapas de tesouro, mapas de piratas.
Acho legal esse interesse a aproveito para ir ajudando ela a desenvolver o senso de direção, de espaço e de orientação espacial. É um exercício bem gostoso. Sempre que saímos peço para ela ir olhando o caminho, me dizendo o que reconhece, por onde já passou e assim por diante.
Hoje fomos levar o pai ao trabalho, na volta comentei com ela: "Olha, lembra que quando fomos levar o papai, o Jardim Botânico estava do lado de cá? Agora, quando voltamos para casa, ele está do lado de lá!"
"Não, mãe, o Jardim Botânico tá do mesmo lado, quem mudou de lado foi a gente!!!!!"
Lógica irrefutável!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Senso de justiça

Alice e Lucas assistiam Barney, Festa na Praia. A música dizida "Chuva, vai embora, vai molhar outro lugar, nós queremos ir brincar, chuva pode parar..."
Alice, num tom indignado, me diz: "Não é justo! Se eu não quero a chuva, eu não devia mandar ela pra outro lugar. Eu devia mandar ela não chover. Porque se eu mandar ela pra outro lugar, uma outra criança vai ficar sem poder brincar ao ar livre também!"
E, assim, ficou claro que ela entendeu a lição sobre não desejar aos outros aquilo que não deseja para você mesmo!

sábado, 27 de abril de 2013

Carrossel

Na TV um anúncio dos bonequinhos do Carrossel.
"Mãe, o que é esse Carrossel?"
"Sei lá, filha, nunca vi!" (Tá, eu SEI o que é, mas realmente nunca vi!)
"Todo mundo lá da escola adora, menos eu!"
"É mesmo, filha... puxa, e eu nem sei direito o que é!"
"Será que eu posso ver também?"
"Alice, eu não sei nem onde passa, nem o horário que passa!" (Gente... isso é verdade, viu! Eu não sei mesmo! Só sei que é depois do horário que a Alice dorme!)
"Ahhh... Eu queria ver um dia... Até a Luisa (leia-se melhor amiga) já viu!"
"Ué... se você descobrir onde passa, se for num canal que temos em casa (família ET não tem TV a cabo!), e se passar em um horário que você ainda está acordada, tentamos ver um dia..."
"Mas, acho que não vou gostar mesmo! Acho que eu sou a única que não gosta!"
"Mas, você gosta de tantos outros programas legais! Você, por exemplo, gosta dos desenhos do Tintin... Aliás, você é a única que eu conheço que já leu quase todos os livros do Tintin... e eu tenho certeza que ler o livro do Tintin é mais legal do que ver qualquer carrossel!"
"É, eu gosto mesmo do Tintin!"
E, assim, acho que por mais um tempo eu consigo manter Alice desinteressada desse tal de Carrossel...
Há quem ache que eu estou alienando minha filha e ganhando pontos na liderança da Liga das Piores Mães do Mundo... eu gosto de pensar que estou preservando a infância dela!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O tal do papai do céu...

Alice, muito curiosa, veio me pedir para explicar para ela o que era religião. Eu, logo eu, atéia até o último fio de cabelo, tive que me coçar para encontrar uma resposta que não influenciasse a escolha dela, porque acredito que ela deverá escolher, por conta própria, e com conhecimento de causa, a religião que quer seguir ou mesmo SE quer seguir alguma religião.
"Papai do céu, minha filha, é diferente para cada pessoa. Tem pessoas, por exemplo, que não acreditam que existe um único papai do céu. São pessoas como eu, que acreditam que cada pessoa é o seu próprio papai do céu, que o papai do céu é aquilo que sentimos no nosso coração, são os ateus. Já outras, como a sua prima, acreditam que papai do céu é um cara que não teve filhos, ainda... mas que um dia terá, esse são os judeus. Outras, como o seu pai, acreditam que o papai do céu teve um filho chamado Jesus, são os católicos. E, tem outras pessoas que acreditam no papai do céu de outros jeitos. Mas, o mais importante é que seja como for, precisamos todos aceitar que o papai do céu, para cada pessoa, é diferente, e, tudo bem, porque ninguém precisa acreditar nas mesmas coisas, né?"
Ela parou, pensativa, repetiu meia dúzia de palavras em voz baixa, para ela mesma. Depois me olhou e declarou:
"Então pronto, eu acredito que o papai do céu teve um filho, porque eu tenho um bonequinho do Jesus e acho que ele é de verdade."
"Então você é Católica, minha filha, como o teu pai..."
"Tá bom... então sou!"
E, toda contente, seguiu com suas atividades. Só torço para ela não me pedir para ensiná-la a rezar um terço!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Alice e a arte

"Mãe, porque criança desenha melhor do que adulto?"
A conversa começou assim, já de cara com uma pergunta irrespondível!
"Não sei, filha... talvez porque os adultos estejam muito preocupados com o que os outros pensam daquilo que estão desenhando, aí não conseguem desenhar direito! Lembra do Picasso, aquele do livro que nós lemos juntas? Ele não ligava muito para a opinião dos outros!"
"E ele fazia uns quadros muito legais! Então, mãe, acho que eu não vou nunca querer saber o que os outros pensam dos meus desenhos!"
Essa é a minha pequena Picassa!

quinta-feira, 28 de março de 2013

Toontastic: A Princesa e a Concha

Depois de muito, cedemos ao IPad e compramos um para a nossa casa. Nele, Alice criou essa animação, eu AMEI!

A Princesa e a Concha - de Alice Perri Neves

quarta-feira, 27 de março de 2013

O inglês

Eu sempre cantei para a Alice em inglês, com frequência nós assistíamos DVDs em inglês e, não raro, eu lia um livro para ela em inglês. Mas, na medida em que Alice foi crescendo, isso foi ficando mais difícil, já que ela já não aceitava o "não entender" o que eu falava.
Mas, na escola ela tem aula de inglês, 4 vezes por semana, e, de boa qualidade. E ela adora as aulas, os personagens do livro utilizado, as músicas que aprende. Volta e meia me surge com uma palavra nova: "Mãe, olha, tem um tiger nessa foto! Tiger é tigre... em inglês, tá?"
Recentemente, não sei se por sugestão da minha mãe ou por curiosidade própria, veio me pedir para conversar em inglês com ela de vez em quando. "É para eu treinar, mãe!"
E eu, lógico, acho graça e entro na onda.
"Mother, you pets?"
"Yes, I have Teca and Luna. How about you, do you have pets?"
"Yes, dogs! You, favorite color?"
"My favorite color is red, what is your favorite color"
"Red, pink and yellow!" (que, não por coincidência são as cores da música que ela adora cantar!rs)
"I love you, mom! You love me too?"
"Yes, I love you too, daughter!"
"I love baby too, mother!"

E assim nossos longos papos em horas de trânsito se tornaram educativos... ainda que um tanto aleatórios! Mas, um dia chegamos lá, e talvez consigamos fazer sentido!

quinta-feira, 21 de março de 2013

A poesia letrada

"Mãe, aprendi uma poesia pra você na escola!"
"Então declama pra mamãe ver?"
"Com M eu escrevo Amor,
com B escrevo Paixão.
Com M escrevo Mamãe do meu coração!"

Então tá, né?

terça-feira, 19 de março de 2013

A TPM

ALice sofre de TPM, das brabas! Desde ontem que anda meio de ovo virado, tentando brigar com a própria sombra. Isso acontece uma vez ou outra. Eu considero isso um treinamento para a TPM. E, vou confessar, Alice treina BEM! Hoje ela entrou na segunda fase da TPM, a tristeza e a melancolia. Fomos a uma festa, do primo mais velho. Alice sentiu-se deslocada, e acabou meio sem ter com quem ou do que brincar. Com isso, em um determinado momento, veio me pedir para ir embora. Como já era tarde e eu sabia que ela estava cansada, acatei, mas falei que precisávamos nos despedir. "Vamos sim, filha, mas não sem antes ir falar com a Tia Ana. Explicamos para ela que estamos cansadas e que temos aula cedo amanhã, e ela entenderá não ficarmos para o parabéns." Falei, calmamente. "Mas, mãe, eu NÃO ESTOU cansada, estou é de saco cheio! Quero brincar e ninguém quer brincar de nada!" Retrucou ela meio brava. "Eu sei, filha, mas não podemos dizer para a tia Ana isso porque não é gentil, então explicamos que temos que ir dormir, afinal, amanhã tem aula bem cedo." Reforcei. "NÃO VOU DIZER ISSO... VOu dizer que estou de saco cheio, porque NÃO ESTOU COM SONO!" Fechou a pequena. Com isso, desisti de tentar a saída educada e fui embora. No carro, Alice desatou a chorar, explicando: "Tomei banho A TOA. Me vesti toda linda A TOA. NUNCA MAIS quero ir a uma festa. NUNCA MAIS quero fazer NADAAAAAAA! Vou sentar na minha cama e nunca mais saio de láááááááá!" falou entre soluços e lágrimas. "Filha, peraí, deixa eu entender... você não vai mais querer ir a festa nenhuma, nem brincar, nem nada?" Perguntei, tentando fazer ela rir um pouco. "NÃOOOOOOOOOOOOOOO...." Retrucou, aos prantos. "Então, deixa eu entender mais um coisa... posso dar teus brinquedos e tua bicicleta?" Impliquei. "PODEEEEEE!!!!!" "Mas, e se você tiver que fazer pipi?" "Eu vou, faço e volto pra camaaaaaaaaaaaaa!" "E se sentir fome?" "Eu vou comer na cozinha e volto pra camaaaaaaaaaa!" "Tá... e, vai ficar sentada na cama sem fazer nada mesmo?" "Vouuuuuuuu... vou ficar só olhando o Lucas brincandoooooo!" Aí vem dizer que criança não tem TPM!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Lucas: 12 meses

Lucas completou seu primeiro aniversário no dia 1o de março. Celebramos em petit comitê só com a irmã, nós e os avós, um bolinho nu, decorado pela Alice, meia dúzia de pratinhos, copinhos e chapéus de papel. Muito amor e alegria. Perfeito! Lucas é adorável. Um bebê delicioso, cheio de charme. Amo cada pedacinho dele e a cada dia que passa tenho a certeza de que ela é o menininho mais lindo do mundo. Diferente da irmã, Lucas, aos 12 meses, não fala nada além de "ahhhhhh", seguido de um dedo em riste que aponta na direção daquilo que quer. Comunica-se perfeitamente dessa forma. E não mostra nenhuma intenção de ir além do "ahhhhh" por enquanto! Tal qual a irmã, não demonstra nenhum interesse em andar. Está feliz da vida engatinhando e andando agarrado aos móveis da casa! E, ainda que isso seja bem cansativo para mim, eu acho o máximo... sempre amei aquela bundinha de fralda rebolativa pela casa. Dorme direitinho, só acorda umas 2 vezes entre 19.30h e 6.30h. As vezes acorda 3 ou 4. As vezes vai parar na minha cama porque estou cansada demais para ficar sentada com ele na poltrona até ele cair no sono de novo. Outras vezes mama rapidinho e capota de novo no bercinho dele. E eu adoro as duas situações. Acordar com ele agarradinho em mim na minha cama é delicioso! Estou exausta, isso é lógico, mas, sei que isso logo acabará e eu morrerei de saudades de cada momento que passei acordada na madrugada com ele! Ainda mama, em livre demanda, e não demonstra o menor interesse em desmamar. Eu amo amamentar, e, as vezes, no cansaço extremo ou após uma bela mordida, penso em desmamar. Depois passa o pensamento e eu continuo amamentando, e amando cada segundo disso! Um dia eu sei que ele vai desmamar, e eu, bem, vou sentir uma saudade enlouquecida dele agarradinho em mim, me olhando com aqueles olhos amendoados que só surgem quando ele está no peito. Lucas é um jacaré, já tem 8 dentes bem nascidos! O sorriso dele é delicioso, cheio de dentinhos esbranquiçando aquela boquinha tão bem recortada. O sorriso dele é meigo, é cativante. Não tem a gargalhada solta que nem a irmã tinha, é bem mais contido no "gargalhometro", mas dá umas gargalhadinhas bem gostosas, especialmente para a irmã. Lucas é APAIXONADO pela irmã. Quer fazer tudo que ela faz e ficar com ela o tempo todo. E esse amor é retribuído. Algumas vezes dá confusão. Ele ama tanto que acaba, no seu jeitinho todo especial e sorvetão de ser, destrambelhadamente machucando a irmã. Ela chora, briga, diz que queria ter tido uma irmãzinha, e não um irmãozinho, porque meninas são mais jeitosas e não a machucariam. Mas, 10 minutos mais tarde ela muda de idéia e já o ama loucamente de novo. Não consigo lembrar como era não amar o Lucas. É como se ele sempre tivesse existido nessa família que ele veio completar. Parabéns, Lucas, e obrigada pelo seu primeiro ano enchendo essa família de alegria!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Tem dia que a corda estica

Já tinha 3 noites que eu não dormia direito, as crianças acordando direto. Então o sono estava pesado. Daí que fui me abaixar para pegar o naniquinho de 10kg e, pimba, uma dor fortíssima no meu ombro. Mal conseguia mexer o braço esquerdo. A dor era tanta que eu tinha a sensação do braço estar pesando uns 100kg. Mesmo parado, doía. Somou-se a isso o fato do Lucas, por estar acordando muito durante a noite, estar chorão e exigindo muito de mim. Só queria colo o dia inteiro. Mas, como todo bebê de 1 ano, não parava quieto quando vinha para o colo. E o ombro, a cada movimento, parecia queimar. Não deu outra, no meio da tarde o cansaço venceu e eu desabei. O choro subiu fácil. Na hora eu estava na aula de acrobacia da Alice, onde todos me conhecem e, imediatamente, ficaram preocupadíssimos que alguma coisa podia ter acontecido para me ver assim, porque quase sempre sou sorridente e brincalhona. E eu tive que explicar: "não é nada, a corda esticou e quebrou, só isso... faz parte de ser mãe, né?" As pessoas idealizam a maternidade, acham que é tudo lindo e maravilhoso. E, quando alguém ousa reclamar de qualquer coisa, sempre aparece alguém para soltar a infâmia de que "ser mãe é padecer no paraíso"! Ok, vamos por partes nessa daí. Sim, eu AMO ser mãe e não trocaria esse meu "emprego" por nada nesse mundo. AMO meus filhos e ADORO estar com eles sempre. Optei por não trabalhar fora de casa, justo para isso, poder tê-los comigo sempre. Mas, vamos combinar que nem por isso a minha vida é só delícias! Existe o lado B dessa vida! Mãe que não trabalha fora e não tem babá, não tem trégua, não tem férias, não tem final de semana, não tem expediente, não tem pausa. Mãe que não trabalha fora e não tem babá não pode ficar na cama no dia que está com febre e com dor. Mãe que não trabalha fora e não tem babá fica de plantão dia e noite, noite e dia, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 12 meses por ano, sempre, sempre, sempre! E isso, acreditem, não é pra qualquer um. Mãe que passa o dia inteiro com filho ouve voz de criança o dia INTEIRO, faz exercício físico o dia inteiro, dificilmente passa um dia sem ouvir um choro, raras vezes passa um dia inteiro sem ouvir pelo menos uma manha, por mais educadinho que seja o filhote. Mãe que não trabalha e não tem babá tem que se programar com 1 ou 2 meses de antecedência, porque um simples imprevisto, como uma ida a uma emergência ortopédica, exige um exercício de "você pode pegar pra mim, dá pra você ficar com ele, será que te atrapalharia?" Mãe que não trabalha fora e não tem babá, na hora que o bicho pega, prefere adiar uma visita à emergência do que deixar o filho em casa com alguém. A mãe que não trabalha fora e não tem babá tem que se virar em 2, 3, ou 4 quando um filho, ou dois, adoecem. Tem que encontrar uma fórmula mágica de ficar com os dois quando choram de noite. Mãe que não trabalha fora e não tem babá, tem dia, e são muitos deles, que chegam ao final do dia cheias de dor de cabeça e nem mesmo um bom remédio resolve, porque os filhos (praticamente todos os exemplares do mundo) não chegam ao mundo com controle de volume, e, pedir para um filho para de chorar é compreensível, mas pedir para uma criança parar de brincar alegremente e em voz bem alta com seu irmão querido que, por sua vez, grita de alegria com tudo que a irmã faz, não é razoável. Então, você que está pensando em viver essa experiência de ser mãe que "não faz nada", que "fica em casa o dia inteiro", pense bem se tem estrutura para isso, e, se decidir que tem, bem, aceite o fato que tem dia que a corda estica e estoura, e, nessa hora, esteja onde estiver, você vai desatar a chorar que nem bezerro desmamado, porque, veja bem, você é humana! Mas, lembre-se que vai passar e que, no final, tudo vale a pena. Na hora que seu filho te der aquele abraço na cama e te disser que te ama, você vai conseguir re-afinar essa corda que esticou...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Ainda sobre a Liga das Piores Mães do Mundo

"Mãe, não é justo, eu já tenho CINCO anos, já posso fazer um monte de coisas e você não me deixa fazer NADA!" declarou ela, revoltada, num momento de reflexão. "Não deixo fazer nada? O que, exatamente, você quer fazer, que eu não deixo? Se me explicar, direitinho, quem sabe eu deixo?" cutuco, esperando para ver o que ela iria pleitear. "Por exemplo, você NUNCA me deixa encostar em nada nos banheiros públicos!" E, assim, fechou a cara e confirmou que eu sou a PIOR mãe do mundo! Agora estou pensando seriamente em liberar que ela e esfregue nas paredes dos banheiros de estrada nas nossas viagens!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

LPMM - A Liga das Piores Mães do Mundo

No carro, os filhos da minha prima conversavam. "Que nada, a Tia Mari é MUITOOOOO pior que a mamãe, ela não deixa nem a Alice entrar na internet!", disse um. "Verdade, e, acredita que ela não tem NET em casa?" Retrucou o outro. E, assim, eu fui promovida a presidente da Liga das Piores Mães do Mundo!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A circuncisão na visão infantil

Lá estava eu dando banho no Lucas e o primo de 8 anos ajudando. Então ele me explica: "Tia, como o Lucas ainda é muito pequeno, só precisa lavar o pintinho dele de leve. Quando ele for mais velho, vai precisar lavar melhor. Tem que abrir um pouco a pele. Agora não pode, senão arde. Mas se não fizer assim quando ele for mais velho, aí vai acontecer que o pinto cresce demais e tem que cortar um pedaço fora... que nem aconteceu com o meu pai..." Nem preciso elaborar muito sobre a gargalhada que não consegui conter, né?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O banho dos homens adultos

Alice toma banho com o pai com alguma frequência. Não necessariamente por pudor, mas talvez para preservar um pouco a baixinha, meu marido costuma tomar banho de cueca quando está junto com ela. Na verdade o costume começou quando ela ainda era bebê, e soubemos de um amigo cuja filha acabou apertando, inadvertidamente, o que não devia, causando grande dor no pai. Daí o costume ficou e, até hoje, ele toma banho assim quando ela está junto. Hoje, era eu quem estava tomando banho com ela. "Mãe, porque é que os homens adultos tomam banho de cueca?" "Mmmmm... boa pergunta... o pior é que eu juro que não sei a resposta..." Pega de surpresa, eu não sabia muito o que deveria responder, precisava comprar tempo para pensar numa resposta que não criasse um tabu. "Será que é porque eles sentem muito frio na perereca?" Questionou. A minha gargalhada não teve como ser contida. "Filha, acho que não tomam não... o papai só toma de cueca porque acho que ele fica meio tímido de ficar pelado na frente de meninas." "Mmmmm... talvez..." respondeu a nanica bem pensativa. "É, eu também sou meio tímida. Fico com vergonha de falar com pessoas que eu não conheço. Mas, não ligo de tomar banho pelada com o papai não, tá." E assim ela pareceu satisfeita com a resposta e deu o assunto por encerrado... veremos até quando!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Pais adotativos

Papo de neta e avó: "Meus pais são adotativos, porque eu vim do espaço! Mentira, meu avô disse que eles me encontraram num cestinho, mas não é verdade. Meus pais não são adotativos. Eu sei disso porque minha mãe encontrou, naquela bagunça HORRENDA*, um livro lindo que contava a história do dia que eu nasci!" Sim, essa é a minha filha não adotativa! * A bagunça HORRENDA a qual ela se refere é, nada mais, do que o quarto dela, que estava um CAOS e foi inteiramente organizado, junto com ela, essa semana!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Desvendando os números

"Mãe, sabia que eu tenho 30 dedos?" "Como assim? TRINTA? Melhor conferir isso aí, filhoca, acho que você contou alguma coisa errada aí! Conta aí, com bastante atenção!" Daí comecei a ouvir a contagem atenciosa dos dedinhos: "Um, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10... 18, 19, 20, 21... Tem razão mãe, não são 30, são só 21!" "Vinte e um? Como assim, filha... acho que você deve contar de novo, só pra ter certeza..." E lá foi ela de novo: "Um, 2, 3, 4, 5, 6... 18, 19! Mãe, você estava certa, tem só 19!" Tentando conter as minhas gargalhadas, pedi a ela que, novamente, contasse, com calma e um a um. E lá foi ela para a terceira contagem. "Um, 2, 3, 4, 5, 6, 7...19, 20! São VINTE, mãe, VINTE! Affff... eu já estava até meio preocupada!" E eu, bem, só posso dizer que respirei aliviada no banco da frente ao me certificar que minha filha, de fato, não tinha 30 dedos!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Das coisas que os idiotas falam

Éramos os segundos da fila, Lucas já estava perdendo a paciência no carrinho, Alice do lado, comportadíssima, esperando para comer seu tão desejado pão de queijo. Na nossa frente uma moça enroladíssima demorando um tempo longuíssimo para decidir se queria uma porção de pães de queijo com uma água ou um pão de queijo grande com um cafezinho. Quando finalmente se decide, Lucas já estava fazendo os seus tradicionais sons de queixa. Ela se vira para trás, olha para ele, ele sorri, bonzinho e simpático que é. Ela olha para a Alice, que nem está muito prestando atenção nela.
"Nossa, são muito parecidos, né?" Ela diz, pegando no pesinho do Lucas (eu ODEIO quem pega no pé do meu filho sem me conhecer!).
"Aham..." retruco, um tanto desinteressada.
"Você ajuda a sua mãe a tomar conta do seu irmão?" Agora para a Alice.
"Ajudo..."
"Ele já começou a te encher o saco? Já começou a querer roubar todos os seus brinquedos e bonecas?"

Agora, me explica, porque diabos alguém tem que fazer um comentário desses para uma criança de 5 anos?

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O que você vai ser quando você crescer? (vídeo patrocinado)

Alice tinha uns 3 anos quando decidiu, pela primeira vez, o que queria ser quando crescesse. Por conta de uma alergia a uma fralda, ela tinha ido a uma consulta numa dermatologista muito simpática que a conquistou. Depois disso começou a declarar para quem quisesse ouvir:
"Eu vou ser médica, hematologista, que trata do bumbum das pessoas!"
E ai de quem tentasse explicar que não era bem por aí!
O tempo passou, Alice passou a conhecer outras especialidades médicas. Decidiu então que seria médica sim, mas das que "colocam o bracinho das pessoas de volta no lugar" (Alice tinha uma condição chamada pronação dolorosa, que a levava, com freqüência, ao ortopedista).
Mais adiante ela concluiu que não era nada disso que ela queria, ela queria mesmo era ser "vetelinária", para cuidar de bichinhos, que é o que ela mais ama no mundo.
Mas, como ela queria agradar a todos os membros da família, e ao mesmo tempo fazer tudo o que gostava, ela decidiu que seria Veterinária com a mamãe (sabe-se lá porque!), Mecânica de carro com o papai e Costureira com a vovó.
Bem, de uma coisa eu tenho certeza, com tantos empregos, de fome ela não morre!


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(Este post foi patrocinado pelo sabão em pó OMO, para que as patinhas dos animais e a graxa dos automóveis possam, enfim, ser apagadas das roupas da minha pequena profissional!)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Wikimãe

Alice passa o dia perguntando. Pergunta um pouco de tudo, desde coisas banais como o que teremos para o almoço, até coisas filosóficas e complexas que envolvem a origem de palavras que ela ouve por aí e a desconstrução da mesma para entender seu significado.
"Mãe, o que é Capri?"
"Capri?"
"É de Capricórnio!"
"Ahhhh... quer dizer cabra... e córnio é de chifre..."
"Então é uma cabra com chifre?"
"Isso..."
"E, por que eu sou Capricórnio?"
"Porque nasceu no dia 18 de dezembro..."
"Mas, por que quem nasce no dia 18 de dezembro é Capricórnio?"
"Porque a Astrologia definiu isso."
"Mas, por que?"
"Alice, essa é uma daquelas perguntas que eu não sei como responder..."
E, então, ela se cala por alguns segundos (e segundos não é força de expressão... são segundos MESMO!) e recomeça:
"Mãe, por que temos que chamar pé de pé e não de mão?"
"Mãe, por que é que o mar é salgado?"

Não basta ser mãe, tem que ser Wikimãe!