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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Eu quero uma casa no campo

Cresci indo a cada duas semanas para a casa da minha vó, em minas. A cidade em que ela morava não era pequena, mas ela morava em um bairro afastado, com um nome que já diz tudo: Floresta. Era um sítio enorme, no meio do mato, onde eu fazia trilha, ia procurar disco voador (no bom sentido!) e onde meus primos me davam sustos com histórias de fantasmas. Enfim, onde uma menina crescida no Rio podia ter uma infância livre e normal.
Vovó morreu, me mudei, mas minha irmã e meu pai ainda moram na Floresta. O sítio continua do mesmo jeitinho, com todo o espaço pra Ana brincar. E aí ontem ela me pediu pra ir pra lá. Eu falei que vamos sim, nas férias. Aí ela disse que gosta bem mais de ir pra lá do que de receber as primas aqui. Eu perguntei por que, e ela me disse:
- Porque aqui não tem uma floresta.
É, realmente, aqui não tem uma floresta!
Má.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

As Caravelas - Atualizado


"Mãe, eu tô fazendo uma caiavela com a tia Luiza" disse ela assim que entrou no carro.
"É mesmo, amor, e o que é uma caravela?" perguntei curiosa.
"É um barco!"
"É mesmo? E quem andava nele?"
"Os potugueses!"
O ar era de alguém que me revelava o grande segredo da existência da humanidade.
"Eles tavam tentando i paia a Índia, mas aí acabô o vento, e aí eles erraiam o caminho, e aí vieiam paia aqui e chamaiam de Basil! E tinha um monte de índio!"

Então tá, né? É isso que eles estudam no maternal II agora? Será que dava pra ter me avisado que eu ia ter que me atualizar com essa matéria quando ela estivesse com singelos 3 anos de idade?

Hoje consegui gravar a narrativa... dessa vez ela resolveu caprichar!!!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Os Quereres

Apareceu uma estrela no céu. A priminha exclamou: "Olha, uma estrela, vamos fazer um desejo!" Alice prontamente coloca suas mãozinha juntas, em prece (não me perguntem de onde ela tirou isso, a mãe atéia nunca ensinou esse gesto!rs), olhinhos fechados e alguns segundos de silêncio (estou começando a achar que vale a pena ensinar a rezar, só assim temos segundos de silêncio!rs), depois ela corre na minha direção e eu me abaixo para ela me contar, em segredo, o que desejou.
A mãe esperando ouvir algo como uma boneca, um brinquedo, uma bala, quase cai para trás quando ela confidecia, ao pé do ouvido, o seu desejo secreto: "Mamãe, eu pedi uma irmazinha, tá?"
Talvez eu deva repensar todo o conceito de TV e deixá-la assistir todos aqueles anúncios de brinquedos irresistíveis, porque eu ainda não sei como explicar para ela que realizar esse desejo já não está mais no meu controle...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O cinema

Já tinha um tempo que eu não ia ao cinema. Nem tanto por falta de tempo, mas porque eu não curto cinema mesmo. Prefiro mesmo alugar o filme depois e ver no conforto da minha casinha, onde não preciso encarar filas, e onde, de quebra, se eu quiser fazer pipi, posso apertar pause. Alice já tinha ido algumas vezes com a avó, que adora uma sessão de pipoca com filminho do lado da neta.
Certo dia proponho à Alice uma sessão "cineminha" em casa. Ela topou prontamente. Alugamos um filminho e voltamos para casa. Ela chegou em casa, correu para o sofá e se sentou toda animada. Eu coloquei o filme e sentei ao lado dela.
E foi aí que aconteceu!
"Mãe, e o óculos?" perguntou ela.
"Que óculos?" respondi meio intrigada.
"O do têsdê, ué!" retrucou o projeto de gente com um certo tom de indignação.
"DO O QUE????" questionei sem entender nada.
"O têsdê!!! O óculos que tem que botá no cinema!"
E então me veio a luz... lógico! Ela, até hoje, só tinha ido a cinema 3D, cinema sem óculos não fazia o menor sentido na cabecinha da minha baixinha modernosa!
Desde então, sessão cineminha em casa inclui um par de óculos 3D daqueles BEM vagabundos, sabe os que tem uma lente de cada cor. Não servem pra nada, mas pelo menos dá a sensação mais realista de cinema de verdade!

Ps - não se esqueçam de se cadastrar lá no Malinhas Sem Alça para o sorteio da Bebê Moderno!!!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tem sorteio no Malinhas!

Queridos leitores, não deixem de passar no nosso outro blog, o Malinhas sem Alça, para participarem do sorteio de peças da Loja Bebê Básico!
Esperamos vocês por lá!
Má.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Senso de oportunidade

Alice não é dada a malcriação. É uma criança obediente, na maior parte das vezes. Aceita bem o não e não é de ficar pedindo mundos e fundos. É lógico que tem dia que faz das suas, como toda crianca. Tem lá suas teimosias e tal. Mas nada que uma boa negociação não resolva. Só tem uma situação que não tem negociação, não tem bronca, não tem conseqüência*, não tem absolutamente nada que a faça parar com a malcriação. Geralmente esse é o mesmo dia que eu estou gripada, um lixo, um trapo, com nariz de chafariz e cabeça de bigorna!
Eita senso de oportunidade, não?


* na minha casa, quando eu era criança, os castigos consistiam em ter um brinquedo tirado temporariamente de nós, sentar para pensar no que fizemos, deixar de fazer um programa legal, ou algo do gênero. Basicamente é a mesma coisa que eu faço com a Alice, mas, por algum motivo a linguística moderna acha mais correto chamar isso de "conseqüência", então, pelo bem da minha sanidade e para evitar que saiam me crucificando como se eu fosse uma torturadora de filhos, eu adoto o novo termo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tô com cara de idiota?

A Ana está terminando o primeiro ano, e agora em agosto vai para o segundo. Ela muda não só de série, mas também de "campus": sai da chácara, onde ficam os pequenos, e vai para a "escola dos grandes", que atende até o segundo grau (sei que não tem mais este nome, mas quem consegue decorar?). Aí, para celebrar esta mudança, a escola vai fazer uma apresentação dos pequenos e vai ter o acantonamento, uma noite especial em que as turmas do primeiro ano dormirão na escola. Achei o máximo!
Bom, mas aí veio o tal do "serviço de fotografias"... Claro que ninguém é obrigado a fazer, mas você fica com vontade de ter fotos do seu filho em diversos momentos de atividades na escola, não é? E além disso, você ainda teria várias fotos do seu filho curtindo-adoidado-com-os-amigos-em-uma-noite-de-muitas travessuras-e-diversões (na voz do locutor da sessão da tarde). Aí vai ver o preço... Gente, o pacote mais em conta custa R$300 (só o CD com poucas fotos). Se você quiser o álbum e filmagens, paga perto de R$1.000. Ah, pera lá! com cara de idiota???
Que os bons momentos fiquem guardados na alma, que é onde devem ficar. E fim de papo!

Os ossos

"Mãe, sabe paia que servem os ossos?"
"Não, filha, não sei... você sabe?"
"Sei... é paia a gente ficar durinho!"

Então tá, né...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A dor

"Mãe, como acontece a dor?"
OI? É sério? Minha filha de 3 anos e 4 meses realmente quer saber isso? Peraí! Ela, ontem, ainda estava comendo papinha e fazendo a maior sujeira com as frutinhas. Ela ainda usa fraldas noturnas! Não é capaz de conceber um conceito tão abstrato, não acham? Eu achava.
"Como assim, filha? Não entendi o que você quer saber!" Perguntei, ainda incrédula da pergunta.
Com os olhinhos curiosos, como sempre tem, ela repetiu: "É, mamãe, como é que acontece a dor?"
Ainda tentando entender a pergunta, resolvi tentar explicar de alguma forma que podia fazer sentido na cabeça de uma criatura tão pequena.
"É assim, filha, dentro do teu corpo tem um monte de soldadinhos. Esses soldadinhos sempre tentam te proteger. Aí, quando alguma coisa te bate e te machuca, eles vão todos correndo para aquele lugar para brigar com essa coisa e como eles brigam, acabam fazendo doer aquele lugar..." (HEIN???) "Era isso que você queria saber?"
"Mmmmm... então, quando eu bato meu pé na paiede..." (vejam bem, ela sequer sabe falar seus erres e já quer entender um conceito tão complexo como a dor??? Como assim???) "...os soldadinhos vão paia o meu pé e batem na paiede e aí o meu pé fica doendo?"
Pensei por um segundo e não consegui falar nada além de "É, acho que é isso..."

Tem horas que a criatividade da mãe precisa correr atrás do prejuízo, né?

terça-feira, 12 de abril de 2011

Pai e Filha

Antes de começar essa historinha, para que ela faça sentido, sou forçada a confessar uma pequena esquisitice minha. Detesto posto de gasolina, ODEIO, com todas as minhas forças. Só paro em posto quando não tem outro jeito e o carro já começa a implorar por, pelo menos, um cheiro de gasolina. E sou do tipo que para, enche o tanque e vai embora, sem ficar olhando nível de água e óleo, calibrando pneu, limpando vidro, etc. Minhas paradas ali são absolutamente burocráticas. E, tem mais, se eu estou no carro e meu marido para no posto sem me avisar antes, fico danada da vida! Não perguntem, é assim e pronto.

E assim, vem a historinha... Alice foi para a escola só com o pai, coisa que é rara. Normalmente sou eu que a deixo e quando o pai a leva, geralmente estou junto. Mas hoje foram só os dois. Ela estava eufórica com a idéia de ir para a escola só com o pai e já saiu de casa falante e saltitante (não que ela deixe de ficar falante em outros momentos do dia... acreditem, ela fala sempre, o tempo todo, constantemente... mas hoje estava ESPECIALMENTE falante). No meio do caminho surge o diálogo.
Alice: "Pai, ainda bem que a mamãe não veio, né?"
Pai: "ué, filha, porque???"
Alice: "Assim você pode paiá no posto! Apoveita papai, paia no posto!"

É, acho que minha maluquice já foi percebida por ela, né?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mico Preto

Alice adora jogar Mico Preto, mas ODEIA a idéia de acabar com o Mico Preto na mão. Sempre tenta arranjar uma forma de jogar o jogo SEM o Mico Preto. E nós sempre explicamos a ela que é impossível jogar Mico Preto SEM o mico preto.
Hoje ela resolveu o problema. Pegou uma cartinha em branco e desenhou uma Mica Preta, assim o Mico Preto deixa de micar e passa a ter sua parceira constante...
E assim ela voltou a curtir o jogo!



quinta-feira, 7 de abril de 2011

O luto coletivo

Em nome do nosso blog, me solidarizo com as famílias que hoje choram a morte de seus pequenos pelas mãos da insanidade humana. Me solidarizo também com as mães das crianças que sobreviveram a esse terror e que verão seus filhos acordarem noite após noite aterrorizados com a memória do que aconteceu ali e que precisarão ter muita força para voltar à escola, onde a memória de seus colegas permanecerá para sempre.
Que todos encontrem a paz de espírito...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A natação

Quando Alice era bem pequena, com cerca de 8 meses, eu a coloquei na natação. Na época eu morava ao lado de uma super academia e nos inscrevi na aula baby de lá. A aula era cheia de pedagogias, técnicas e tal. Era um tal de musiquinha do elefante que pula para cá, e para lá. Um tal de pega brinquedinho que flutua aqui e lá. Para aquela idade era perfeito. Ela adorava. Mas ela foi ficando mais velha e quando estava com cerca de 1 ano e meio ela curtia mais a bagunça do que a aula em si e acabava não fazendo nenhuma das atividades. Além disso entrou o inverno e a época das viroses mil. Juntando isso com um ambiente fechado, com ar condicionado e piscina aquecida, a criança virou um poço de catarro que não tinha mucolítico que resolvesse. Tratei de tirar a pequena da academia e ela melhorou sensivelmente.
Mas o tempo passou e chegou o momento que aprender a nadar se tornou imperativo. Eu sou da tese de que ninguém pode passar a infância sem saber nadar. Aprender a nadar é, além de uma questão de segurança, uma daquelas coisas que quem não sabe fazer acaba se frustrando. Eu mesma levei muito tempo a tomar coragem e tirar as boias... fui tirá-las depois dos 6 anos, e morria de vergonha de não saber nadar.
Procurei academias perto de casa com natação infantil e não encontrei nada que me agradasse. As academias que encontrei eram longe, em lugares onde estacionar é impossível e os preços eram surrealmente altos e todas tinham o famoso problema da piscina aquecida em ambiente fechado e com ar condicionado. Foi assim que acabamos na aula de natação da AABB: preço, estacionamento, e .
No primeiro momento levei um susto. A aula era aula mesmo. Não rolava musiquinha, nem brincadeirinhas, nem patatis-patatas. Alice foi colocada na piscina funda, de bóia e instruída a nadar e bater a perninha com força. E lá foi ela.
Achei que ela fosse detestar... mas, para a minha surpresa, adorou! A impressão que tenho é que ela curte não ser tratada como bebê e sim como as crianças das turmas mais avançadas. Sempre sai de lá se sentindo "gande" e toda orgulhosa porque sua melhor amiga na natação tem 3 anos a mais do que ela.
A evolução dela foi rápida. Ela que tinha medo de água em dezembro, depois de uma semana de aula já mergulhava na piscina feliz da vida. Atualmente está aprendendo a fazer o nado crawl... o que me rende boas gargalhadas já que aprende na teoria, fora da água para, depois, tentar na prática dentro da água. O resultado é uma mini pessoa flutuante, com enormes bóias, nadando 25m de uma raia tentando lembrar que "um bacinho vai, passa pela peninha i ispeia o outo chegá, depois o outo vai, passa pela peninha i ispeia o outo chegá..."
Prometi a mim mesma que vou filmar a cena, na teoria e na prática, prometo a vocês que assim que eu conseguir, postarei por aqui...