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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Vida de avô... quer dizer, Pai!

Vez ou outra meu marido é quem leva Alice para a escola. Ela ADORA. Anda toda orgulhosa, mostrando o pai para todo mundo.
Mas, eis que outro dia ela desce do carro com o pai e um amiguinho, com a mãe, os vêem.
"Olha, a Alice veio de pai pra escola hoje!" Exclama a mãe do menininho, percebendo a alegria dela.
O pai, imediatamente, estufa o peito e fica todo contente do lado da princesinha dele.
"Pai nada, mãe, é o avô!" Retruca o filho/amiguinho.
Pronto... o pai murcha e se dá conta que essa é uma das conseqüências de se ter filhos quando somos mais maduros!rs

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ignorando!

Alice está aprendendo a se controlar e não revidar nem aceitar provocações das implicâncias dos amiguinhos, tão comuns nessa fase da vida.
Mas, no meu papel de mãe consciente, estou tentando.
Com isso, explico a ela que quando um amiguinho implicar com ela, ela não deve retrucar, mas, primeiro dizer para o amigo que não é legal implicar, e, se o amigo persistir, deve simplesmente ignorar e ir brincar de outra coisa ou com outra pessoa. Mas que não deve aceitar a provocação porque isso só faz a briga continuar.
Hoje, ela e um dos seus grandes amiguinhos, deram de se dibicar sobre a existência de lagartos no Jardim Botânico. E não conseguiam chegar a um consenso.
O pai dele e eu chamando a atenção deles a cada "bobo/a" ou "feio/a" proferido, até que, finalmente, Alice teve o momento luz e decidiu seguir meu conselho... quer dizer, quase...rs
"Alice é boba e chata... lalalilalala" disse o amiguinho.
Olhando para ele, direto nos olhos, ela retrucou: "Tô te iNginorando!!!!"
"Alice é boba e chata... lalalilalala" repetiu o amiguinho.
"E eu tô te iNgnorando, lalalilalala!" retrucou ela novamente...
E essa troca continuou por cerca de 10 minutos, até que chegou a hora dele descer do carro e tudo voltou ao normal...
Cinco minutos mais tarde Alice já perguntava se podia convidá-lo para brincar na casa dela e, ele, imagino, falava algo similar na sua casa.
E eu acho que a Alice começou a entender o conceito de ignorar a implicância... ou não!rs

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O outro

Essa tese não é minha. Não sei de quem é, me foi contada por aí, por várias pessoas, portanto é impossível creditá-la a quem de direito. Mas, repito, não fui eu quem bolou essa tese, não quero roubar o crédito de ninguém. Mas, como acho a tese genial, replico ela aqui para quem quiser ler.
A chegada do segundo filho é sempre uma encrenca. Por mais que o primeiro filho queira um irmão, que ele diga com todas as letras que está achando o máximo a chegada deste irmão, lá no fundo ele vive um enorme conflito que um adulto é incapaz de compreender. Mas, talvez a comparação mais aproximada seja essa.

Imagine que você se casou tem coisa de 3 anos. Se até agora seu marido chegava em casa todo cheio de energia para te contar tudo do dia dele e ainda te encher de mil carinhos o tempo todo. Agora você já não é mais novidade, a casa já caiu na rotina e tem dias que o marido está morto de cansado e simplesmente não tem energia para te encher de carinhos mil o tempo todo. E ele acha isso normal, afinal, já se criou uma zona de conforto onde você sabe que ele te ama, mesmo sem tudo isso, e vice-versa.
Do nada ele começa a se empolgar com a montagem de um novo quarto. Compra lindas roupas novas, que não são para você. E, então, senta e te explica.
"Sabe, amor, é que eu decidi trazer uma outra mulher aqui para casa. Ela é mais nova e muito bonitinha. Faz gracinhas várias e você vai adorar brincar com ela. Vai ter noites, meu amor, que não vou conseguir te dar muita atenção porque ela vai chorar e preciso ficar com ela. Afinal, ela ainda é muito novinha e não entende como você. Ahhh, e vai ter dias que vai ser assim também.
No início, espero que você não se chateie com isso, não vamos poder fazer muitos programas de sair o tempo todo, porque a nova mulher ainda não está habituada a ir para a rua. E depois ela sempre vai nos acompanhar nos nossos programas... é, aqueles programas só de nós dois, serão agora de nós três. Mas, fica tranquila, porque você vai gostar de ter alguém com quem conversar!
Outra coisa é que ela vai querer ser tua melhor amiga e te imitar em tudo, então espero que você não se incomode de dividir tudo que é seu com ela. Inclusive tuas roupas favoritas!
E, olha, não fique preocupada, pode tirar essa ruguinha da testa, eu vou continuar te amando como eu te amava, e vou amá-la igualzinho eu amo você. Prometo que não farei diferença no amor que eu sinto pelas duas, tá?"
E assim, depois do teu marido passar 9 meses só falando nisso, com todo mundo só perguntando sobre isso, inclusive para você, e depois de uns 3 meses onde seu marido está tão gordo que mal consegue te pegar no colo e sentar no chão para brincar com você, lá vem ela certa manhã. Toda cheirosinha, mas sendo capaz dos mais fedorentos atos escatológicos. E todo mundo acha lindo. Os teus atos escatológicos já foram , há tempos, reduzidos a "ecas" a serem trancafiados no banheiro, os dela vêm seguidos de "que fofinha, que graça!
Ela chega e decide não deixar ninguém na casa dormir de noite porque só quer saber de chorar ou brincar falando alto noite adentro, enquanto você, tem muito tempo, leva broncas se, depois da luz apagada, resolve ficar acordada.
Ela vai quebrar coisas (inclusive as tuas) e ninguém vai falar nada, mas você continuará levando altas broncas por botar a mão naquilo que não te pertence!

É... essa onda de irmão é legal, né?
É importante ter muita compreensão nessa fase, não é esse mar de rosas que pode parecer, viu!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Paradoxo

Alice brava comigo por eu insistir que ela precisava ir para a escola. Eu tentando fazer alguma coisa para distraí-la (que é o pulo do gato para convencê-la a qualquer coisa no mundo sem uma briga do tamanho do mundo).
"Alice, o Lucas quer dar bom dia..." (normalmente isso resulta num grande e carinhoso beijo na barriga...)
"Bom dia, Lucas..." Responde ela meio sem paciência.
"E o beijo dele?" Pergunto.
"Se eu der um beijo nele, você vai sentir! E eu tô de mal de você, lembra???" Ela responde como quem diz a coisa mais óbvia do mundo.

sábado, 22 de outubro de 2011

A redinha terapêutica


Fiquei encantada com a matéria do Globo sobre as redinhas que estão sendo usadas nas UTI Neo de Macéio... quero uma redinha dessas em casa... quem sabe não foi isso que faltou para a Alice dormir bem quando era pequenina???
Quem quiser ler a matéria, é só clicar aqui
Aliás, um daqueles exemplos onde conhecimento popular se mostra mais útil do que mil inventos tecnológicos!

(foto tirada do site do O Globo)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A privacidade dos filhos

Parece até ridículo que uma blogueira materna vá defender a privacidade dos filhos, né? Mas é isso mesmo, gente... acho importante como tema então lá vou eu...
Sempre fui uma pessoa que prezou muito a privacidade. Desde muito cedo meus pais me ensinaram a bater na porta do quarto deles antes de entrar, me ensinaram que não era para eu entrar, sem autorização, no quarto das pessoas. Também me ensinaram que eu, mesmo criança, tinha direito a ter a minha privacidade respeitada. Nunca fuçaram minhas gavetas, nunca leram meus diários, nunca entraram no meu quarto sem bater de a porta estivesse encostada. O conceito era simples:cada um tem direito ao seu espaço.
E isso passava também para o mundo lá fora. Meus pais nunca "apareceram" na escola para ver o que eu fazia lá... se viessem, me avisavam que viriam. Nunca foram falar com professores sem meu conhecimento. Nunca discutiram a minha vida com outros, sem ants me informar que isso seria feito e, normalmente, sem me incluir no assunto.
Na terceira série me lembro bem que tive uma dificuldade qualquer na escola. Minha mãe foi chamada, e, quando a diretora a chamou para conversar, ela fez questão que eu estivesse junto com ela para ouvir e poder me defender.
Acho que isso, esse respeito pela privacidade do outro, foi uma das coisas que mais admirei nos meus pais. Privacidade, acredite ou não, é um valor! E é tão importante quando a ética, quanto a honestidade, e quanto tantos outros valores que precisamos respeitar. A coisa é simples: a vida de cada um é de cada um e ninguém tem o direito de invadir o espaço pessoal dos outros.
E eu faço questão de respeitar isso dentro da minha casa e de ensinar isso para a minha filha. Meu marido e eu temos a política de conversar sobre tudo, de nada esconder do outro. Temos todas as senhas do outro, e acesso pleno a qualquer informação do outro que possamos querer. Mas, NUNCA passaria pela minha cabeça, nem pela dele, de abrir uma carta que esteja no nome do outro, de entrar na caixa de e-mails do outro, ou na conta bancária do outro. Nunca abro a pasta de trabalho dele sem que ele me peça, ele nunca enfiou a mão na minha bolsa sem que eu pedisse. Nunca ele olhou a minha lista de contatos ou telefonemas do celular, nem eu no dele. É simples, temos uma vida em comum, mas temos direito ao nosso espaço. Trata-se de confiança e respeito, e só.
E Alice já entra nesse samba. Já aprendeu que se a porta estiver encostada, não pode entrar no nosso quarto sem bater. Sabe que se tem alguém no banheiro, não pode abrir a porta (aqui não se tranca porta de banheiro). Alice já aprendeu que não pode pegar coisas na minha bolsa, nem na mala do pai. E ela já aprendeu que assim como nós temos o nosso espaço, ela tem o dela. Ela sabe que quando vai ao banheiro, ela não é obrigada a me ter como testemunha lá dentro. Ela me pede para colocá-la no vaso, eu saio, quando ela termina, me chama para ajudá-la a se limpar, mas o momento banheiro ela já ganhou como sendo só dela. Ela também já aprendeu que quando ela está no quarto dela brincando, não é obrigada a me ter lá dentro. Se me diz que quer brincar sozinha, é respeitada.
Quando escolhi a escola que eu queria para ela, uma das coisas que pesou foi esse direito à privacidade da criança. Várias escolas me ofereciam, como "diferencial", o acesso a webcams que constantemente tinham minha filha sob sua mira. Aquilo me causava estranheza. Veja bem, quando escolho a escola, confio, se tenho qualquer motivo para desconfiar, pego meu banquinho e saio de fininho, mas não deixo minha filha lá. O momento escola é um momento que eu entendo como sendo da criança, e não dos pais. É ali que ela vai aprender a conviver e interagir com o mundo LONGE dos meus olhos. A escola, ao meu ver, precisa ser aberta, mas não precisa ser foco de espionagem materna. Aberta, digo, no sentido de que eu, como mãe, preciso ter o direito de entrar na escola a qualquer hora, de qualquer dia, bastando, para isso, chegar ali e pedir para ir até a sala do meu filho, seja acompanhada por alguém da escola, ou sozinha. Aberta no sentido de que a escola não deve ter nenhum ambiente onde a criança fique fora da vista dos responsáveis. Exceto no momento que está no vaso sanitário, o resto do tempo não há porque ocultar atividades.
Aliás, na maioria das vezes que ouço pais falando da escola dos filhos com webcams, ouço o discurso do "ADORO saber o que meu filho está fazendo, adoro dar aquela espiadela!" e quase nunca ouço que os pais olham as cams para garantir que os filhos estão sendo bem tratados.
Em tempos de Big Brother, a coisa toda faz sentido na minha cabeça. Existe uma necessidade extrema de se saber, o tempo todo, sobre o que o outro está fazendo. Ninguém tem mais o direito de estar em algum lugar sem que alguém o observe. Isso, sinceramente, me dá medo!
A escola da Alice é perfeita nesse sentido. Todas as salas têm enormes janelões e, as poucas que não têm, tem portas com vidro para que nunca, em momento algum, a visão para dentro da sala seja obstruída. Existem câmeras de segurança, que podem ser vistas de dentro da sala da coordenadoria, pela coordenadora, que, dessa forma, consegue vencer a lei da física e estar em todos os lugares ao mesmo tempo. A qualquer momento que eu chegue na escola, se eu pedir para ir até minha filha, sou levada de imediato, sem nenhuma burocracia. Não há segredos, não é cantinhos, é aberta. MAS, também não há espionagem. Pais podem entrar e olhar, mas ninguém pode fotografar os ambientes pedagógicos e operacionais da escola sem a autorização expressa da diretoria e ninguém pode, sem o conhecimento da escola, observar as áreas internas onde circulam os alunos.
Essa onda de webcam, conquanto possa parecer um genial avanço tecnológico que se alia aos pais, é perigosa. Veja bem, qualquer um, com a senha, pode observar, em detalhes, a rotina de uma criança ali dentro. E, sabemos bem que senhas de internet são facilmente descobertas... não fosse isso verdade, não teríamos tantas fraudes virtuais e tantos hackers especializados em quebrar e roubar senhas de computador. Curiosamente, aquilo que protege, coloca em risco. Prefiro minha filha segura dentro da escola que eu confio, do que sob a minha espionagem, e de tantos outros que queiram olhar o cotidiano dela!
Além disso, Alice tem o direito de me contar o que quer que eu saiba sobre a escola dela. Lógico que as coisas importantes chegarão a mim pela diretoria, mas o dia a dia, as pequenas coisas, até as surpresas que ela prepara para mim ai, não precisam estar sob meu escrutínio contínuo. Para isso eu pago uma mensalidade cara, para poder deixar minha filha num espaço onde ela tem a oportunidade de se desenvolver em segurança e sob orientação profissional ALÉM do meu controle!
Acho que cada um sabe o que faz, mas, na minha casa é assim que a banda toca. Todo mundo tem direito a ter seus momentos de privacidade, inclusive os pequenos. E acredito que é assim que criamos adultos responsávels, dando a eles a chance de ser o que são FORA do alcance dos olhos de mamãe e papai. Criamos filhos para o mundo, e não para controlarmos todo e qualquer ato que eles fazem.
Mas, como eu sempre digo, isso é só a minha opinião. A opinião de uma mãe que tenta acertar, mas que não é dona de nenhuma verdade.

ps - em tempo, vale dizer que eu publico fotos da minha filha na internet e que conto suas peripécias aqui no blog. Mas, tomo alguns cuidados, entre eles, o de nunca colocar nada que possa colocá-la em risco real e, principalmente, nunca relatar nada que seja tão pessoal dela que possa, no futuro, ser usado contra ela. Conto apenas pequenas "corriqueirices" que refletem o desenvolvimento normal de qualquer criança. E, se um dia ela disser que não quer mais que eu conte suas histórias para os outros, o blog sairá do ar em dois tempos.
Além disso, faço o blog com carinho e não tenho, nem nunca terei, ambições financeiras com ele... minha filha não é um business e nunca será.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

As cores das pessoas

Alice sentada no seu cadeirão do carro brincando com seu Pablo e sua Uniqua.
"Oi, Uniqua"
"Oi, Pablo"
"Uniqua, quer casar comigo?"
"Não posso, eu sou de cor diferente de você!"

Mãe no banco da frente escuta aquele alarme soando alto: MOMENTO PEDAGÓGICO!!!!
"Filha, pessoas de cores diferentes podem se casar sim!"
"Não mãe, não podem!"
"Mas filha, a tia Vi e o tio Si são casados, não são?"
"São!"
"E eles não são de cor diferente?"
"São..."
"E não são felizes e têm um filho lindo?
"Tem!"
"Então, pessoas de cores diferentes podem casar sim, viu!"

Sem responder ela retomou a brincadeira, como quem nunca tivesse parado para falar comigo.
"Oi, Uniqua"
"Oi, Pablo"
"Uniqua, quer casar comigo?"
"Tá, eu posso!"

Será que é tão fácil assim vencer os preconceitos? Se for, estou tão feliz de ter conseguido!rs

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Não vale a pena - a criança cara de pau!

Sou vizinha de porta da minha sogra, por opção, antes que alguém me chame de pobrezinha. AMO a minha sogra e não quero outra coisa na vida além de ser vizinha de porta dela. A melhor parte disso é que Alice tem a avó e o avó bem pertinho e convivem com eles diariamente... acho isso MARAVILHOSO!
A relação da Alice com os avós é o máximo. Eles brincam de tudo... é genial!
Mas, Alice é esperta, como toda criança. E, manipuladora, logicamente. Então, em casa não temos NET, mas nos sogros tem. Então, quando ela está lá pode ver os desenhos que ama.
Hoje, quando ela chegou, a avó estava vendo um outro programa. Me despedi dela e falei que em 20 minutos voltava com o jantar. Ela, com a cara mais séria do universo, declara: "Mãe, acho que não vale a pena eu ficar aqui, né?" E continuou explicando: "é que sem desenho do Super Why, eu prefiro ir ver um DVD na minha casa mesmo!"
Lógico que a avó e eu tivemos que segurar a gargalhada. E daí a mãe parte para a "educação necessária" dessas horas: "Não filha... vale a pena sim porque aqui tem uma coisa que em casa não tem!"
"Tem sim, mãe, o desenho do Super Why!"
"Não, filha, tem a sua avó!"
"Ahh, é..." e correu para o quarto apra buscar um presente, me deixando sozinha para filosofar!
Ser mãe é falar com as paredes!

domingo, 9 de outubro de 2011

Sobre o fanatismo e a educação que se dá aos filhos

Pai presenteou filha de 15 anos com ingressos para todos os shows do Justin Bieber no Rio e São Paulo. Para completar ainda presenteou a menina com passagens de avião de São Paulo para o Rio, e hospedagem, por 2 noites, no Copacabana Palace, hotel milionário na praia de Copacabana onde o Justin Bieber estaria hospedado.
Na véspera do show, a menina não se fez de rogada. Na calada da noite, junto com uma amiga, pegou sua mochila, foi para a rodoviária, embarcou num ônibus para o Rio de Janeiro e, chegando aqui, foi fazer escândalo na porta do hotel do músico. O pai, logicamente, descobriu e mandou virem buscá-la, dando, como castigo, a proibição de ir aos shows.
Então, vamos lá, o que pensar disso tudo?
Bem, eu nunca fui fã amalucada de nada. Na minha adolescência eu gostava muito de várias bandas, como PIL, Paralamas, Legião, Smiths, e vários outros. Não obstante, dada a chance, eu jamais soltaria gritinhos, nem tampouco iria para porta de hotel ficar acampada para soltar gritinhos histéricos ao ver um famoso passar. Também não passava pela minha cabeça atordoar uma celebridade na rua. Para não dizer que sou perfeita, certa vez, andando pelas ruas de NYC dei de cara com o Iggy Pop. Fiquei na dúvida se era mesmo ele. Cheguei perto e perguntei: "Are you Iggy Pop?", e ele respondeu: "Yes", eu, sem mudar muito a expressão que eu tinha no rosto falei: "Cool, I like your music". Ele agradeceu e cada um foi pro seu lado. E esse foi o mais perto que cheguei de assediar uma pessoa famosa.
Talvez por isso eu nunca tenha entendido o que leva uma pessoa a encarar sol, calor, frio, chuva, perigo, incomodo, ou seja lá o que for, só para ver a ponta do fio de cabelo de um cantor. Talvez por isso me revolte um pai e uma mãe permitir que uma filha adolescente chegue a esse ponto de fanatismo. Ok, não dá para impedir uma filha de gostar MUITO de um músico, de achá-lo lindo e coisa e tal... mas dá para proibí-la de ir acampar em porta de hotel, de fazer escândalo e soltar gritinhos histéricos. Ou, pelo menos, dá para não encorajar.
Então, voltando a esse pai do início da história, veja bem... a filha errou, fato! Mereceu o castigo, lógico! Mas, foi ele quem permitiu chegar a esse ponto... um pai que compra ingressos para 4 shows, hospeda a filha no hotel do músico, paga passagem de avião, não mede conseqüências, nem o custo de uma coisa dessas, não está ensinando nada para a filha, a não ser que ela, por ser filha de rico, pode ter e fazer o que quiser. Não me importa se, para ele, o custo disso é irrisório, o valor das coisas são aprendidos desde a primeira infância. É o limite do ter, do poder, do dever. Dar tudo, porque pode pagar, é ensinar que tudo pode, porque é rico.
Então, sim, a menina errou, mas errou por culpa desse pai que ensinou a ela que tudo pode!
E é nesse tipo de caso que eu penso quando eu, conscientemente, digo NÃO para a minha filha. Quando eu não dou aquele brinquedo que é caro demais ou quando não a matriculo em todas as aulas de pinturinha, culinária, estripulias, etc, etc, etc, que ela pede. É nisso tudo e um pouco mais que eu penso quando eu digo para a minha filha, que ainda nem bem sabe o que é o dinheiro, que "isso não dá, filha, é muito caro!"
Talvez eu esteja errada, mas pelo menos eu terei o direito de dar uma bronca bem dada quando ela achar que tudo pode e sair fazendo sem medir conseqüências...

sábado, 8 de outubro de 2011

O filho da vizinha

Antes da Alice nascer, eu tinha uma vizinha com um bebê que chorava o dia inteiro e a noite inteira... era de amargar. E o quarto da criatura tinha uma janela para uma daquelas ventilações internas de prédio, tipicamente carioca. Basicamente, a criança chorava e nós ficávamos acordados amargando o choro. Eu nunca reclamei com os pais, é lógico, mas tive impulsos de processar, de reclamar no condomínio, ou o que fosse... fiquei no impulso...
E então Alice nasceu. Ela não era um bebê chorão. Pelo contrário, chorava pouquíssimo, mas quando chorava era de se ouvir no raio de 10 quarteirões. E eu só pensava na vizinha, e em como devia ter vizinho que me odiava só pelos berros da minha pequena!
E então me mudei para um apartamento sem ventilações internas. Uma beleza. Cheio de idosos. Um silêncio sensacional.
E um dia se mudou para cá um casal com filhos. O menino, uma espoleta, malcriado de dar dó. Grita uiva e faz o prédio inteiro participar de suas birras. E, dessa vez, cada vez que ouço, me compadeço e sinto o impulso de sair correndo e dar um abraço solidário nos pais, porque sei que não tenho santa em casa e que, por mais que minha filha não seja de dar escândalos todo dia, quando dá, é de vender ingresso!
E isso é uma das coisas mais importantes que a maternidade me ensinou: tudo é relativo nesse mundo, até os gritos do filho da vizinha!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

É a mamãe!

Quasem morri de rir quando a Luiza Diener, do Potencial Gestante, comentou, no Facebook dela, que o filho tinha olhado a foto da Débora Secco e chamado de mamãe... isso me fez lembrar uma viagem que fizemos de carro, com Alice ainda pequena, cerca de 1 ano e meio. Era uma viagem de quase 6 horas de carro e a baixinha estava cansada. Se comportava até bem dentro do carro, mas já estava de saco cheio de todos os brinquedos que eu tinha levado para entretê-la. Foi aí que paramos num posto para comer e ela olhou para uma prateleira, se esticou toda e catou, com cada uma das mãozinhas, dois bonecos. Olhou para mim e exclamou: "é mamãe, é papai". E, eis o que eram:




Rimos, mas tentei convencê-la a devolver os taizinhos para a prateleira, e ela os segurava firmemente, abraçava, beijava, feliz da vida repetindo: "mamãe, papai".
Meu sogro, morrendo de rir, não resistiu e comprou os benditos para ela... e por quase um ano, foram os favoritos dela... no banho, lógico, porque eu proibia os trecos de serem levados a público!