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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal!

Feliz Natal a todos!

sábado, 22 de dezembro de 2012

O Deserto

Como sempre, no trânsito, a filha, sentada na sua cadeira, pensativa, começa:
"Mãe, né que no deserto as pessoas morrem de sede?"
A mãe, concentrada ao volante, responde positivamente, sem tentar muito entender PORQUE a pergunta está sendo feita.
"Mãe, e né que se a gente cavar no deserto vai encontrar um monte de osso de gente que morreu de sede no deserto?"
OI? E, aí, responde como?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Gozações

Guria de 5 anos: "Mãe, né que não pode gozar de um amigo porque ele pode ficar magoado e nunca mais falar com você?"
Mãe: "É, é feio gozar de um amigo! Pode ferir os sentimentos do amigo!"
Guria: "Mãe, mas né que pode gozar de pedras porque pedras não têm sentimentos?"
Mãe, como se fosse a coisa mais normal do mundo uma associação desse tipo: "É, filha, de pedra nós podemos gozar sim!"
Guria: "Alguém gozou de você quando você era mais nova?"
Mãe: "Gozou sim, filha... me chamavam de dentuça e eu não gostava de ser chamada assim!"
Guria: "Mas, se a pessoa tivesse feito uma estátua de pedra de você, poderia gozar da estátua, né? Aí não ia ferir os teus sentimentos, porque, pedra não tem sentimento!"

Como é que eu não vi essa vindo?rs

sábado, 8 de dezembro de 2012

A Magia da Imaginação Infantil

Alice, sabe-se lá porque, se encantou com o Tintin. Bem antes de anunciarem o lançamento do filme do Spielberg, Alice já curtia ler os livros do Tintin com o pai e ver os antigos desenhos do Tintin na TV. O pai, fã do Tintin, sempre curte sentar e ler com ela. Juntos, os dois passam horas brincando de faz-de-conta, onde ela é ela mesmo, e ele é Tintin, os Dupont, e todos os demais personagens do cartoon. Trocam "telefonemas" onde combinam dele vir ao Brasil e ela ir à França, onde, supostamente, o Tintin moraria.
Quando o filme foi lançado, ficamos temerosos de levá-la ao cinema, pois o filme podia ser um pouco acima do alcance dela. Preferimos mantê-la só com os livros e o desenho original em DVD.
Numa dessas o pai falou a ela que tinha falado com o Tintin de verdade e que ele mandaria para ela um dos livros, que estávamos com dificuldade de encontrar. O pai comprou também, sem avisar a ela, o filme do Spielberg.
Quando chegou, pegamos o filme e colocamos num envelope, endereçado para ela diretamente do Tintin. Entregamos ao porteiro e pedimos para ele dizer a ela que o carteiro havia deixado com ele com a ordem de entregar somente para ela. O porteiro, que adora a baixinha, entrou na onda e, quando ela entrou no prédio, ele já foi logo avisando que havia chegado uma correspondência em nome dela, vinda de um tal de Tintin.
Alice, incrédula, pegou a embalagem e me pediu para ler as etiquetas: "Para Alice, no Rio de Janeiro" "De Tintin". Ainda sem acreditar muito naquilo, correu para a avó e pediu para que ela lesse.
"Mãe, foi o Tintin que me mandou... o de verdade... agora temos a prova de que ele existe!"
Contente da vida, saiu pelas ruas anunciando para quem quisesse ouvir que o Tintin existia de verdade e que tinha mandado um filme para ela.
Como se isso nao bastasse, quando voltamos do ensaio, o porteiro a chamou novamente e avisou que tinha uma nova correspondência para ela, maior do que a outra. Ela não conseguia acreditar no que ouvia e via. Pegou o pacote e abriu. Deu de cara com o livro raro, comprado usado pelo pai, que ela tanto queria.
"Esse era DO Tintin mesmo..."
E, assim, cismou que precisava LIGAR para o Tintin, para agradecer. Pronto, o pai estava na roubada, agora ele não ia ter como escapar de contar para ela que era tudo uma brincadeira.
Enquanto ela saiu da sala, ele ligou para um amigo e pediu a ele que se passasse pelo Tintin. Dito e feito, conseguiu que Alice CONVERSASSE com o Tintin ao telefone.
E, assim, pulando de felicidade, Alice falou com seu grande ídolo, assistiu ao filme (que, segundo ela é DE VERDADE), e foi dormir deliciosamente feliz, com a certeza de que Tintin é o cara mais legal que ela conhece.
E, nós, pais, babando por ter o privilégio de poder "viajar" com ela nessa deliciosa fantasia infantil!

domingo, 2 de dezembro de 2012

Adoção

"Mãe, é verdade que existe criança sem pai nem mãe?"
A pergunta surgiu na fila do supermercado, assim, do nada.
"É sim..."
"E, onde essas crianças moram?"
"Ahhh, em orfanatos... e algumas são adotadas!"
"Quem adota?"
"Pessoas que não têm filhos e querem ter, mas não podem, ou mesmo pessoas que simplesmente querem adotar."
Por alguns segundos ela parou, pensativa, e, eu, já percebi que ela não ia largar a conversa com essa resposta.
"Mãe, você disse que queria mais filhos. E eu queria uma irmã. Você adota uma?"
"Mas, Alice, não dá, custa caro mais um filho..."
"Ué? Tem que pagar?" Finalizou ela, intrigadíssima.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A pobreza

Sou daquele tipo de mãe que não gosta de filho alienado das realidades do mundo. Quando Alice olha para um mendigo na rua, logo explico que aquela pessoa é pobre e não tem onde morar e que isso é triste e difícil. Quando ela não quer comer por capricho (no melhor estilo "não gosto de chuchu porque não sei nem que gosto tem mas decidi que não gosto e pronto"), explico que existem criança no mundo que não têm nem isso pra comer e que é mito triste ela tratar comida assim. Algumas vezes por ano, fazemos uma limpa nos brinquedos e damos aqueles que ela não brinca mais, e deixo claro para ela que eles irão para crianças que não têm dinheiro para comprar brinquedos. As roupas que já não cabem nela também são dadas, por ela, diretamente, para a empregada da minha sogra, cuja a neta é pouco mais nova do que ela.
Enfim, gosto que minha filha saiba que ela tem sorte de ter uma casa, comida, escola, roupas e brinquedos. E gosto que ela entenda que é importante ajudar, como podemos, as pessoas que têm menos do que nós.
Com isso, a questão da pobreza nunca foi muito segredo aqui em casa. Mas, recentemente, ela ouviu uma conversa entre meu marido e eu, onde pensávamos nos preços dos imóveis da orla do Rio de Janeiro e sobre como tem gente com dinheiro saindo pela culatra. E dizíamos que, quando comparados a eles, éramos MUITO pobres. E, assim, surgiu a curiosidade da pequena.
"Vó, como é que é ser pobre?"
"Ser pobre é não ter dinheiro para comprar comida, para comprar tudo o que queremos..."
"Não, vó, não quero saber o que quer dizer, quero saber como É ser pobre!"
"Ahhh... sei lá, não dá pra comprar tudo que quer..."
Ela ficou pensativa... e a avó cutucou:
"Você é pobre ou é rica, Alice?"
"Não sou pobre..."
"Então é rica?"
"Ahhhh... só um pouquinho!"
E, fico contente que ela tenha entendido que não temos tudo o que queremos, mas temos bem mais do que precisamos!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Humanização de Samba Lelê

No rádio do carro tocava um CD com músicas infantis. Alice cantarolava toda contente no banco traseiro. Eis que começa a tocar a famosa Samba Lelê, e Alice protesta:
"Mãe, coitada da Samba Lelê... não gosto da pessoa que escreveu essa música porque a samba Lelê tá machucada, com a cabeça quebrada, ela precisa é de curativo, não de palmadas! Palmada nela não é educado. Tinha que ser: 'Samba Lelê tá doente, tá com a cabeça quebrada, Samba Lelê precisava é de um curativo! E aí também, ela pisa na barra da saia. Se ela fizer isso, já está com a cabeça quebrada, vai cair e se machucar mais ainda."
Impossível não concordar!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Quando tudo vale a pena

A semana que passou foi complicada. Lucas gripado e eu mal dormi. Foi feriado, longo, e enquanto todo mundo parecia descansar, eu fui ficando mais cansada do que já estava. Hoje, com a vida voltando ao ritmo normal, sento no sofá, ao lado da Alice, e digo que estou precisando de férias, ela, rindo, responde:
"Mãe, sua boba, você não pode tirar férias do teu trabalho!"
"Não posso?"
"Não, né? Não tem como tirar férias de mim e do Lucas!"
"Ahhh, tem sim... mando vocês pra um hotel!"
"Não, mãe, eu não quero que você tire férias! Vou ficar com muita saudade!"
"Jura? E você acha que sou boa no meu trabalho, filha?"
"Lógico... você é a melhor que eu conheço! Eu te amo MUITO, mãe!"
E, assim, já estou reenergizada para mais uns bons meses sem férias!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ainda sobre o Bom velhinho

Perguntei para a minha afilhada, quando ela tinha lá seus 5 ou 6 anos (hoje já é uma marmanjona de 18!), o que ela tinha pedido ao papai noel. Com um ar de uma certa indignação ela me fitou seriamente e respondeu que não acreditava mais em papai noel. Eu, brincando, fingi surpresa: "COMO ASSIM, não acredita? Lógico que ele existe! Se não existisse, como é que eu ia ganhar presente todos os anos?"
Ela ainda insistiu um pouco, me explicando que não existia, que era só mentirinha.
Com ar tristonho perguntei: "Mas, e aí, e não existe, quer dizer que não vou ganhar presentes?"
Seríssima, ela se aproximou de mim, pousou sua mãozinha sobre meu joelho e, com um tom doce e preocupado, falou: "Não se preocupa não, dinda, você vai ganhar presente... na verdade, são os teus pais que sempre te deram os presentes que eles diziam que eram do papai noel!"

E assim, a mágica do papai noel se encerrou na primeira geração da minha família... até o primeiro sobrinho nascer!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Criando Realidades

Aqui em casa "praticamos" Papai Noel. É ele quem trás um dos presentes, O presente, aquele da cartinha. Os demais, deixamos claro, somos nós e os familiares quem dá mesmo.
Alice acredita no bom velhinho e AMA o Natal.
Hoje, conversando com ela, falei que precisaríamos deixar uns biscoitos e um suquinho para o Papai Noel tomar um lanchinho quando passasse pela nossa casa. Ela ficou animadíssima com essa idéia e começou a puxar papo sobre a visita do Papai Noel.
"Mãe, sabia que o Papai Noel só passa na casa das crianças quando ela estão dormindo? Porque?"
"Porque se ele tiver que falar com todas as crianças, não vai dar tempo de ir na casa de todas elas em uma só noite!"
"Mas, mãe, sabia que no ano passado, na hora que o Papai Noel chegou lá em casa, ele viu a nossa árvore e deu um gritão de alegria? Aí eu ouvi e fui CORRENDO lá na sala e vi ele indo embora!"
"É MESMO??? Só de curiosidade, filha, o que ele estava vestindo?"
"Ahhh... o de sempre... barba branca, camisa vermelha, e calça vermelha!"
"E, ele não estava com calor não?"
"Não, a camisa era de manga normal... não era de manga longa não!"
E, disso, ficou a lição de que a minha filha curte acreditar no Papai Noel, a ponto de criar essa realidade fantasiosa, só para ter prazer com a farra natalina!
E, assim, que venha o Natal!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Filosofices Alicences Latrinais

Alice não consegue parar de falar, NUNCA, nunca, nunquinha. Então, quando senta no trono, ao invés de ler silenciosamente, começa a filosofar em voz alta. E nessa onda me sai com pérolas sensacionais.

"Mãe, preciso tirar o arco."
"Porque filha?"
"Pra não sujar."
"E, porque sujaria o arco quando você faz coco?"
"Porque a mão pode chegar perto da bunda, aí, se eu encosto no arco, suja, né?"
LÓGICO!


"Mãe, sabia que eu descobri que eu sou um pouquinho menino?"
"É mesmo? Como?"
"É que eu tenho um pintinho, BEEEEEEEEEEM pequenininho!"
INVEJA DO PÊNIS????


sábado, 3 de novembro de 2012

Parou na Rampa

Eu confesso que sou meio revoltada com essa coisa de falta de acessibilidade no Brasil. E sou chata sobre esse assunto. Chata MESMO! Reclamo, esbravejo, exijo que a acessibilidade seja respeitada em lojas, chamo gerente, reclamo, protesto. Chata.com.br e com muito orgulho, sim senhor!
E já passei essa minha chatice para a Alice.
Moramos próximo à ABBR, e, com isso, Alice está habituada a ver pessoas com todos os tipos de dificuldades de locomoção. São centenas delas entrando e saindo dali o dia inteiro. No início Alice questionava muitas coisas. Porque algumas pessoas não tinham uma perna, ou andavam com botas especiais, ou porque algumas crianças eram carregadas por suas mães, ou não respondiam aos acenos que ela dava para elas. Eu sempre respondi com muita naturalidade, sem rodeios, explicando que nem todo mundo nasce igual, e algumas pessoas nascem com algumas diferenças que precisam de ajuda para poder ir de um lugar para o outro. Explico também que algumas pessoas se machucam e precisam aprender a andar de novo. Todas as perguntas são respondidas, dentro do possível.
Alice tenta entender tudo em seus próprios termos e, como eu, já se preocupa com o bem estar dessas pessoas. Esse processo de compreensão já me premiou com pérolas como "mãe, é um absurdo as pessoas pararem na rampa da calçada, porque as pessoas que só têm joelho não conseguem passear!".
E nesse espírito, num dia de fúria, em que, ao longo do dia, em nenhuma ocasião consegui subir com o carrinho de bebê pelas rampas nas calçadas por conta de carros estacionados na frente delas, decidi fotografar os carros e postar na internet. No momento que fui tirar uma dessas fotos, Alice me questionou sobre o que eu fazia. Eu logo expliquei:
"Filha, a mamãe fica muito brava com essas pessoas mal educadas que param na rampa, sem pensar que tem gente que precisa da rampa para poder passear. Então decidi que vou fotografar para poder mandar a foto para a internet. Quem sabe assim as pessoas começam a pensar sobre esse assunto, e não estacionem mais na frente da rampa, né?"
Ela, empolgada, me sugere: "Mãe, e se a gente fizesse umas plaquinhas no computador, escritas 'por favor, não pare na rampa', e colocasse em todas as rampas que a gente encontrasse?"
Expliquei a ela que era uma idéia maravilhosa, mas que as pessoas eram tão mal educadas que possivelmente pegariam a plaquinha dela e jogariam fora, mas que poderíamos adaptar a idéia dela e fazer bilhetinhos com esse texto para colocar no parabrisa de todos os carros que encontrássemos parados na frente de rampas.
Alice amou a idéia e aderiu. Já estou providenciando os bilhetinhos para que ela possa colaborar com a chatice da mãe dela e, quem sabe, ajudar a fazer o nosso cantinho de mundo um pouquinho melhor...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Conversa de mãe e filha

"Mãe, a minha barriga é retinha!" Ela exclamou, no banho, toda contente me mostrando a barriga retinha que tem.
"É filha... bem retinha e toda dura, olha!" respondi, fazendo leves cócegas na barriguinha dela.
Rindo, resolveu retrucar. "Vou fazer na sua também!" E desatou a apertar a minha barriga, em vão.
"É que a minha barriga é maior que a tua! Aí não sinto cócegas, filha!" Respondi, inocentemente.
"É, mas tudo bem, porque é resto de gordura minha e do Lucas... quando eu tiver filhos eu vou ficar com a barriga gorda assim também, né, mãe?" perguntou ela de volta, num tom de quem teria orgulho de ter uma barriga gorda pós parto...
Ahhh... quem dera todos pensassem como ela!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Alicisses

"Mãe, porque tem uma mala no meio do meu pensamento?"
"OI????"
"É mãe... tem uma mala no meio do meu pensamento!"
"Alice, explica essa porque eu realmente não entendi!!!"
"Mãe, TEM UMA MALA NO MEIO DO MEU CANTO DO PENSAMENTO!"
"ahhhhhhhhhhhhhhh!"

*******

(Caminhando no vento)
"Vó, estou fria por fora e quente por dentro... que nem o pastel da feira!"

*******

"Seria tão mais legal se a gente começasse grande e fosse ficando menor, né? Até ficar bem bebezinho!"
Síndrome de Benjamin Button?

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Mãe que não trabalha...

Já no portão do clube, a amiguinha da Alice olha para mim e pergunta: "Tia, você não trabalha?"
Sem saber o que responder, pergunto: "Na tua casa, quem é que cuida de você?"
Ela: "A Gracinha (babá)!"
Continuo instigando a pequena: "E quem é que dirige o carro que te leva pros lugares?"
Ela responde, prontamente: "O motorista!"
Eu não dou trégua: "E, quem faz a tua comidinha?"
Ela, meio intrigada com a minha pergunta: "A cozinheira!"
Finalmente, explico: "Então, na tua casa essas pessoas todas recebem um salário para fazer essas coisas, né? Elas trabalham, certo?"
Com um olhar quase confuso, ela responde que sim, que são empregados da casa dela.
Então eu completo: "Pois é, na minha casa não temos Gracinhas, nem motoristas, nem cozinheiras. Na minha casa quem faz isso sou eu mesma. Então eu trabalho, trabalho como os 3 empregados da sua casa, mas, todo mundo adora dizer que eu não trabalho porque eu não tenho um salário!"
Se ela entendeu ou não entendeu, eu não tenho como saber... mas uma coisa é certa, a sementinha da compreensão de que mãe trabalha, e muito, foi plantada!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A "Diletora"

A conversa começou sem nenhuma relação com o seu final, como é costumeiro com Alice, que pensa em mil direções ao mesmo tempo (o que é muito fofo, mas quase enlouquecedor!).
"Mãe, o que é admirar?" perguntou a nanica depois de ouvir algum personagem de algum filme proferindo a palavra.
"Ah, é como gostar muito de uma pessoa porque ela faz coisas legais e bem feitas," respondi, tentando achar algum tipo de definição que fosse compreensível para uma criança de 4 anos. "Eu, por exemplo, admiro muito a Tivó... ela é boa mãe, cozinha super bem, é excelente professora, maravilhosa coordenadora..."
"Ela não é mais professora, mãe." Afirmou em protesto. "Ela é diletora, não dá mais aula não."
"É diretora? E o que faz uma diretora?" Perguntei, curiosa.
"Ahhh... não faz muita coisa não... ela fica no computador dela quase sempre. As vezes mexe lá no armário dela, coloca umas coisas lá dentro. E, as vezes, olha pela janelinha da nossa sala!" Explicou.
Então, queridas "diletoras" escolares, essa é a visão que os baixinhos têm do trabalho de vocês!rs

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Quando você vai, ela já foi e voltou...

No estacionamento do shopping, Alice vê passando um carro com a logomarca da Globo e exclama: "Olha, mãe! Aquele carro deve ser da novela! Tem a marquinha da novela desenhada nele!"
Fiquei curiosa, pois, em casa, se as crianças estão acordadas, eu não vejo novela. Eventualmente, na casa da minha mãe, vejo novela com ela acordada, mas, normalmente, ela está em outro cômodo brincando. Na frente dela, novela é algo quase inexistente.
"Como você sabe disso, filha? Você não vê novela!"
"Ahhh... mãe... as vezes eu espio você olhando, né?"
E o novo plano é nunca mais ver novela se ela estiver acordada!rs

domingo, 9 de setembro de 2012

Doce infância

"Minha filha não gosta mais de Little Einsteins tem muito tempo, ela gosta de coisas mais mocinha, sabe?" diz a mãe de uma menininha de 6 anos, enchendo o peito de orgulho.
"Graças a Deus, minha filha não quer mais ouvir a Galinha Pintadinha, prefere Kate Perry/Michel Teló/Luan Santana." Exclama a outra ao ver sua filha de pouco mais de 5 anos pulando, freneticamente, ao som de um desses artistas de gosto duvidoso.
Isso não aconteceu uma vez, nem com uma pessoa específica... é uma cena que eu vejo e revejo, mudando apenas o tipo de "pseudo amadurecimento"da criança em questão.

Hoje fomos ao Jardim Botânico assistir ao teatrinho de fantoches do Papavento pela milésima vez. Alice, que já viu o tal teatrinho tantas vezes que já conhece as falas, ria e gargalhava nas mesmas piadas e brincadeiras de sempre. O sorriso dela tomava todo o seu lindo rostinho de olhos iluminados. E eu, bem, eu me emocionei olhando aquilo.
No alto dos seus 4 anos e meio, quando já proíbe que se refiram a ela como bebê e já anuncia que é quase uma adulta, ela curte loucamente um teatrinho bobinho de fantoches com piadas repetidas ad infinitum. Ela ainda é APAIXONADA pela Galinha Pintadinha, e, é começar a passar na TV que ela dança, canta, pula e se diverte. Os desenhos do Little Einsteins ainda a fascina, e ela, incansavelmente, bate nas perninhas para ajudar a nave a levantar vôo.

"Mãe, o Papavento é de verdade?" ela pergunta na sua inocência infantil ao sair do Teatro.
"Não sei, Alice... o que você acha?" devolvo, não querendo acabar, nem alimentar uma fantasia infantil tão linda.
"É que ele fala que nem menino, e, atrás do palco, só tem menina... então não pode ser nenhuma dela falando por ele..." ela questiona, sem saber se deve ou não continuar acreditando no Papavento como uma menino boneco de verdade.
E, depois ela para de perguntar e deixa claro que pouco importa a ela se ele é ou não de verdade, o que importa é que ela ainda o ama e ainda vai amar por muito tempo.
E eu, sigo achando maravilhoso ver o Papavento pela milésima vez, ouvir Galinha Pintadinha dia sim e dia também, sentar ao lado dela e bater minhas mãos nas minhas coxas para ajudar a nave a levantar vôo. Sigo torcendo que ela continue vivendo essa doce infância da forma mais infantil possível, sem Kate Perry, sem Telós e Santanas.
Porque a verdade é que a infância acaba rápido e nunca mais volta... e ela terá o resto da vida dela para viver a não-infância!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Lições de história

Na saída, a professora da Alice me contou que eles tinham aprendido, hoje, sobre a independência do Brasil. Assim que entramos no carro perguntei pra Alice como era essa história da independência.
"Mãe, lembra da história de como descobriram o Brasil, dos portugueses e tal? Então, a independência é como se fosse a parte 2 da história de como descobriram... só que tem o filho, sabe?"
"O Dom Pedro, filha?"
"Ele... esse era o filho, né? E tinha o pai, que eu não lembro o nome!"
"Dom João?"
"Esse mesmo... e o filho brigava com o pai."
"Tinha alguma coisa sobre a independência ou morte, filha?"
 "Tinha mãe, mas essa aí foi a independência do Rio... e eu nem sabia que o Rio era independente!"
Ok, acho que ela precisa voltar pra sala de aula e tirar essa história a limpo!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

E o assunto é segurança na cadeira de alimentação

O lugar é a telinha do plim plim... e o ator principal é o meu gordo!
Aqui vai: Lucas na Globo

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Fase 2

Voltávamos da escola quando Alice anuncia:
"Mãe, passamos para a fase 2!"
"Fase 2? Que fase 2, filha?"
"A fase2, ué!!! Antes estávamos na fase 1, agora já estamos na fase 2..."
Aí lembrei que, nas semanas passadas ela estava aprendendo a entender e desenhar o número 1 na escola e saquei que a Fase 2 deveria ser aprender o número 2.
"Que legal filha! Então o 1 você já tira de letra, né?"
"O dois é aquele ali, né?" Falou, apontando para uma placa na rua.
"É, filha, é o do patinho na lagoa!"
"É mãe, só que a tia só nos deixa desenhar o 2 minúsculo, que não tem patinho nenhum!"
Agora, alguém me esclarece, por favor, o que seria um 2 minúsculo????

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UPDATE

Apresento a todos um 2 maiúsculo!



E um dois minúsculo!!!!

Obrigada Telma por me dar essa luz!!!!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pra que brinquedo?

Se uma meia arrancada é tão divertida!

sábado, 18 de agosto de 2012

É lógico!

Sempre digo para a Alice que Lucas parece muito com ela. E a brincadeira sempre é a mesma (porque quem conhece criança sabe bem que uma brincadeira só perde a graça depois que ela é repetida pela milhonésima quinta vez, né!):
Mãe: "O Lucas parece com alguém que eu conheço, mas não sei quem é!"
Filha: (toda contente, sorridente e saltitante) "Ele parece comigo, mãe!!!!"
Depois, nós duas rimos e nos abraçamos deliciosamente.

Mas hoje foi diferente.
Mãe: "O Lucas parece com alguém que eu conheço, mas não sei quem é!"
Filha: (com um ar de superioridade sensacional) "Mãe, não é possível conhecer alguém e não saber quem essa pessoa é!"

Acho que chegamos, finalmente, na milhonésima quinta repetição da brincadeira, é lógico!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A primeira pessoa

Estávamos no carro, voltando para casa, quando Alice perguntou:
"Mãe, como é que a primeira pessoa nasceu, se não tinha de onde sair?"
"Oi? Como assim, filha? Não entendi a tua pergunta!"
"Ué, se não tinha ninguém, não tinha mãe... então... de onde ele saiu?"
"Ele quem?"
"A primeira pessoa, ué?"
A mãe para, respira fundo, tenta não cair na gargalhada descontroladamente, e pensa numa resposta.
"Filha, olha só, tem duas teorias..."
"Eu não sei o que é teoria!"
"São histórias, filha, histórias, tipo mitos, que explicam o que aconteceu, quando não sabemos exatamente o que aconteceu. Qual você quer primeiro? A mais longa ou a mais curta?"
"A de verdade, mãe!"
Daí expliquei que uma das histórias contava que existiam macacos e que eles foram evoluindo, aprendendo um monte de coisas até virarem gente. Expliquei que era isso que achavam que realmente tinha acontecido.
Depois expliquei que tinha uma história, que era mais como um mito, que contava sobre Adão e Eva e como eles eram o primeiro homem e a primeira mulher.
"Mas, mãe, porque o deus não queria que eles comessem a maçã?"
"Ahh, sei lá, porque ele achava que tinha que ter alguma regra, daí inventou essa!"
"Mas, porque maçã?"
"Não sei..." Mas, como conheço minha filha, sabia que ela não se satisfaria com um simples desconhecimento materno e voltaria a me questionar muitas e muitas vezes sobre a pobre sina da maçã do paraíso, então, achei por bem que seria melhor criar mais um mito dentro do mito original. "Talvez porque ele soubesse que, no futuro, a Branca de Neve ia ser envenenada pela maçã, né?"
E assim Alice deu-se por satisfeita na questão filosófica da criação da humanidade.

domingo, 5 de agosto de 2012

Casamentos arranjados

Já comentei aqui que Alice casou-se com o melhor amigo, Bernardo. Foi uma coisa que partiu deles. Alice colocou um véu, pegou Bernardo pelo braço e, juntos, vieram, corredor afora de braços dados. Depois, sentaram na frente da TV e ficaram vendo TV juntos. TUdo muito fofo e nós, mães, babamos muito. Tiramos uma foto do momento e, dali em diante, numa brincadeira, dizíamos que nossos pequenos tinham se casado. Mas, Bernardo sempre foi claro em dizer que ele tinha casado com a Alice, mas namorava com a Juju, uma outra amiguinha que retribui esse amor e se auto-denomina a namorada. Alice e Juju se dão bem sem nenhum tipo de atrito. E, Bernardo, assim, inspira personagens de novela das 8!
Mas a surpresa veio recentemente, quando Bernardo contava a uma pessoa sobre sua situação átipica, de homem com mulheres múltiplas. Falou que era casado com a Alice, mas namorava a Juju. Quando a pessoa questionou o arranjo, Bernardo foi rápido em explicar: "Mas, foi minha mãe que me obrigou a casar com a Alice!"
É... quando achamos que no Brasil estamos evoluindo, descobrimos que ainda existem casamentos arranjados e crianças com muita criatividade!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Chameguinho matinal

Hoje eu estava cansada. Mesmo sendo Lucas o bicho dorminhoco que é, acordar para amamentar e ainda ter que, vez por outra, atender aos chamados da Alice no meio da noite, depois de um tempo, atrasa o sono. E hoje a preguiça veio cobrar o atraso.
Aproveitei o friozinho da manhã e a chuva, coloquei Lucas e Alice na cama comigo, liguei o aquecedorzinho que tenho no catinho do quarto, liguei a TV na programação infantil da TV Futura e tirei um cochilo amamentando o Lucas, que logo dormiu também.
Alice, assim que percebeu que eu estava meio cochilando, se deitou atrás de mim, me abraçou, apoiou sua cabecinha no meu ombro e ficou ali, toda cheia de chamego, vendo TV comigo.
Assim ficamos, nós 3, num longo cochilo preguiçoso, por cerca de 2 horas. Foi então que Lucas acordou e começou a fazer seus deliciosos barulinhos de bebê feliz e Alice se levantou, deitou-se ou lado dele, acarinhou seu rostinho e, num sussurro, falou: "Shhh, irmão... fica bem quietinho... a tua irmã está aqui... a mamãe está cansada e tirando um cochilo... Não acorda ela não!"
Eu, fingindo dormir para respeitar e agradecer o zelo da minha pequena, tive que me conter para não rir e para não pular naquelas bochechas lindas e cobrir a minha filhota de beijos apertados e mega melados!
E assim ficamos, por mais uns 30 minutos, eu fingindo dormir, Alice deitada ao lado do irmão fazendo mil carinhos nele e tentando, em vão, conter seus deliciosos gritinhos tipicamente "bebezísticos"!
É... ser mãe vale muito a pena!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Lógica Alicense

Alice queria sorvete de creme com calda de chocolate. Coloquei os quadradinhos do chocolate no petinho de vidro, com um pingo de leite. Joguei no microondas. Tirei e misturei bem. Deliciosamente chocolatemente quente! Peguei o sorvete e o joguei no potinho onde já estava o chocolate. Dei para a Alice comer.
"Mas, mãe... esse sorvete tá deitado! Eu gosto do sorvete EM PÉ!"
Oi? Como assim? Sorvetes não ficam de pé, filha! Ou será?
"Mãe... o sorvete, quando tá em pé, o chocolate fica EM CIMA dele!"
Peguei um novo potinho, cuidadosamente transferi o sorvete para ele, joguei a calda por cima e, voilá, o sorvete, milagrosamente, estava de pé!
Um dia, talvez, Alice aprenderá que é um grande desperdício de calda de chocolate quando o sorvete fica de pé!

sábado, 7 de julho de 2012

O papel dos pais

Hoje vou só compartilhar um texto para leitura e reflexão.
Vou amadurecer meus pensamentos e volto depois para dar minha opinião!
Why are American Kids So Spoiled?

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Irmã Ciosa

Expliquei para Alice que, quando ela está doentinha, não deve ficar agarrando o irmão, para evitar que ele também fique doente. Não é uma explicação muito útil, já que ela acredita que quando está sem febre, não está doente. Mas, vale sempre reforçar para tentar, ao máximo, evitar esses ciclos infinitos de viroses compartilhadas.
Ontem, no carro, Alice começou a se sentir mal. Com frio e sonolência, ela mesma avisou que achava que estava com febre. Imediatamente peguei uma mantinha do Lucas e a cobri com ela. Alice, num movimento rápido, e um ar bravo, arrancou a manta e a jogou para longe.
"Alice, porque fez isso, filha. Você está com frio e teu irmão está te emprestando a mantinha dele para você ficar quentinha!" expliquei.
"Não, mãe! Eu estou doentinha, se eu usar a mantinha dele, minhas bactérias da febre vão ficar na mantinha e ele vai ficar doente!" retrucou, brava, Alice.
E, eu, derreti!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Testando Conceitos

CENA 1
Alice jantava com o amigo que, ao ver o desenho de um homem na embalagem de suco, anuncia: "É de menino, olha aqui, tem um menino desenhado!"
Eu, rapidamente, tentando resgatar o único sabor de suco que minha filha toma, respondo: "uai, mas meninas, um dia, se casam com meninos, então, podem tomar esse suco também, né?"
Alice, rindo, diz: "Mãe, você falou meninas casam com meninas????"
E eu, na lata: "Não foi o que eu falei, mas, sim, casam sim, desde que haja amor, podem casar sim..."
Alice e o amigo riem da minha suposta maluquice e o assunto descamba para o quanto gostam do suco de uva e não do suco de sei lá mais o que.

CENA 2
Alguns dias mais tarde, Alice anuncia: "Não vou mais querer ser casada com o Bê! Agora quero casar com a Luisa!"
Eu dou uma risada, achando graça na declaração. A avó olha para ela e diz, instintivamente, que não pode casar com a melhor amiga.
Alice, sem titubear, responde: "Posso sim! Minha mãe falou que meninas podem casar com meninas e eu prefiro ser casada com a Luisa porque eu amo ela!"

Conceito testado e, espero, idéia de que não existe regra social para o amor registrada!

terça-feira, 5 de junho de 2012

Os Portugueses

Estávamos chegando em casa quando Alice viu, na portaria, um monte de cadeiras que estavam empilhadas para uso durante a reunião de condomínio, e daí me surgiu com a conversa mais hilária da minha vida.
"Mãe, eu acho que essas cadeiras são para aquela reunião que vai ter!"
"Que reunião, filha?"
"A que a tia falou, a que vai tentar salvar o nosso planeta, o Brasil!"
"A Rio +20?"
"Essa mãe, a Brasil +20!"
"É mesmo filha? E você sabe quem vem nessa reunião?"
"Pessoas de todos os planetas! Será que podemos ir?"
"Pra que, filha?"
"Pra conhecer os portugueses, os de verdade!"
(Ela quer conhecer os Portugueses desde o dia que aprendeu que os portugueses descobriram o Brasil!)
"É, filha, podemos tentar ir sim!"

E, assim, tão logo comece o evento eu vou ter que dar um jeito de ir lá apresentar alguns portugueses para a minha filha!

domingo, 27 de maio de 2012

Independência

Domingo, 09:30h, acordo e peço ao marido para ir acordar a Alice, que foi dormir tarde na noite anterior e, acreditava eu, ainda dormia. Marido vai até o quarto dela e, de lá, com voz preocupada, avisa que ela não está na cama. Digo que ela deve estar se escondendo debaixo da cama, como faz com freqüência. Ele procura, e NADA. Saio pela casa chamando por ela, já que ela adora brincar de se esconder e, não raro, se enfia em cantos inacreditáveis dentro de casa. Mas, nada dela aparecer ou responder aos chamados.

Pausa para explicar algumas coisas, antes que chamem o conselho tutelar!
Não temos o hábito de passar chave na porta, nos bastamos em bater a porta. Nosso prédio é pequeno e quase todo mundo se conhece ou, se não conhece, sabe quem é. Nem mosquito passa pela portaria aqui de casa sem o porteiro identificar, é um prédio bastante seguro. Por conta do uso do ar condicionado no verão e da presença de uma pastora alemã assaz abusada que adora uma cama, dormimos com as portas dos quartos fechadas, tanto a porta do nosso quarto, quando a do quarto das crianças. Para saber o que rola no quarto das crianças, eu tenho uma babá eletrônica, e SEMPRE acordo, com o mais suave barulhinho. Então, voltemos ao que interessa, a minha desaparecida.

Por um segundo, paro e tento pensar se ainda tem algum esconderijo que tenha escapado à minha atenção, e, uma luz pisca na minha cabeça: A CASA DA AVÓ. Sou vizinha de porta da minha sogra e, lógico, Alice só poderia ter ido pra lá. Como relâmpago, vamos até a porta da minha sogra e tocamos a campainha. Seguramos o fôlego, por segundos, com a dúvida: "E se ela não estiver aí?" Mas estava, e pudemos respirar fundo de novo. A vontade era de dar uma bronca sem igual na pequena, mas, o alívio era tal que só consegui abraçar forte e dizer, com firmeza, que ela não podia fazer aquilo comigo, e que eu tinha ficado muito preocupada quando não a encontrei em casa.
O curioso foi que ela saiu quietinha, evitando, de propósito, fazer qualquer barulho, já que sabe que, pela babá eletrônica, eu ouço TUDO. Normalmente eu acordo com o som dela sentando na cama (pois é, acredite, o ouvido é tão treinado que eu identifico esse som!), e, juntou um cansaço extremo de uma semana de filho doente em casa, com uma filha louca para ganhar a independência de sair de casa sozinha, e eu, pela primeira vez na vida, não acordei.
E, com isso, aos 4 anos de idade, Alice sente-se apta a sair de casa sozinha! E a mamãe decidiu que, além de passar a chave na porta, vai colocar uma gradinha na porta do quarto das crianças, porque, apesar da Alice saber abrir a grade, é impossível fazer isso em silêncio absoluto!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Entendendo o passado

"Mãe, a vó Dora podia me ajudar a fazer uma pesquisinha no computador enquanto você faz o jantar?"
"Filha, sua avó não sabe mexer em computador."
"Nem quando ela era criança ela sabia?"
"Não tinha computador quando ela era criança... nem quando eu era criança... computador é coisa nova filha."
"Ué, mas, se não tinha computador, como é que você fazia dever de casa?"
"Eu fazia cortando figuras de revistas, lendo em livros e escrevendo com a caneta!"
"Ahhh... mas impressora tinha, né?"


E, numa única conversa, envelheci uns 50 anos!

terça-feira, 22 de maio de 2012

Mãe de primeira viagem pela segunda vez

Quando eu ainda atendia crianças no consultório, eu sempre explicava para as mães que mesmo no segundo filho, a mãe era mãe de primeira viagem, porque cada filho é diferente e é a primeira vez que ela é mãe daquele segundo filho. E hoje, muitos anos mais tarde, eu vejo que eu tinha razão! (huahuahuaha, pausa para rir porque essa frase ficou, no mínimo, engraçada!huahuahuahau)
Mas, é isso mesmo, estou sentindo na pele a beleza de ser mãe de primeira viagem do meu segundo filho. Fora o fato de que ele é, fisicamente, um clone da Alice na versão masculina, todo o resto mudou!
Alice não dormia, Lucas nasceu dormindo e dorme como um anjo. Aliás, é preguiçoso que só ele e AMA dormir. Não preciso fazer esforço para fazê-lo dormir e ele dorme praticamente a noite inteira, sem muito esforço da minha parte. Isso talvez seja a chave para todo o resto que eu vou falar, porque, sinceramente, bebê que dorme é naturalmente mais tranquilo do que bebê que não dorme e, vamos combinar, mãe que dorme tem infinitamente mais paciência do que mãe que não dorme.
Dito isso, o que mais eu posso dizer? Sim, Lucas é um bebê pacífico, ele AMA ficar agarradinho num colinho, adora curtir um bercinho na dele, adora também dormir na minha cama comigo, curte deitar ao meu lado quietinho e curte ficar horas "namorando" comigo. Em contrapartida, eu curto fazer tudo isso com ele. Alice era energética, era brava. Do nada ela desatava a chorar na mais profunda irritação me deixando desesperada com a sensação de que ela não gostava de ficar no meu colo. Alice detestava o berço, parecia que ele tinha um colchão de pregos. Acho que se pudesse, ela tinha pulado dele no primeiro dia depois de chegar em casa. Ela também nunca gostou de dormir na minha cama. Alice não era um bebê chameguento. Ela gostava do meu colo, mas só do meu e se o peito estivesse a disposição!
Alice era viciada, fissurada, grudada no peito. Eu dizia que ela não tinha pega, ela acoplava! Lucas AMA mamar. E ele mama, muito! Mas não é viciado no peito. Ele se alimenta, depois larga o bico e dorme feliz!
Com a dificuldade que eu tinha com o sono da Alice, eu acabei criando mil regras para ela. Alice tinha hora pra tudo, ordem pra tudo. Era rotina rígida, na esperança de uma noite de sono que, veja bem, acabou vindo só aos 27 meses! Com o Lucas tudo é mais relaxado, mais tranquilo. Ainda que eu preze a rotina dele, é uma rotina bem mais tolerante!
Além disso, com a Alice, acreditando na necessidade de dar autonomia, de não "mimar", eu não ficava tanto com ela no colo, até porque ela mesma não curtia! Com o Lucas, talvez por me dar conta que é uma fase que voa, talvez por já ter a noção de que colo não mima, talvez por saber que é a última vez, eu vivo com ele no colo... não me canso de segurar e cheirar e chamegar. Por mim ele passaria 24h por dia no meu colo!
Lógico que existem também as diferenças de sexo, mas essas era esperadas. Eu sabia que cuidar da higiene de um menino seria mais simples. E, hoje, eu digo que é menos neurótica. Com meninas corremos para trocar fraldas assim que achamos que está molhada. Temos medo das infecções urinárias e dos corrimentos e cândidas. Com meninos só trocamos quando a fralda está, de fato, cheia ou suja! Enquanto Alice usava cerca de 10 fraldas por dia até os 4 meses, Lucas usa umas 6!
Eu sei que muita coisa ainda está por vir, tenho certeza que diferenças ainda surgirão. Eu tenho plena ciência de que ainda sou mãe de primeira viagem da Alice, afinal, eu nunca tive uma filha de 5 anos, nem uma de 6, 7, 8, e assim por diante. E, agora, mais do que nunca, sei que serei mãe de primeira viagem para o Lucas, uma vez que nunca tive um filho de 1 ano, nem um de 2, 3, 4, 5 e lá vamos nós. E, sinceramente, acho isso maravilhoso. Acho que seria muito chato ser mãe que sabe tudo sobre a maternidade de todos os seus filhos. Parte da maravilha de ser mãe é, pra mim, a constante onda de surpresas que eu encaro diariamente!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Entregando o Ouro

"Mãe, lembra que você botou balinha na minha lancheira outro dia?" perguntou a nanica puxando conversa.
"Não lembro não, filha. Eu nunca coloquei bala na lancheira. Na lancheira só coloco coisas saudáveis!" respondo eu, confusa.
"Botou sim mãe, botou!" insiste ela.
"Filha, eu NUNCA colocaria bala na tua lancheira! Na lancheira só entra lanchinho que alimenta e bala não alimenta!" retruco.
"OOOPS!" reage ela, cobrindo a boca como quem percebe que falou o que não deve.
"Oops? Oops o que?" digo, já prevendo a resposta.
"Nada não, mãe..." diz ela, disfarçando (pessimamente, por sinal!).
"Fala filha... oops o que?" insisto.
"Acho que foi meu pai, né?" responde ela, com um ar maroto. E completa: "Quando era meu pai que estava fazendo meu lanchinho, sempre tinha chocolate. Ele sempre botava. Você não põe, né? Porque você é mãe e as mães sabem que só pode comer coisa saudável no lanchinho."
Com isso, a mãe percebeu que ela precisa largar tudo pela manhã, adiar ou adiantar a hora da mamada do caçulinha, e ir, pessoalmente, preparar o lanchinho da baixinha!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Leite Materno sustenta?

Aos 2 meses só no peito, o bebê já quase dobrou de peso... e os gambitinhos de recém-nascido têm esse aspecto!
E aí? O que acham? Leite Materno sustenta?

domingo, 6 de maio de 2012

Comendo Fermento

"Filha, você cresceu tanto esse mês! Suas calças estão até ficando curtas! Você tá comendo fermento?"
"Lógico, né mãe, tem fermento no pão!"
E não é que ela tem razão!

sábado, 5 de maio de 2012

A ex-novidade

E então Lucas nasceu. Voltamos para casa e Alice viveu o encanto de ser a irmã mais velha. E a novidade passou. A realidade bateu na porta. E, Alice percebeu que ela já não reina mais sozinha no lar!
Pronto, isso bastou para a minha filha, aquela adorável menininha que se mostrava tão madura, passar a ser a menininha do anúncio de preservativos!
Epa... peraí... eu não deveria estar contando isso aqui. O que é bonito é pra mostrar, o que é feio varremos pra debaixo do tapete, né?
Pois bem, queridos amigos pensando no segundo filho ou mesmo no primeiro... uma hora aquele anúncio de margarina vai por água abaixo e a crise bate na sua porta. E sua filha, a madurinha, a que tanto quis o irmãozinho, a que te encheu de orgulho nos primeiros dois meses de vida do novo rebento, se transforma no ser mais ciumento e irracionalmente briguento do mundo. Ela passa a te acusar de ser a pior mãe do mundo porque você não levou uma tesoura na sua bolsa quando ela quis brincar de recortar no carro, na ida da casa da avó até a casa dela. Ela passa a defender que te odeia porque você não deixou ela enfiar o dedo na tomada da sala, ou porque você a proibiu de comer 3 barras de chocolate de uma só vez ou simplesmente porque você é você!
E aí você tem algumas opções:
- Devolve o filho mais novo para o teu obstetra, explicando que não deu muito certo;
- Vende a sua filha mais velha para pesquisa científica;
- Compra muitas doses de lorax e dá uma para ela e uma para você diariamente, até o ciúme passar;
- Se esgoela, dá mil broncas, coloca de castigo, usa de todas as pedagogias e anti-pedagogias que você conheçe ou ouviu falar;
- Senta e chora até os teus filhos completarem 15 anos...
Bem... ainda não decobri a resposta correta, mas confesso que tem hora que eu tenho vontade de pedir demissão desse emprego de mãe e de voltar ao mercado de trabalho formal, acho que só assim eu conseguiria descanso!

(ps - esse post não tem fins anticoncepcionais!)

sábado, 28 de abril de 2012

O Nascimento do Lucas

Eu cheguei a fantasiar com a hipótese de um parto normal, ainda que tudo indicasse que isso era só uma hipótese remota, muito remota. E, como esperado, não deu, mas foi lindo mesmo assim!
Tudo começou 2 semanas antes do parto. Eu fui ao banheiro no meio da noite e perdi um pedacinho do tampão mucoso. Eu ainda estava com 35 semanas, era cedo demais e eu sabia disso. Como ainda não havia nenhum outro sinal, relaxamos. Meu médico mandou suspender a AAS diária, só para garantir que eu estaria "desmamada" dela no caso de um trabalho de parto ativo. No mais era sentar e esperar.
Terminei de arrumar o quartinho das crianças, e já parei de dirigir e de fazer a maior parte das atividades mais, digamos, pesadas. Eu já estava ENORME e começava a sentir muita dor no colo do útero cada vez que o Lucas pressionava com a cabeça.
No meio da 36a semana senti as primeiras contrações. Eram esparsas e geralmente aconteciam no meio da madrugada. Eu acordava e ficava me retorcendo por alguns minutos. Depois paravam e o dia seguia.
No início da 37a semana comecei a ter contrações mais frequentes, de dia e de noite. Eu tinha a certeza de que Lucas chegaria logo. E o pior é que estávamos chegando no dia 29 de fevereiro, o único dia que eu não queria que ele nascesse... coisas de grávida ensandecida!
Uma virada de lua na madrugada de 29 de fevereiro para o dia primeiro de março e eu tive uma noite insone, contraindo bastante. Eu não sabia contar o tempo, nunca tinha feito isso e não sabia direito quando elas realmente começavam e terminavam, só sabia que eram contrações, nada mais!
Eram 8 da manhã quando decidimos que talvez fosse melhor ligar para o meu médico. Ele, ainda torcendo por um parto normal, me mandou ir fazer um toco na maternidade, só para me tranquilizar, pois achava improvável eu estar em trabalho de parto, já que tinha me examinado 2 dias antes e eu estava sem nenhum sinal de TP ativa.
Macaca velha que sou, decidi que talvez valesse a pena levar a mala de maternidade e máquina fotográfica, que no parto da Alice acabaram ficando em casa. Achei por bem não tomar a dose de heparina daquela manhã, levei a injeção comigo, mas preferi só tomar quando o médico me liberasse para voltar para casa. Preferi também não comer nada, sentia dor e não tinha apetite.
Assim que cheguei fui atendida. Me deixaram uns 40 minutos no toco e concluiram que as contrações estavam, de fato, vindo a cada 5 minutos, mas que não havia nenhum outro sinal de trabalho de parto. Eu ainda não tinha 38 semanas completas, mas tudo indicava que eu estava começando a ter pequenas trombos na placenta. O colo altíssimo e fechado e eu bastante nervosa.
Me internaram e marcaram o parto para 14h.
Foi o tempo de ligar para a família, providenciar que buscassem Alice na escola, dar entrada na internação, subir para o quarto e tomar um banho e a equipe começou a chegar para realizar o parto. Meus pais e sogros chegaram com Alice, que mal podia acreditar que FINALMENTE era hora de conhecer o tão esperado irmão.
Sentadinha na maca comigo, ela foi, quietinha e sorridente, até a porta do elevador. Lá me despedi dela e prometi que nos veríamos em pouco menos de uma hora. E lá fomos nós para o centro cirúrgico.
Foi tudo muito tranquilo, diferente do parto da Alice, que tinha sido uma correria, dessa vez tudo foi feito na maior calma.
O parto em si foi uma delícia. Nada de amarras, meu marido bem pertinho de mim, os médicos descontraídos conversando comigo e me contando tudo que estavam fazendo. Por um pedido meu o pano foi baixado desde o início do procedimento que eu pude assistir pelo reflexo nas lâmpadas.
O Lucas, com seus 3,420kg e 49cm, foi tirado do meu útero lentamente, as 14:28h, sem nenhuma correria, e foi colocado, imediatamente, perto de mim. Pude beijá-lo e cheirá-lo. O pediatra pediu para examiná-lo rapidamente, já que ele ainda não tinha completado 38 semanas. Em poucos minutos ele já estava de volta no meu colo e eu pude, por longos minutos, conversar com ele e mesmo tentar que ele sugasse no seio. Ele, com seus olhinhos espertos, me olhava atentamente. E eu, naquele mesmo minuto, tive a certeza de que o impossível era possível: cabia, no meu coração, mais um amor infinito!
Eu não lembro quanto tempo tudo levou, pareceu uma eternidade, e pareceu um segundo apenas. Mas logo estávamos todos no quarto, Lucas agarrado no peito, a irmã saltitante pelo quarto, o pai embasbacado do meu lado e eu, bem, eu extasiada por ter, finalmente, depois de 24 meses, minha familinha completa perto de mim!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Felicidade de mãe

Felicidade de mãe pode ser traduzida assim!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Os índios

Alice está aprendendo sobre os índios. Acha tudo muito legal. Me explicou que eles falam "tupin guaranin" e que foram os primeiros brasileiros. Depois falou que queria conhecer um índio de verdade e que em Copacabana tinha índios...
Eu sei que ir a Copacabana é, cada vez mais, um programa de índio, mas, ainda estou tentando descobrir onde encontro essa tribo que mora por lá!

domingo, 8 de abril de 2012

A Princesa e o Grão de Feijão

Alice foi dormir na casa da avó. Logo antes de dormir, pediu para a avó colocar um grão de feijão (na verdade foi de ervilha seca, mas na falta dessa, aceitou o feijão) debaixo do colchão. Explicou que, se ela fosse uma princesa de verdade, sentiria o grão de feijão e dormiria mal a noite inteira por conta dele. Imaginem qual não foi sua decepção ao deitar-se e não sentir grão de feijão nenhum, correto?
Pois, eis que a avó, sem que ela percebesse, colocou uma coisa um pouco maior do que o tal grão debaixo do colchão e explicou que o problema é que ela tinha deitado errado.
Assim, na esperança de ser uma verdadeira princesa, Alice deitou-se de novo, da forma que a avó recomendou. E, como esperado, sentiu o tal grão (ou aquilo que ela acreditava ser o grão) e foi dormir (mal, lógico) toda contente por ser uma verdadeira princesa!
Pouco sabe ela que grão de feijão ou não, ela, no meu livro, é muito mais do que uma princesa!
Só torço para que ela não decida agora jogar feijões mágicos pela janela para chegar no castelo de algum gigante!

sábado, 7 de abril de 2012

O Destino e a Vida

"Mãe, quando eu tinha 3 anos, eu vomitei no sofá da vovó, lembra?"
"Lembro, filha..."
"Talvez eu vomite de novo agora, que tenho 4, né?"
Devo ter olhado para ela com aquele olhar perdido, de quem não está entendendo nada, porque ela logo partiu para explicação:
"É que, mãe, nós não decidimos o que acontece com a gente... quem decide é a vida, sabe?"
Novamente, meu olhar deve ter traduzido a grande confusão que passava na minha cabeça, afinal, não é todo dia que ouço uma nanica de 4 anos filosofando sobre a vida e o destino, né?
"É, mãe, talvez a gente fique velhinho, talvez não... eu vou ficar velhinha... o Lucas também... e você também... o papai... ahhh, ele já é, né!"
E eu não consegui mais me fazer de séria, ataque de riso foi pouco par ao que eu tive. E o pai... bem... está ainda agora tentando entender porque ele é tão velhinho!rs

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ovos em fuga

Desde o nascimento do irmão, Alice vive um dilema sobre dormir na casa da avó. Ao mesmo tempo que quer, usa a desculpa de que o irmão ficará com saudade dele e não vai. Nesse "vai não vai", decidiu que dormiria lá na noite de sábado para domingo próximo, e, para reafirmar isso, declarou:
"Eu preciso dormir na casa da vovó porque o coelhinho da páscoa não pode passar lá em casa, senão a Luna (nossa pastora), pega ele... e os ovos, é claro... o coelhinho ainda pode fugir, mas os ovos não, né?"
E, seguindo essa lógica veremos se realmente ela conseguirá vencer o dilema!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Como nasce uma defensora do parto normal

Durante a gravidez do Lucas, Alice me perguntou várias vezes como ele sairia da minha barriga. Eu sempre expliquei que ela tinha saído por uma costurinha porque ela estava com pressa de chegar, mas que talvez o Lucas saísse pela perereca, como muitos bebês saiam.
Alice trabalhou isso durante a minha gravidez inteira. Questionava o fato de que a perereca era pequena e o bebê grande e como poderia passar, questionava como eu saberia que estava na hora do Lucas sair. E todos os seus questionamentos receberam respostas sinceras, sem rodeios nem fantasias.
Já no final ela participou ativamente dos 3 dias que eu tive contrações, muitas vezes segurando na minha mão e me dizendo que ia passar.
Tenho total ciencia de que é muito para uma criança de 4 anos, mas, como sou totalmente contra a criação de mitos acerca do processo reprodutivo, preferi assim.
Alice ficou ao meu lado até a hora que eu fui para a sala de parto e assim que voltei de lá, ainda anestesiada da cintura para baixo, ela pôde deitar ao meu lado e sentir a segurança de que tudo estava bem comigo.
Durante a minha recuperação da cesárea (sim, foi cesárea e outra hora conto a história completa), Alice ficou sempre ao meu lado e pode perceber como é chata a recuperação, mesmo para uma pessoa que, como eu, teve uma recuperação super boa.
E assim, Alice, desde o nascimento do irmão, declara que só terá filhos se for pela perereca! E ainda justifica: "pela perereca dói bem menos e não fica costurada depois!"
Muito bem, filhota, parto normal, lute por ele!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A lógica do Pastel

Alice sentou com o seu tradicional pastel de feira nas mãos. Olhou para o dito e declarou ao pai:
"Sabia que pastel é porque parece uma pasta? Olha o formato dele!!!"
É... espero que ela não decida escrever sobre a origem das palavras!rs

quarta-feira, 14 de março de 2012

Economizando

Alice e vovó conversando e Alice explica porque, depois que começou a fazer aulas de acrobacia aérea, não faz mais balé:
"Minha mãe disse que não tem dinheiro pra pagar tantas aulas... ahhh, já sei! Vou pegar o dinheiro do meu cofrinho... não... peraí... não posso... esse eu tô economizando pra comprar o meu cavalo quando eu tiver 18 anos!"

Pelo menos ela aprende o conceito de dinheiro, gastos, economia, tudo isso enquanto mantem o otimismo!

sexta-feira, 9 de março de 2012

A Gengiva

Com o nascimento do irmãozinho, Alice está muito ligada na questão da diferença entre meninos e meninas. Pergunta bastante, quer saber tudo. Nessa linha ela veio me surgiu com a seguinte explicação:

"Mãe, sabia que perereca é só o apelido, o nome de verdade é GENGIVA!"

Eu mereço!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Lucas!


Lindo, forte e grande... depois conto como foi! Agora, vou ali ser mãe babona e volto assim que der!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Alipunzel ou Rapunlice

Alice está numa vibe Rapunzel de ser. Ganhou do pai uma longa trança para usar e, agora, passa o dia arrastando suas longas madeixas pela casa e fingindo se pendurar em tudo que vê pela frente.
Ontem eu estava arrumando coisas pela casa e senti umas leves contrações. Sentei e fiz uma expressão de dor, imagino eu. Alice, então, prontamente se sentou ao meu lado, colocou suas tranças sobre minha barriga e desatou a cantar: "Brilha linda flor... seu poder venceu... trás de volta já, o que uma vez foi meu!"
Ao final da música, olha para mim e pergunta: "Melhorou, mamãe?"
É lógico que melhorei, né? Até porque, com uma Alipunzel dentro de casa, preciso melhorar, nem que seja para dar mil beijos!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Ciclos que se encerram, ciclos que se iniciam!

Em Maio de 2010, sentados, olhando pela janela, o marido e eu chegamos à conclusão que a hora de aumentar a família tinha chegado. Alice já estava com 2 anos e não queríamos que ela fosse filha única. Logo em seguida eu tirei o Mirena e foi dada a largada para o novo projeto.
Mas, nada é são simples assim e a vida real nunca é, exatamente, como planejamos. E, assim que começamos, precisamos dar uma pausa para uma reflexão sobre o assunto. Meu marido adoeceu e precisou passar por uma cirurgia delicada com urgência. Já não tínhamos certeza de que seria possível levar nosso projeto adiante, o que nos fez sofrer muito. Mas foi por pouquíssimo tempo, logo fomos informados que nada precisava mudar e que, sim, era possível tentarmos ter nosso segundinho.
E assim começou a saga dos abortos de repetição, como contei anteriormente (AQUI).
Com isso, o filho que sonhamos em ter em março de 2011 foi adiado por um ano, e eu passei por aquilo que chamo da gravidez mais longa da história. Foram praticamente 21 meses grávida...pode parecer um raciocínio esquisito, mas, depois de passar por 21 meses de planejamento e gestações, a proximidade do final do ciclo reprodutivo é, ao mesmo tempo, um momento de extrema alegria, de extrema ansiedade e de alguma angústia.
Posso tentar explicar, ainda que, provavelmente, não faça muito sentido na cabeça de ninguém que desconheça esse longo e árduo processo de tentativas vãs de reprodução.
Foram 21 meses onde o principal foco da minha vida era conseguir engravidar e levar adiante a gravidez. Foram 21 meses de ansiedades pela concepção, por um coração pulsante, por uma gestação normal. Foram 21 meses de exames variados, de procedimentos tristes, de momentos de alegria plena e outro de profunda tristeza.
E, nos últimos 9 meses, foram injeções diárias de heparina, muitos medos e terrores, muitos alívios, muitas alegrias, muitas angústias. Foram 9 meses onde o medo me impedia de curtir, onde a alegria suprimia o medo que fazia questão de tentar vencer a alegria.
E, agora, em menos de 3 semanas, tudo terá se encerrado e eu terei meu filho nos meus braços, um sistema reprodutivo aposentado, e toda uma vida sem as preocupações que tanto me assombraram e ocuparam por tanto tempo!
E assim começará meu novo ciclo como mãe de dois!

ps - como essa reta final é muito cansativa e nossa cabeça já não está mais no mode "raciocínio lógico", tentarei dar uma aparecida por aqui, mas não prometo nada... se eu não aparecer, prometo dar o ar da graça assim que Lucas fizer seu debut!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A melhor parte da gravidez

Tem igual?

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Colônia de Férias

Esse ano, por conta do meu barrigão e de não estar conseguindo acompanhar o ritmo da baixinha, decidi colocá-la, por uma semana, numa colônia de férias na parte da tarde. Ela, obviamente, amou a idéia de brincar toda tarde com outras crianças. Certo dia, quando eu a levava, ela concluiu: "Mamãe, colônia de férias e tipo a escola, mas é mais divertido porque não me ensinam nada!"
É, digamos que é uma boa pausa da física quântica!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Anatomia Infantil

Alice fazendo pipi me avisa que está ardendo a perereca. Pergunto onde arde, temendo uma infecção urinária.
"Mamãe, está doendo nas bundas da perereca!"
E logo entendi, tratava-se de uma assadura!
E preferi deixá-la com essa nomenclatura, porque, imagine ter que explicar que eram lábios!

Relaxamento

Mãe e filha deitadas na cama. Mãe fazendo a rotina do sono.
Mãe: "Relaxa a perninha, relaxa os olhinhos, relaxa os bracinhos..."
(som de pum)
Filha: "Solta um punzinho..."
(mãe segurando o riso)
Mãe: "...relaxa a boquinha, relaxa a cabecinha..."
(som de arroto)
Filha: "Dá um arrotinho..."
Mãe, não consegue segurar e, lógico, acaba rindo muito e tendo que recomeçar todo o processo!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A ovelha vermelha

Alice cismou que quer criar uma ovelha vermelha. Segundo ela, uma que tenha a lã vermelha sem precisar tingir. O motivo? Sabe-se lá... não sou eu quem vou discutir com ela né?
Então ela decidiu que faria uma poção de criar ovelhas vermelhas. Pediu para a avó providenciar pó de pirlimpimpim (a avó, que não é boba, arranjou o tal pó rapidinho... para os mais entendedores de poções, o pó pode também ser chamado de talco). Misturou ao pó um tanto de tomate picado e cascas de maçãs. Colocou um pouco de água e falou meia dúzia de palavras mágicas. Daí passou a visitar a poção de 5 em 5 minutos para ver se a ovelha tinha aparecido. E ainda avisou a todos que, caso uma ovelha fazendo méééééé aparecesse da poção, era para segurarmos a tal até ela chegar.
E assim, aqui estamos, todos da casa em alerta, junto com uma gororoba de tomates com talco e maças de molho na água, no aguardo da tal ovelha vermelha!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Kasher

Essa vez a história é da minha sobrinha, impossível não compartilhar... impagável!

Aninha: Minha amiga Liat eh kasher!
Mãe: o que eh kasher Aninha?
Aninha: Ela so pode comer carne francesa!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O tal do furo na orelha

Não furei as orelhas da Alice quando ela nasceu. Tive vários motivos para isso e não me arrependo nem por um segundo. Antes que me perguntem quais eram os motivos, eu já vou enumerar os principais para me poupar o trabalho futuro.
O primeiro e mais forte motivo foi pediátrico. A vacina antitetânica não seria dada até os 6 meses e eu não via, nem meu pediatra, nenhuma justificativa concreta para abrir uma ferida na orelha da minha filha e expô-la, por vaidade materna, a essa doença. Além disso, eu olho um bebê pequeno e sempre vejo um cabeção com roupinhas pequenas. Com isso eu tinha terror da idéia de ficar botando e tirando roupa com o risco de agarrar na roupa e machucar a pequena. Sem contar que eu, mãe de primeira viagem, tinha MUITA coisa nova para me preocupar e não sentia a necessidade de ter que me preocupar com um brinco, com a possibilidade de puxá-lo por engano num movimento brusco, com a idéia de uma tarrachinha cair e minha filha, acidentalmente, se engasgar na dita, ou pior, no próprio brinco. Finalmente, eu mesma tive a escolha de ter ou não orelhas furadas. Furei as minhas aos 9 anos, por opção. Preferi dar a ela a mesma oportunidade de escolha. As orelhas são dela, não minhas, não me senti no direito de determinar que ela tinha que ter as orelhas furadas.
Não, não estou julgando ninguém e acho que no assunto brincos, cada um sabe o que faz e ninguém tem nada a ver com isso. Da mesma forma que me irritava profundamente ter que ouvir críticas sobre eu não ter furado as orelhas dela quando ela nasceu, não critico quem fura as orelhas de suas filhas nesse momento. Cada um é cada um e, quando não se trata de algo que vá afetar a coletividade, tem mais é que fazer como bem entende! A minha escolha foi essa e meus motivos foram esses... punto e basta.
E então, aos 4 anos, ela me pediu para colocar brincos de orelha furada. Argumentou seus motivos e conversou com o pai. Mostrou-se decidida. Expliquei a ela que doeria um pouco na hora de furar e perguntei se ela tinha certeza de que queria mesmo os brincos. Ela confirmou. Dei a ela uma semana pensando em outras coisas, sem falar no assunto. Mas, no final da semana ela me perguntou claramente: "E, aí, posso furar a minha orelha?"
Então lá fomos nós. Ela decidida e eu com a certeza de que ela tinha feito a sua escolha. Assim que o primeiro furo foi feito, ela puxou um bico e segurou o choro. Eu a tranquilizei, explicando que doia mesmo e que ela poderia chorar a vontade. E as lágrimas rolaram soltas. Eu a abracei, e ela chorou suas grossas lágrimas de dor. Eu me arrependi da minha escolha e avisei para ela que, caso quisesse desistir, poderia, sem problema nenhum. Que poderia também voltar no dia seguinte para terminar a outra orelha. Mas ela ficou firme e disse que iria terminar a outra orelha. Veio o segundo furo e mais lágrimas rolaram, grossas, rosto abaixo. Eu a abracei forte e falei que sentia orgulho de como ela era decidida e madura por ter levado a cabo uma escolha dela. Perguntei se queria ver como tinha ficado.

Com lágrimas rolando ela pulou da maca e correu para o espelho. Olhou de um lado e do outro, sorrindo e chorando. Sentia-se a mais linda do mundo, e estufava o peito para dizer que "doeu muito, mas ficou lindo". Para o registro, abriu um sorrisão, ainda com olhos banhados. Ainda perguntei se ela, sabendo que doeria como doeu, teria, mesmo assim, escolhido colocar o brinco, ela confirmou que sim.
Voltei a ter a certeza de que eu tinha feito a coisa certa. Eu dei a ela a chance de, pela primeira vez na sua curta vidinha, decidir o que queria fazer com o seu próprio corpo. Dei a ela a chance de exercitar sua maturidade plenamente. E ela exerceu, com louvor!
Parabéns, filhota, você está ainda mais linda!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Os pelos

"Mãe, porque homem tem barba?"
"Porque? Pra proteger o rosto!"
"Mas, e mulher não precisa proteger o rosto?"
"Precisa, mas é diferente!"
"Como assim?"
"Filha, é uma história longa e complicada, quer mesmo que eu tente contar?"
"Quero!"
"Então, tem muito tempo, as pessoas ainda eram chamadas de Neandertal. Aí, os homens iam pra floresta* caçar, e as mulheres ficavam na caverna cozinhando. Como eles iam pra floresta* caçar, precisavam dos pelos no corpo e no rosto para ficarem protegidos de arranhões e do frio. Aí as coisas foram mudando, as pessoas passaram a morar em casas, já não caçavam mais, mas os pelos dos homens ficaram, entendeu?"
"Mas, então, quem caça agora?"
"Ninguém caça... vamos ao supermercado!"
"Então não precisa mais dos pelos?"
"Não, não precisa..."
"Mas, então, porque homem tem barba?"

Respira, respira... Alguns minutos de silêncio no carro.

"Mãe, acho que já sei porque homem tem barba e pelinhos no peito!"
"É filha? Porque?"
"Foi assim, um monte de bruxas más queriam casar com uns príncipes. Aí elas jogaram uma maldição neles e transformou eles todos em feras, cheios de pelos e com uma juba grandona. Aí eles conheceram princesas que deram beijocas neles, e eles voltaram a ser príncipes... mas ficaram alguns pelinhos!"
"É... talvez tenha sido assim... quem sabe, né?"


* Eu sei que não era necessariamente na floresta, mas, a simplificação fez-se necessária!

domingo, 15 de janeiro de 2012

A fruta e o mel

Alice ADORA comer fruta com mel... dito isso a conversa teria feito sentido...rs

"Mãe, o coco não quer sair... está preso!"
"Tem que comer mais frutas, minha filha... frutas ajudam o coco a sair! Amanhã vou comprar mel pra ver se você come mais fruta, né?"
"Mas, mãe, mel NÃO É fruta!"

Ai, meus sais!rs

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Pai Vs. Mãe - Cada um no seu quadrado

Outro dia uma amiga, separada, deixou os filhos, pela primeira vez, com o pai, para uma temporada de 15 dias. Inicialmente aflita, ao falar com eles no telefone pela primeira vez, se deu conta que estavam super bem e se divertindo muito. E assim, a aflição cedeu lugar à famosa dor de cotovelo e ao famoso pensamento de que "será que ele é mais divertido do que eu?".
E não precisa ser separada para chegar nesse pensamento. Basta chegar ao final de um dia mais difícil e entregar uma criança birrenta na mão de um pai só para vê-la, de um minuto para o outro, se tornar uma criança gargalhenta. Aqui isso não é raro.
E aí, toda mãe chega, em algum momento, ao pensamento de que "porque é que EU tenho sempre que ser a bruxa meméia, enquanto ele é o paizão divertido? Porque é que meu filho tem que gostar mais de ficar com ele do que comigo?" E, depois de muito ir e vir desse questionamento, foi a própria Alice quem me deu a resposta.
Não existe essa de gostar mais, de ser melhor do que o outro, de ser mais divertido ou mais querido, ou mais seja lá o que for. O pai e a mãe têm papéis diferentes na cabeça da criança. São papéis de igual importância e os filhos gostam igualmente de ambos, mas, sempre colocando-os em seus devidos papéis.
Lógico que a Alice adora fazer uma farra com o pai, até porque ele entra na onda dela e passa HORAS vivendo num mundo de faz de conta, sentado no chão, brincando com ela como se tivesse 4 anos também. Mas, na hora do cansaço, na hora da dor de barriga, na hora do aperto, é para mim que ela vem. E ela deixa isso MUITO claro.
Normalmente ela quer que o pai deite com ela para dormir, isso, lógico, quando quer tudo, menos dormir. Ontem eu disse a ela que seria o pai a colocá-la para dormir, já que no dia seguinte não tinha hora para acordar. Ela, cansada, falou: "Não, mãe, o papai já me botou pra dormir outro dia, hoje é você mesmo!" Recado dado, deitei com ela e em menos de 10 minutos, estava dormindo profundamente.
Quando acorda no meio da noite e o pai vai socorrê-la, ela logo dia: "não, papai, eu queria muito a minha mãe!"
E, pela manhã, quando acorda, ainda sonolenta e querendo um chamego preguiçoso, ela vem para a minha cama, deita bem agarrada em mim e fica, por longos minutos, chemegando e fazendo declarações de amor... só se vira para o pai quando já está desperta e pronta para, adivinha... farrear!
Portanto, na próxima vez que você sentir aquela pontinha de "ciúmes" do marido com a filha, lembre-se que não se trata de mais ou menos amor, apenas de um amor diferente e que na maternidade/paternidade é cada um no seu quadrado!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Lógica irrefutável

"Mamãe, você podia pintar seu cabelo de preto, né?" disse Alice ao ver uma caixa de tinta de cabelo na farmácia.
"Tô mesmo precisando, mas só depois que teu irmão tiver fora da minha barriga!" respondi, prontamente.
"Mas, porque não pinta agora?"
"Porque não pode pintar cabelo quando o bebê está na barriga!"
"Ué, mãe... mas é pra pintar o cabelo da cabeça, não o da barriga!"

E não é que faz sentido!