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domingo, 27 de maio de 2012

Independência

Domingo, 09:30h, acordo e peço ao marido para ir acordar a Alice, que foi dormir tarde na noite anterior e, acreditava eu, ainda dormia. Marido vai até o quarto dela e, de lá, com voz preocupada, avisa que ela não está na cama. Digo que ela deve estar se escondendo debaixo da cama, como faz com freqüência. Ele procura, e NADA. Saio pela casa chamando por ela, já que ela adora brincar de se esconder e, não raro, se enfia em cantos inacreditáveis dentro de casa. Mas, nada dela aparecer ou responder aos chamados.

Pausa para explicar algumas coisas, antes que chamem o conselho tutelar!
Não temos o hábito de passar chave na porta, nos bastamos em bater a porta. Nosso prédio é pequeno e quase todo mundo se conhece ou, se não conhece, sabe quem é. Nem mosquito passa pela portaria aqui de casa sem o porteiro identificar, é um prédio bastante seguro. Por conta do uso do ar condicionado no verão e da presença de uma pastora alemã assaz abusada que adora uma cama, dormimos com as portas dos quartos fechadas, tanto a porta do nosso quarto, quando a do quarto das crianças. Para saber o que rola no quarto das crianças, eu tenho uma babá eletrônica, e SEMPRE acordo, com o mais suave barulhinho. Então, voltemos ao que interessa, a minha desaparecida.

Por um segundo, paro e tento pensar se ainda tem algum esconderijo que tenha escapado à minha atenção, e, uma luz pisca na minha cabeça: A CASA DA AVÓ. Sou vizinha de porta da minha sogra e, lógico, Alice só poderia ter ido pra lá. Como relâmpago, vamos até a porta da minha sogra e tocamos a campainha. Seguramos o fôlego, por segundos, com a dúvida: "E se ela não estiver aí?" Mas estava, e pudemos respirar fundo de novo. A vontade era de dar uma bronca sem igual na pequena, mas, o alívio era tal que só consegui abraçar forte e dizer, com firmeza, que ela não podia fazer aquilo comigo, e que eu tinha ficado muito preocupada quando não a encontrei em casa.
O curioso foi que ela saiu quietinha, evitando, de propósito, fazer qualquer barulho, já que sabe que, pela babá eletrônica, eu ouço TUDO. Normalmente eu acordo com o som dela sentando na cama (pois é, acredite, o ouvido é tão treinado que eu identifico esse som!), e, juntou um cansaço extremo de uma semana de filho doente em casa, com uma filha louca para ganhar a independência de sair de casa sozinha, e eu, pela primeira vez na vida, não acordei.
E, com isso, aos 4 anos de idade, Alice sente-se apta a sair de casa sozinha! E a mamãe decidiu que, além de passar a chave na porta, vai colocar uma gradinha na porta do quarto das crianças, porque, apesar da Alice saber abrir a grade, é impossível fazer isso em silêncio absoluto!

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