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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ressaca moral

Que mãe nunca teve um dia difícil? Filho é assim, tem humores! Ser mãe é nunca ter descanso da árdua tarefa de educar, disciplinar, amar, não doar filho malcriado para a primeira obra de caridade...
Aí rola o final de semana das trevas. A criança parece ser dominada pelos poderes do mau. A birra é sem motivo aparente. Não é porque quer uma coisa que lhe é negada, nem porque ela está com sono, ou com dentes nascendo (Alice já tem todos os seus dentinhos, portanto essa desculpa esfarrapada já não posso mais usar). É simplesmente porque acordou de ovo virado e está com vontade de gastar energia gritando, esperneando e chorando.
Nessas horas não há nenhum tipo de reinvindicação terrorista por parte da criança. Não há nada que você possa fazer para "seduzí-la" (a saída fácil para muitos pais é simplesmente ceder, mas até isso as crianças desafiam!). Ela simplesmente quer brigar.
Nessa hora não existe diálogo, não existe cantinho do pensamento, não existe conseqüência para seus atos. Ela grita, chora e te diz que você não é mais a mãe dela... só por dizer mesmo.
Inicialmente julguei que, talvez como um ensaio para a TPM, meninas tivessem pequenos ciclos hormonais que as levassem à insanidade, como acontece com todas as mulheres. Mas percebi que mães de meninos passam por isso também. Então descartei essa hipótese rapidamente.
E nesses dias você fica exausta. As vezes se tranca no banheiro, no final do dia, dentro de um chuveiro quente, só para chorar suas mágoas de pior mãe do mundo. De mãe que não vai mais ganhar apresentação de dia das mães na escola (é uma das "ameaças" que Alice faz comigo quando está de TPM... mesmo em outubro ela usa esse argumento!).
E vai dormir pensando se você errou e onde errou. Sonha com todas as coisas que aconteceram e seu sono é agitado.
No dia seguinte acorda tristonha, de ressaca moral por tudo que aconteceu na véspera. Vai até o quarto da filha acordá-la pensando como será esse dia novo. Acredita que, como adultos, a mágoa do dia anterior se prolongará até que as cartas sejam colocadas na mesa em uma conversa franca. Titubeia na porta do quarto, pensando que talvez seja melhor deixá-la dormindo por cem anos, tal qual a Princesa Aurora, só para não ter que ouvir as palavras ferinas de "eu não gosto mais de você".
Com todas as suas forças, você supera o seu medo e dá um beijo de bom dia na pequena que, imediatamente abre seus olhinhos, te abraça forte, te dá um beijo e completa com "mamãeeeeee, eu te amo!".
E tudo que você sofreu e chorou acaba como que por encanto. Sim, você é a melhor mãe possível!

5 comentários:

  1. É exatamente assim... piora na adolescência, que os dias de "mãe, te amo" vão ficando raríssimos... Bjs!

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  2. Vc passou o final de semana escondida aqui em casa?????? Não posso tirar uma virgula do seu texto!!!!!! Sexta feira foi punk...... E sabado teve apresentação de dia das mães na escola ( ou melhor, family day, pois o conceito de familia hj em dia não é mais o mesmo!!!!! Nem todo mundo tem mãe, e tem gente com até 2 mães!!!!!).

    Me vi no seu texto!!!!!

    Força, paciencia, e muita conversa!!!!!!

    Beijos

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  3. Que narrativa gostosa de ler... Principalmente no final. Vc não está sozinha nesta tristeza que temos qdo nossas crianças nos desafiam ou fazem algo que nos deixam tristes. Eles estão descobrindo muitas coisas e acabam nos machucando sem querer, mas querendo..rss A gente que tem que tentar enxergar de outra forma.
    Quantas vezes a gente não fica triste depois de dar uma bronca? Faz parte... É pra o bem delas.
    A minha de vez em quando acorda meio virada também..rss Aí de vez em quando falo que vou ao banheiro e já volto.. e qdo eu volto ela está mais calma.. ou às vezes pergunto pra ela .. vc quer deixar a mamãe triste? E ela logo sossega.. mas tem dia que é mais complicado..
    Que gostoso ouvir este eu te amo... bom demais.
    Beijinhos carinhosos pra vcs duas :-)

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  4. eu fico sempre imaginando o meu futuro próximo. vicky já tem o temperamento forte, pra não dizer gênio do cão. e eu sigo sem dormir. adorei muito te conhecer ontem e devemos marcar um encontro em breve nao? pra aprofundar? beijoca

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  5. Mari, adorei o blog, queria ter conhecido antes!
    Adorei a parte de não existir mãe perfeita de filho perfeito!
    Experiências "traumáticas" quem não as tem?!
    No seu caso, conhecendo a Alice, acho q vc pode se orgulhar do poder de argumentação que a mocinha já tem! rsrsrs
    Ela hj disse a Luiza que tinha encontrado a Malu na livraria e a Luiza perguntou que livraria? E ela "a de livros!" Achei o máximo!

    Vou virar assídua do blog!

    Beijos,
    Mariana, mãe da Malu

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