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quinta-feira, 26 de maio de 2011

O primeiro exame de sangue

Tem quatro dias que Alice está com febre alta. Nenhum sintoma, nenhum espirro, nenhum nariz entupido, nada. Febre e só. Com isso hoje decidimos investigar mais a fundo e fazer um exame de urina e sangue. Urina sempre é bem simples. Brincadeira de pipi no potinho e ela se amarrou. Mas eu temia pelo exame de sangue.
Alice já tinha tomado vacinas. Sempre deu aquela chorada básica. E depois chorava um pouco mais, alguma horas mais tarde. Quando lembrava da vacina. Mas no todo até que se comporta.
Mas, exame de sangue é sempre mais delicado, né? A criança está doente, mais sensível, irritável. Além disso, não é uma espetada básica, é uma espetada longa e chata. Ainda mais com crianças que não tem como tirar no vácuo, que sempre dói menos. É na seringa mesmo.
Conversei com ela e expliquei que teria que ser corajosa porque ia doer um pouquinho, mas que logo passaria. Disse a ela que podia chorar se achasse que estivesse doendo, e que se quisesse poderia apertar o meu dedo para dividir a dor comigo. Aguardamos o momento de entrar. Eu, já sofrendo com a simples idéia de ver minha pequena sendo furada, imaginando gritos, choro intenso. Ela, saltitante, perguntando, a cada 10 minutos, se já era hora de "tiá o sangue po exame".
Quando nos chamaram, ela entrou sorridente e dizendo que estava "ponta paia tiá sangue". Deitou-se na maca e a enfermeira falou que ia colocar uma pulseira bem apertada que ia doer um pouquinho. Ela deixou, com tranquilidade. A enfermeira pediu que eu firmasse o bracinho, com o corpo apoiado sobre o dela, para garantir que ela não sairia da posição. Outra enfermeira segurou as perninhas. Parecia cena de Silêncio dos Inocentes versão infantil. Minha mãe, que me acompanhou, segurou na outra mãozinha, para ela poder apertar na hora de "dividir" a dor. Alice, tranquilamente, observava tudo que a enfermeira fazia, calmíssima, para minha surpresa.
E então chegou o momento. A espetada. Eu pronta para ter que segurar e acalmar minha pequena. E veio a espetada, depois puxaram o sangue. Ela, o tempo todo, quietinha e tranquila. Terminou o procedimento e veio uma chuva de elogios das enfermeiras, da avó e de mim. E ela me olhou, com um sorrisinho lindo e orgulhoso e falou: "Mãe, você falou que ia doer e doeu, só um pouquinho aí acabou!"
E eu, babando de orgulho da minha pequena menininha corajosa, saí dali com a certeza de que nessas horas, a sinceridade é fundamental. Parte do não doer foi por conta dela saber o que esperar.

4 comentários:

  1. Puxa que legal, o Enzo a última vez que foi tirar sangue chorou tanto que nem conseguiram tirar o sangue direito!!
    Bjos
    Ana
    http://amaedosgmeos.blogspot.com/

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  2. bah, lembrei de uma triste época em que fiquei no hospital com meu afilhado RN, ele nasceu prematuro e teve algumas complicações, os enfermeiros raspavam os poucos fiozinhos de cabelos da carequinha dele e colocavam soro na cabecinha, algumas vezes escapava pois as veinhas dele eram muuuuito fininhas, e pra recolocar o sorinho eu ficava junto segurando ele e chorando mais que ele...

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  3. concordo total: a sinceridade serviu como preparação. também faço assim e sempre dá certo. tudo bem que agora ela LEMBRA da dor e na hora bate um medo...
    beijoca

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