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terça-feira, 24 de maio de 2011

Meninas e Meninos

Eu sempre me vi mãe de menina. Adoro um lacinho, um frufru. Adoro saber que, no futuro, poderei trocar idéias, de igual para igual, sobre ser mulher. Sei que é mais difícil para mulheres no mundo que vivemos, mas sei também que é isso que nos faz tão fortes e nos faz capaz de enfrentar tantas coisas.
Além disso eu sempre tive uma dificuldade com a idéia de cuidar de um pinto... vejam bem, nunca tive um, não sei como se faz!rs
Quero mais filhos, estou tentando, e se vier um menino, será maravilhoso, verei o outro lado da moeda. Mas, lá no fundinho, acho que nasci para criar meninas.
Mas minha filha não é uma "menininha" que só brinca de boneca e de fazer comidinha (até porque se for se espelhar na mãe, ficará longe de qualquer alimento em fase de preparo!). Alice ADORA brincar de carrinho, jogar bola, lavar o carro com o pai. Ela vibra quando vê um carro legal e faz comentários como "mãe, olha que carrão!".
Eu a crio livre para escolher o que quiser na sua vida. Me pediu para fazer ballet, e lá vai ela, duas vezes por semana, vestida de tutu e sapatilha, para a aulinha dela. Mas se um dia quiser fazer judô, terei o mesmo prazer em levá-la (até porque sempre sonhei em fazer taekwondo!). Se quiser só andar de vestido, ótimo para ela, mas se só gostar de calça, maravilha também. Ela usa rosa, porque quer, mas também usa azul marinho, camisa com estampa de carrinho e o que mais puderem imaginar e ela achar legal. Ela adora futebol com o avô, torce pro Flamengo e tira onda com o pai, que é botafoguense. Alice não tem orelha furada, e, mesmo com todas as amigas da escola usando seus brincos, ela não demonstra a menor vontade de tê-los. E no dia que quiser, os terá. Mas também curte suas barbies e adora uma pulseira.
Alice é livre e o que decidir ser, ela será, com toda a liberdade do mundo! Ela sabe que é assim e sabe que o meu amor por ela independe de ser isso ou aquilo.
E aí, eu me deparo com um artigo sobre um casal que decidiu criar o/a filho/a sem revelar a ninguém o sexo da criança (quem quiser ler o artigo, pode encontrá-lo aqui: Casal canadense decide criar bebê sem definir o sexo). Nome neutro, roupa neutra, e, já que o idioma permite (inglês), referências sempre neutras. Ou seja, a criança, em tese, está livre para decidir seu próprio sexo...
Veja bem, cada um com seu cada qual, mas eu tenho a impressão que isso não mudará nada na vida da criança, a não ser uma grande confusão na sua cabecinha no dia que ela (a criança) tiver que viver com outros seres humanos no mundo real. Acontece que, mesmo tendo a liberdade de "escolher" sua sexualidade ou identidade sexual por conta própria, essa criança tem um orgão genital que a define. Sexo, ou gênero, não se define... se nasce! A identidade sexual é que é definida de uma ou outra forma. E, como não acredito nessa história de que identidade sexual são uma escolha, pra mim, não funciona essa teoria desses pais.
Eu entendo que uma pessoa É homossexual, ou É transexual. Ela escolhe viver isso plena e abertamente, ou não. E essa é a escolha que podemos "liberar" para nossos filhos. Podemos dar a eles a segurança necessária para, quando identificarem o que sentem, viver livremente seus sentimentos mais íntimos. Mas, esconder o gênero da criança não faz isso mais fácil!
Aliás, acho que até complica a coisa. Porque, de certa forma, sem induzir, você acaba induzindo... veja bem, se, por algum motivo, na escola as pessoas começarem a identificar a criança como uma menina, será natural que essa criança, que não tem sua própria identidade de gênero, acabe se agrupando entre "meninas", ou vice e versa. E, se a identidade que ela for identificada na escola não for condizente com o orgão genital que ela tem, imagine a confusão!
Não sei... mas na minha humilde opinião de mãe, acho que o nosso papel é ajudar a criança a se definir e se auto-afirmar dentro daquilo que ela é. Minha filha é menina, tem nome de menina, tem brinquedos de meninas e de meninos, brinca com meninas e com meninos (seu melhor amigo, por sinal, é um menino!). Minha filha sabe que ela é mulher, do sexo feminino. Minha filha, aos 3 anos, já entendeu que ela tem uma "perereca" (termo que ela mesma escolheu) e que os meninos têm pinto. Mas não é isso que, no futuro, a impedirá de encontrar seu próprio caminho sexual.
Ela vai encontrar esse caminho recebendo o apoio que precisar quando ela tiver questionamentos. Ela encontrará esse caminho quando entender que, como menina, ela continuará tendo todo o nosso amor quando decidir quem ela vai amar e que tipo de atividade ela vai gostar de fazer.
Acho que essa coisa de reinventar a roda e achar que podemos anular coisas que não são anuláveis não pode trazer paz de espírito.
Mas, cada um com seu cada qual. A única coisa que espero é que esses pais saibam lidar com as infindáveis dificuldades que esse tipo de atitude vai trazer para essa criança.
E sigo pensando que o meu papel é facilitar a entrada da minha filha no mundo real, seja por qual rota ela escolha tomar, e não impor minhas crenças sobre ela.

5 comentários:

  1. Olá tudo bem? passando pra cobhecer o Bolg!!
    ja estou te seguindo e ficarei feliz se me seguir tb!

    BjOO

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  2. Amo tuas opiniões, tu sabe te expressar e escrever muito bem.
    Penso o mesmo.
    BJk

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  3. Olá!! Também li esse artigo e concordo com a sua opinião! Beijos

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  4. queria saber como se dará a logística disso! por quanto tempo eles manterão esta política? the baby vai para a escola? quando trocar as fraldas outros saberão, né?
    que coisa mais estranha!

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  5. ola, estou te seguindo, ainda nao tenho filhos(as)
    mas quando tiver ainda espero que seje uma menina, nao me vejo mae de menino mesmo ja tendo cuidado de alguns


    tenho as mesmas opnioes suas inclusive eu fui criada mais ou menos nesse estilo, cresci jogando bola, brincando de carrinhos, de bonecas e de casinha, atividades de meninas e de meninos, e me sinto muito feliz por ter tido essa experiencia, espero que sua filhota cresca muito feliz tambem


    abraçao enorme - Lilih Love (www.radiomatinalfm.com.br)
    se puder acessa o site da radio que trabalho ai

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