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terça-feira, 9 de novembro de 2010

E lá se vão 13 anos sem a minha mãe...

Quando eu era criança morava no Rio com meus pais e minhas irmãs, Como sou bem mais nova do que elas, com uns 10 anos elas já tinham se casado e mudado. Meu pai sempre trabalhou e viajou muito, e eu ficava grande parte do meu tempo com a minha mãe. Era ela que me levava pra tudo quanto era lado, e naqueles intermináveis engarrafamentos do Rio, ela reclamava que estava de saco cheio de dirigir. Aí um dia eu falei "mãe, quando eu fizer 18 anos, eu que vou te levar pra todos os lugares".
A promessa não foi cumprida: mais ou menos na mesma semana em que eu tirei a carteira, ela foi internada pela primeira vez. Foram duas internações e dois meses até o câncer vencer a batalha, e não deu tempo de levá-la a lugar nenhum.
Hoje completam-se 13 anos sem minha mãe aqui. Ela não esteve no meu casamento, não viu minha formatura, não esteve comigo quando a Ana nasceu, quando a Carol nasceu, quando minhas sobrinhas nasceram. Há 13 anos não rimos juntas, não brigamos, não implicamos uma com a outra; há 13 anos ela não me dá colo. Tem dias que sinto raiva, fico puta da vida de não ter ela aqui comigo. Na maioria das vezes, entretanto, o que eu sinto mesmo é só saudades, de todas essas coisas, e sobretudo dela, com suas mãos frias, seu abraço quente, seus olhos que irritantemente me conheciam sem que eu precisasse dizer nada.
Me disseram que a falta passa e a saudade fica. A falta ainda não passou, e a saudade sei que vou sentir pra sempre. Por outro lado, sei que tenho muita sorte de ter tido a mãe que tive, ainda que só por 18 anos. E fica aqui minha pequena homenagem no blog a esta grande mulher, a mãe que me inspira a ser a mãe que eu sou.
Má.

(Eu e mammys, há 30 anos)

7 comentários:

  1. Ai Má... que lindo!!! Sei como vc se sente... porque me sinto exatamente assim!!!

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  2. Lindo lindo!
    E, fica também, o ela que é você... dizem que aprendemos a ser mães com as nossas mães e, vamos combinar que, por esse critério, ela certamente foi uma grande mãe!
    Beijo grande amiga!

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  3. Grande Má,
    Ontem por um acaso do destino, conversava com uma amiga, que esta com o pai doente, que por mais que a "natureza" nos ensine que normalmente o crso natural da vida é que os pais vão primeiro que os filhos, nem por isso sinto mais conforto.
    Compartilho e vivencio aqui no meu canto, a tua falta, a tua saudade, e por que não falar também da Dor, sim, pois ela esta aqui e sempre se faz presente.
    Perdi "Mainha" quase 8 anos, em janeiro/03, dia do aniversario de minha irmã mais velha. Naquele dia, estavamos sozinhas em casa e horas antes, ela me dava conselhos de "mãe" pois eu me preparava para vir a Europa sem tempo determinado para voltar. Claro, naquele momento, levei seus conselhos como brincadeiras e ela ria e dizia que a unica coisa que lhe faltava era me ver casada, mas que com meu espirito aventureiro, ela provavelmente não veria isso em vida. Previsão fatidica essa, horas depois, ela viria a falecer em meus braços de um ataque do coração, apenas chorando, dizendo que não gostaria que eu a visse morrer assim.
    Mãe, sempre mãe...em seu ultimo momento, a preocupação dela ainda era comigo: que eu não a visse partir assim.
    Aqueles conselhos, que foram os ultimos, foram para mim, um divisor de aguas. Foi ali, naquele momento, em que me permitir pensar em novas possibilidades para minha vida, entre elas, vir a ser mãe. Estudar, viajar, trabalhar percebi que são apenas verbos, enquanto que ser mãe é substativo, me nomeia e me define também.
    Hoje, é claro, sinto falta dos momentos que não tivemos: quando me casei, quando Anne-Sophie nasceu, mas o que falta mesmo é aquele OLHAR sabe? Onde eu me via e acreditava que eu podia tudo, mas que eu podia principalmente SONHAR. Quando a perdi, acreditei por um tempo que tinha perdido um pouco disso. Agora me questiono sempre se consigo transmitir a minha filha a força deste olhar, assim eu espero, pois com minha mãe descobri que o maior legado é este: que é possivel sonhar.

    Hoje, gostaria de me transportar e estar com você, Má. Um grande beijo

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  4. Dani, que relato mais lindo... Estou muito emocionada aqui, obrigada por compartilhar...
    Sem palavras...

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  5. os anos vao passar, a saudade vai ficar, a falta só a gente que viveu vai saber dizer se ainda está latente, o coração sempre vai se emocionar ao lembrar de algum momento ou palavra, uma música pode fazer lembrar...a presença dela sempre estará com você, porque de alguma forma ela se mantêm viva ao seu lado. Amor é pra sempre...laços eternos...

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  6. Má, minha amiga querida.
    Um abraço de urso bem apertado!
    Te amo muito (por mais maluco que isso possa ser, hehe).
    Um beijo!

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