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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Histórias Infantis

Eu sou do tipo de mãe que lê as histórias como elas são... personagens morrem, outros queimam a bunda, tem bruxa má, tem maldição... normalmente a história é contada como ela é lida, sem rodeios.
Mas, tem horas que não tem jeito, preciso adaptar porque, sinceramente, acho que algumas pessoas que fazem livros infantis têm titica na cabeça!
Quando recebi os livrinhos da iniciativa do Itaú achei o máximo... dois livros de poesia e parlendas lindos, que Alice ainda é muito nova para captar, mas que ficarão guardados para o futuro; e dois outros livros que merecem ser comentados: O Lobisomem e Os 3 Porquinhos.
Na verdade, eu nem tinha muito me tocado do absurdo que são esses dois livrinhos até que a Má comentou sobre eles. Na verdade, como Alice ainda não sabe ler, eles eram apenas ilustrações, eu não tinha lido o texto para ela... Mas, como considero que a Má é uma mulher de bom senso, sentei e li!
Bem, Os 3 Porquinhos é um clássico, todo mundo conhece, né? São séculos de sucesso, correto. As versões têm pequenas diferenças, especialmente no que diz respeito ao destino do lobo. Em alguns casos ele queima a bunda quando desce pela chaminé e cai na água fervendo, em outros casos a água não é água e sim aguarrás, em outros o lobo foge e nunca mais é visto, em outros ele é cozinhado na panela. São todas formas cruéis, mas são uma punição por tentar comer os porquinhos e, sinceramente, não me incomodam muito. Então eu leio para ela como vier. MAS, não nesse livrinho... a versão desse faz o lobo comer cada um dos porquinhos para, no final, o terceiro porquinho o matar e abrir sua barriga para tirar os irmãos de lá de dentro. Até tentei ler para a Alice como estava no livrinho, mas ela prontamente reagiu: "NÃO MAMÃE, o pôquinho foge paia a casa do rimãozinho dele!!!!" Ou seja, o livro será doado!
E, o que dizer do Lobisomem? Eu não tenho nenhum conflito com contar histórias que tenham lobisomens e vampiros para a Alice, até porque ela sabe diferenciar MUITO bem o que é ficção e o que é realidade. MAS, esse livro é especial! Sim, não se trata da história do Lobisomem! Trata-se da história de um menininho que é, inicialmente, visto como esquisito, e que, quando se descobre Lobisomem vira vítima de Bullying e preconceito e acaba tendo que fugir da cidade para ficar sozinho! Ok, acho que não dá, né??? Será doado também!

Aliás, outro dia fui comer na Churrascaria Porcão com a Alice. Ela ganhou a revistinha "Porcãozinho" para ler na mesa. Qual não foi minha surpresa quando abro a historinha para ler e ne deparo com uma pequena narrativa sobre uma família de Porcos que ADORA comer churrasco, inclusive lingüiça!!!!!

Gente, vamos falar BEM sério aqui, né? Tem gente que faz livro infantil que nunca deve ter visto uma criança na vida, né?

4 comentários:

  1. Nossa! De fato, a literatura infantil, às vezes, é tratada como "literatura menor" e nem sempre recebe investimento, pesquisa e dedicação que merece.
    Por outro lado, felizmente, as crianças estão protegidas dessas histórias "sem pé nem cabeça" pelos exemplos que os adultos em volta dão no seu cotidiano e pelas discussões que propõem às crianças, em casa, na escola... com a finalidade de questionar mesmo tantos absurdos que vemos por aí.
    Minhas sugestões (para servir como alternativa, no lugar de doar um livro "não tão bom"): recortar as imagens, fazer colagens, origami com as páginas coloridas... Joguinhos de montar... Bem no estilo "handmade", servindo para divertir, reciclar e evitando a divulgação e propagação de uma literatura ruim.
    Beijos,
    Vanessa

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  2. Porquinhos cárnivoros comedores de churrasco? essa é nova mesmo!! Os dois livrinhos do Itaú ainda não tiveram o mesmo destino pois a gabi ama os 'poiocos', e a mamãe aqui aliviou a historinha.

    Beijos

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  3. Vixe, recebi e nem li ainda... isso é sério: estes livros estão sendo distribuídos às centenas para estimular a leitura e não o preconceito. O pior é que a "regra" diz para ler e dar para outra criança...
    Mari

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  4. Pois é, Vanessa... eu considerei não passar adiante... mas aí me veio uma sensação de culpa tremenda.
    Eu não acho os livros bons, mas eu não sou a dona da verdade... vai ver que tem mãe que acha legal ler esse tipo de coisa pros filhos para exemplificar um comportamento negativo... sei lá, né? Cada um com seu cada qual!
    E, sendo assim, dar cabo do livro seria um absurdo, dado que ele me foi "doado" pelo Itaú justamente para circular...
    E, pensando bem, tem criança que nunca terá acesso a um livro, será que é tão ruim assim ele ter esses, pelo menos?
    Ainda não decidi o rumo deles... estou ponderando! Quase mandando de volta para o Itaú!rs

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