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sábado, 28 de abril de 2012

O Nascimento do Lucas

Eu cheguei a fantasiar com a hipótese de um parto normal, ainda que tudo indicasse que isso era só uma hipótese remota, muito remota. E, como esperado, não deu, mas foi lindo mesmo assim!
Tudo começou 2 semanas antes do parto. Eu fui ao banheiro no meio da noite e perdi um pedacinho do tampão mucoso. Eu ainda estava com 35 semanas, era cedo demais e eu sabia disso. Como ainda não havia nenhum outro sinal, relaxamos. Meu médico mandou suspender a AAS diária, só para garantir que eu estaria "desmamada" dela no caso de um trabalho de parto ativo. No mais era sentar e esperar.
Terminei de arrumar o quartinho das crianças, e já parei de dirigir e de fazer a maior parte das atividades mais, digamos, pesadas. Eu já estava ENORME e começava a sentir muita dor no colo do útero cada vez que o Lucas pressionava com a cabeça.
No meio da 36a semana senti as primeiras contrações. Eram esparsas e geralmente aconteciam no meio da madrugada. Eu acordava e ficava me retorcendo por alguns minutos. Depois paravam e o dia seguia.
No início da 37a semana comecei a ter contrações mais frequentes, de dia e de noite. Eu tinha a certeza de que Lucas chegaria logo. E o pior é que estávamos chegando no dia 29 de fevereiro, o único dia que eu não queria que ele nascesse... coisas de grávida ensandecida!
Uma virada de lua na madrugada de 29 de fevereiro para o dia primeiro de março e eu tive uma noite insone, contraindo bastante. Eu não sabia contar o tempo, nunca tinha feito isso e não sabia direito quando elas realmente começavam e terminavam, só sabia que eram contrações, nada mais!
Eram 8 da manhã quando decidimos que talvez fosse melhor ligar para o meu médico. Ele, ainda torcendo por um parto normal, me mandou ir fazer um toco na maternidade, só para me tranquilizar, pois achava improvável eu estar em trabalho de parto, já que tinha me examinado 2 dias antes e eu estava sem nenhum sinal de TP ativa.
Macaca velha que sou, decidi que talvez valesse a pena levar a mala de maternidade e máquina fotográfica, que no parto da Alice acabaram ficando em casa. Achei por bem não tomar a dose de heparina daquela manhã, levei a injeção comigo, mas preferi só tomar quando o médico me liberasse para voltar para casa. Preferi também não comer nada, sentia dor e não tinha apetite.
Assim que cheguei fui atendida. Me deixaram uns 40 minutos no toco e concluiram que as contrações estavam, de fato, vindo a cada 5 minutos, mas que não havia nenhum outro sinal de trabalho de parto. Eu ainda não tinha 38 semanas completas, mas tudo indicava que eu estava começando a ter pequenas trombos na placenta. O colo altíssimo e fechado e eu bastante nervosa.
Me internaram e marcaram o parto para 14h.
Foi o tempo de ligar para a família, providenciar que buscassem Alice na escola, dar entrada na internação, subir para o quarto e tomar um banho e a equipe começou a chegar para realizar o parto. Meus pais e sogros chegaram com Alice, que mal podia acreditar que FINALMENTE era hora de conhecer o tão esperado irmão.
Sentadinha na maca comigo, ela foi, quietinha e sorridente, até a porta do elevador. Lá me despedi dela e prometi que nos veríamos em pouco menos de uma hora. E lá fomos nós para o centro cirúrgico.
Foi tudo muito tranquilo, diferente do parto da Alice, que tinha sido uma correria, dessa vez tudo foi feito na maior calma.
O parto em si foi uma delícia. Nada de amarras, meu marido bem pertinho de mim, os médicos descontraídos conversando comigo e me contando tudo que estavam fazendo. Por um pedido meu o pano foi baixado desde o início do procedimento que eu pude assistir pelo reflexo nas lâmpadas.
O Lucas, com seus 3,420kg e 49cm, foi tirado do meu útero lentamente, as 14:28h, sem nenhuma correria, e foi colocado, imediatamente, perto de mim. Pude beijá-lo e cheirá-lo. O pediatra pediu para examiná-lo rapidamente, já que ele ainda não tinha completado 38 semanas. Em poucos minutos ele já estava de volta no meu colo e eu pude, por longos minutos, conversar com ele e mesmo tentar que ele sugasse no seio. Ele, com seus olhinhos espertos, me olhava atentamente. E eu, naquele mesmo minuto, tive a certeza de que o impossível era possível: cabia, no meu coração, mais um amor infinito!
Eu não lembro quanto tempo tudo levou, pareceu uma eternidade, e pareceu um segundo apenas. Mas logo estávamos todos no quarto, Lucas agarrado no peito, a irmã saltitante pelo quarto, o pai embasbacado do meu lado e eu, bem, eu extasiada por ter, finalmente, depois de 24 meses, minha familinha completa perto de mim!

Um comentário:

  1. Nossa que lindo, que perfeito, que bom que tudo foi tranquilo, tudo foi tão calmo.

    Ele é lindo, bastante saúde e felicidade! beijos..

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