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quinta-feira, 30 de junho de 2011

A dura franqueza dos filhos

Alice comendo um biscoito, faz que vai me oferecer e reluta dizendo: "Mãe, você não tava comendo porque qué fica maguinha, né?"
Eu, meio rindo, respondo que sim.
"Mas, não conseguiu, né?" completou a baixinha.

Depois dessa eu concluo que preciso mesmo fechar a boca e perder MUITOS quilinhos!

Argumentos Infantis

Alice é rápida em aprender novos argumentos para suas discussões comigo. Atualmente, sempre que contrariada numa bronca, ela chora e diz: "Mamãe, você me magoou!"
E, bastou colocá-la para fazer uma atividade que não quer que ela já avisa logo: "acho que torci meu pesinho, não posso fazer isso."
Haja, viu!

domingo, 26 de junho de 2011

Papo de vô e neta

Vô: "Alice, sabia que eu sou APAIXONADO por você?"
Alice: "Mas, vô... eu já sou casada com o Bê!"

Então tá né?

sábado, 25 de junho de 2011

Memórias de uma mãe sonada

Hoje me lembrei de algumas histórias que achei que valia dividir. São antigas, mas nunca perdem sua graça, simplesmente porque, diariamente, mamães no mundo inteiro ficam sonadas a ponto de fazer coisas similares.
A primeira aconteceu quando Alice tinha cerca de 3 meses. Eu já exausta de tanto dormir picadinho e ela, no meio da madrugada, como de costume, acorda chorando. Cutuco meu marido e peço que ele a pegue no berço e a traga para que eu possa amamentá-la na nossa cama. Ele levanta, sai do quarto e, pela babá eletrônica eu ouço que ele entra no quarto dela. Ela para de chorar (imagino ao ver o pai). Ele volta, de braços vazios, olha para mim e diz: "O que é mesmo que eu tinha que buscar?" A essa altura, Alice volta a se esgoelar e eu respondo: "O que você ouvir no quarto ao lado!"

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A segunda história aconteceu quando ela tinha cerca de 4 meses. Ainda não se virava sozinha (CUSTOU A SE VIRAR), e ainda acordava a noite inteira. Eu ainda dormia picadinho e, a essa altura, tinha mais sono do que na primeira história. Na lateral do berço dela tinha um carneirinho, preso à grade, que tocava uma musiquinha se pressionado. Pela babá eletrônica eu começo a ouvir a musiquinha do bicho. Minha primeira reação? Cutucar o marido e dizer: "Amor, acho que entrou ladrão em casa e ele deve ter ligado o carneirinho da Alice para ela não chorar... vai lá ver?" E, lógico, virei pro lado e DORMI!!!!

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A última história aconteceu semanas mais tarde. Eu ainda dormia picadinho! Alice já se virava na cama (não de bruços, só fazia o famoso 360 pelo berço nas costas, sabe?). Mas eu ainda não tinha pleno conhecimento disso (foi nessa noite que me dei conta do feito!). Acordo com Alice chorando. Vou até o quarto no escuro e me abaixo para pegá-la no berço. Mas, para a minha surpresa, pego um par de pesinhos e não uma cabeça de bebê. Imediatamente, arregalo os olhos, assustada, esfrego-os vigorosamente para tentar enxergar alguma coisa e exclamo (para que o marido me ouça pela babá eletrônica): "Amor... Roubaram a cabeça da Alice!!!!"

terça-feira, 21 de junho de 2011

Embromation Society

Alice AMA cantar... canta O TEMPO TODO. É ouvir uma música que gosta uma única vez que ela sai cantando. Com isso eu sou premiada com pérolas como:
"Como pode o peixe vivo viver fora d'água viva... Como Bodeieeeeeeeee, como Bodeieeeeeeeeee"
E, vai convencer a cabecinha dura que é água FRIA e Como PODEREI VIVER...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Quando a manha é mais do que manha

Alice sempre foi "esquentadinha", desde a maternidade, e eu não estou brincando. Nunca foi um bebê de deixar barato uma fome, uma fralda molhada, um brinquedo fora do alcance. Além disso sempre foi falante. Disparou a primeira palavra aos quase 10 meses e depois não parou mais. Juntando uma coisa com a outra, sempre foi uma criança que deixa claro o que quer, na hora que quer. E mamãe aqui que rebole para ensinar a ela o conceito de esperar. Mas ela não é uma criança malcriada e não é daquelas que faz manha à toa.
Mas, recentemente, eu vinha notando uma tendência crescente a pequenos shows, em horário diferentes. Cheguei a comentar aqui no blog sobre um ou outro episódio. Mas eles vinham se repetindo e a intensidade e freqüência vinham aumentando. Por conseqüência, eu vinha me sentido a pior das mães.
Coincidentemente (ou não), desde que começaram a falar de festa junina na escola, Alice vinha se recusando a participar dos ensaios e alegava odiar a música. Esse fato eu interpretei, inicialmente, apenas como ela não querendo se vestir de cowboy (esse ano a turma dela representará as festas populares country brasileiras). Entendia que ela queria usar seu vestidinho de babado e seu chapéu de tranças. Mas o que era uma simples recusa foi crescendo até chegar em verdadeiros espetáculos de fuga e choro na hora dos ensaios, mesmo a professora dizendo a ela que ela só precisaria participar se quisesse, e que, se não quisesse, poderia ficar brincando no cantinho da sala de música.
Quinta-feira, quase na hora de dormir, Alice fez pipi nas calças. Já está desfraldada tem muito tempo, e acidentes só acontecem atualmente quando realmente está MUITO apertada e não tem um banheiro por perto, o que não era o caso, pois estávamos em casa. Um pequeno alarme soou na minha cabeça. Apesar de todos me dizerem que é fase e que eu estava procurando pelo em ovo.
Arrumeira para dormir e ela começou a dizer que queria que o pai deitasse com ela, ainda que soubesse que o pai ainda não tinha chegado do trabalho e que ainda demoraria a chegar. O que era uma leve insistência, rapidamente escalou para um show completo, com direito a pernas chutantes e gritos de quebrar vidros.
Eu, sempre que acontece uma coisa assim, tento as técnicas tradicionais (deixar sozinha pensando, colocar brinquedos de castigo, etc) até a hora que vejo que ela não conseguirá se acalmar sozinha. É nesse momento que eu abandono toda e qualquer regra de educação, agarro ela bem firme nos braços (naquilo que chamo de abraço de urso), impeço seus movimentos, começo a balançar suavemente como que ninando-a, e vou falando mansinho no ouvido dela até ela começar a se acalmar. Só então tento que ela me explique o que está acontecendo.
E foi nesse momento que ela soltou tudo de uma só vez: ""Meu pai não vai na festa junina. Na outra festa junina ele não foi. Ai você foi po lugar dele fazê costuinha e ficou lá com ele. E eu fiquei na casa da minha vó. E só ia vê vocês um pouquinho. Tinha peixinho e eia muito legal, mas vocês não foiam paia casa."
Como que por encanto ela conseguiu colocar todos os escândalos e todas as brigas das semanas anteriores em perspectiva e tudo se explicou.
Ano passado, no dia da festa junina, meu marido teve que fazer um exame complicado que o impossibilitou de estar presente. O resultado do exame foi péssimo e já saindo do exame, precisávamos tomar providências, portanto eu acabei tendo que tirá-la correndo da festa. Quando chegamos em casa foi uma correria e Alice ficou no meio de tudo, vendo o pai e a mãe chateados. Dois dias mais tarde ele seria operado de emergência, forçando a família a se separar por mais de 24h pela primeira vez na vidinha dela. Eu e o marido no hospital, ela na casa da avó, por quase 7 dias.
De alguma forma ela guardou tudo isso numa gavetinha e a menção de festa junina trouxe tudo à tona.
E, assim, aprendi com a minha filha, que sempre é preciso parar e olhar as coisas dentro de um contexto maior, as vezes até meio distantes. Aprendi que a manha nem sempre é só uma manha!
Conversei longamente com a pequena explicando a ela que o que aconteceu ano passado não voltará a acontecer, mas que ela é livre para decidir se quer ou não dançar. Deixei claro que qualquer que fosse a escolha dela, nós, pai e mãe, estaríamos lá para curtir a festa junina com ela.
Hoje já soube que no ensaio dançou contente e, no carro, voltando para casa, já veio cantarolando a música de "caiboi"...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A origem das coisas

Estão fazendo a campanha do leite em pó na escola da Alice. Para familiarizar os pequenos com aquilo qu estão coletando, resolveram apresentar o leite em pó para eles. Viram como é o preparo do leite, quem quis colocou seu achocolatado e provaram para ver como o leite em pó era gostoso também.
Alice chegou em casa toda contente nos contando sobre a descoberta do tal leite em pó (coisa de criança que saiu do peito para a caixinha uht e que, depois de visitar algumas fazendinhas, aceitou que o leite que está na caixinha saiu das tetas da vaca).
"Pai, aí coloca o pó, depois coloca o Nescau, depois coloca a água e viá leite!", declarou ela toda satisfeita e com um ar de cientista.
"É mesmo, filha, que legal... e o leite em pó, ele sai de onde? Da vaca também?" perguntou o pai meio brincando.
"NÃOOOOO... De uma planta!!!!!" respondeu ela quase revoltada.

Ok... dissecando essa aula, entendo que a professora mostrou o leite em pó, sem se preocupar com a sua origem, já que todos ali já sabiam que o leite saia da vaca. Entendo também que ela deve ter explicado a origem do achocolatado, que vem do cacau, uma planta. O que ela não contava é que pó por pó, o leite também entraria no samba da planta!
E agora, quem convence a pequena que leite em pó também sai da vaca?

terça-feira, 7 de junho de 2011

Leituras de mocinha

Alice ama ler. Desde que ela tem 10 meses que se deita ao meu lado com livrinhos e fica quietinha, ouvindo. Era uma das poucas coisas que a faziam sossegar quando pequena.
E ela curte livros com historinha mesmo. Nunca foi muito fã de livrinhos só com imagens, ou aqueles livros baby-baba.
Com pouco mais de 1 ano, sentava por horas ao meu lado, enquanto eu lia, com "umpf" (é como chamamos a minha interpretação de texto!) o texto de Saltimbancos e Chapeuzinho Amarelo, os seus favoritos. Sabia os livros de cor e salteado.
Ainda ama esses dois, e tantos outros, mas agora está entrando na onda de livros "de mocinha". Já não faz questão de tantas gravuras coloridas, e prefere livrinhos que tenha "muito esquito" (escrito).
Outro dia cismou que queria um livro com a história de Eco e Narciso, que eu contava para ela enquanto passeávamos pelo Jardim Botânico, onde tem uma fonte sobre o tema que ela simplesmente ama. E lá fui eu tentar encontrar um livro que fosse dirigido a crianças menores sobre isso. Nada feito. Encontrei um, ótimo, lindo, com ilustrações belíssimas, só que dirigido a um público juvenil. Bastante texto, com palavras mais complexas e descrições detalhadas de monstros, como a Medusa.
Pensei que, no pior cenário, o livro fosse cair para escanteio por estar além da capacidade de compreensão dela para, em alguns anos, ser ressucitado.
Curiosamente, Alice está encantada com o livro. A cada dia me pede para contar 2 ou 3 histórias, depois conversa comigo sobre elas, pede para que eu leia novamente as favoritas, folheia as ilustrações passando o dedinho sobre cada detalhe e narrando as coisas que lembra de cada uma delas. É fascinante.
E, como parece ter uma imaginação muito fértil, me dá o prazer de vivenciar certos momentos divertidos, como hoje, quando me pediu para ler o Mito de Perseu e Medusa. Deitamos na cama, lado a lado, abrimos o livro e comecei a ler, empolgadamente e colocando todo o "umpf" que eu tinha dentro de mim (tá... eu AMO fazer aparecer a atriz dentro de mim nessas horas!) . Ela acompanhava cada palavra, olhava os desenhos, aguardando o momento em que o texto explicasse a ilustração. Finalmente, chegamos no ponto onde a Medusa, depois de uma detalhada descrição de sua aparência tenebrosa, sairia da caverna para enfrentar Perseu e, quando olho para o lado, Alice está cobrindo os olhos com suas mãozinhas. Paro e pergunto o que ela está fazendo e ela retruca: "É que eu não queio vê, mamãe! Eu tô com medo dela! CONTINUA!!!!"
Segurando o riso o máximo que eu pude, continuei a história para delírio da Alice que sempre acaba contente da vida porque os monstros nunca vencem os heróis!
Que delícia é fazer da mente fértil de uma criança uma gigantesca tela de cinema!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

E, ainda, a amamentação


Sou mamífera, amamentei minha filha por 1 ano e 4 meses e amamentarei novamente se conseguir ter outro filho. E amamentarei, como fiz da primeira vez, onde e quando eu quiser.
Sim, é isso mesmo, se eu estiver na sua sala de estar e minha filha sentir fome, eu rapidamente colocarei meu peito para fora e ela mamará tranquilamente. E, se você achar ruim, vire a cara, vá para o banheiro, jogue um paninho sobre a sua própria cabeça, porque ela vai continuar mamando, a despeito (trocadilho necessário!) da sua opinião.
Se eu estiver no meio do meu almoço, em um restaurante, e minha filha sentir fome, eu não pensarei duas vezes em botar meu peito para fora e permitir que ela faça parte da refeição. Se você achar ruim, peça a conta e vá comer em casa. No restaurante, qualquer pessoa é livre para se alimentar, inclusive a minha filha.
Se eu estiver no metro, ônibus, avião ou seja lá qual meio de transporte eu escolha para me locomover, e minha filha sentir fome, o peito, novamente, sairá de seu esconderijo para virar balcão de lanchonete para a minha filha. E se isso te incomodar, desembarque e espere o próximo passar.
Se eu estiver na praia, num parque, num museu, ou seja lá onde for, e minha filha sentir fome, não terá cara feia, nojinho, ou desejo deturpado, que me impedirá de colocar meus peitos para fora para alimentar a minha filha.
Entenda que o peito é meu e que eu mostro ele onde e como e pelos motivos que eu quiser. E entenda que eu, na praia, nos campinhos de futebol, pelas ruas das cidades costeiras, nos clubes, e, acredite, até em restaurantes à beira mar, sou obrigada a ver os seus mamilos, mesmo que esses não sirvam a nenhum propósito nobre, mesmo que eles não tenham nenhuma função vital. Lá estão eles, apontados para todas as direções. E, curiosamente, mesmo estando o seu "rocambole*" exposto, eu prometo não falar nada, nem babar de desejo, porque o mamilo é teu e, na verdade, não passa de mais uma parte do corpo humano, já tão conhecida por todos nós. Mas, faça-me o favor, quando eu expuser o meu mamilo para que minha filha se alimente, tenha a decência de respeitar o momento da refeição dela e evitar sentir qualquer coisa senão o profundo respeito que o momento merece.
Mulheres continuarão amamentando livremente, bebês continuarão sentindo fome sem controle externo, e os homens que acham isso ruim, serão os únicos que terão que mudar. No quesito amamentação, vale o ditado: "os incomodados que se retirem".
E tenho dito!

(ps - muitas mães escreverão sobre o assunto hoje, então, se quiser saber mais sobre a nossa opinião, visitem o blog Rede Mulher e Mãe!)

* Para entender essa referência, caso você ainda não tenha vindo a saber das cretinices ditas por Rafinha Bastos, visite o blog Escreva Lola Escreva)